Orlando e Brasil: homossexualidade atacada em pontos diferentes

O ataque ocorrido na boate Pulse, em Orlando, no qual um atirador invadiu o local e matou 49 pessoas, tendo ferido outras 53, já é considerado um dos movimentos terroristas mais marcantes desde o 11 de setembro nos EUA. Outro caso envolvendo a morte de gays chocou o Brasil: dois professores foram encontrados carbonizados no porta-malas de um carro na Bahia. A comoção de ambos os casos foi diferente, claro, dada a proporção, mas como estão as coisas em nosso país?

O Grupo Gay da Bahia, fundado em 1980 como uma associação que defende os direitos humanos dos homossexuais no Brasil, publica relatórios anuais de assassinatos de homossexuais. Só para se ter uma ideia, em 2014, foram documentados um assassinato a cada 27 horas. Mais detalhes podem ser vistos no documento, que salienta um aumento estatístico em relação ao ano anterior (2013).

Tudo bem que eles não ocorreram em episódios isolados, mas a brutalidade de tais casos configura quase seis vezes mais mortes que as ocorridas na boate norte-americana. Ainda assim, uma comparação pode ser feita: são pessoas mortas por sua condição sexual.

Analise a letra da perspectiva da homossexualidade

Se você acha que em Curitiba as coisas estão melhores, talvez seja bom de repensar esse conceito. Ainda que as estatísticas não mostrem dados alarmantes, justamente por não considerarem tais casos isoladamente, em 2010, o mesmo grupo citado colocou nossa cidade e estado como líder em assassinatos do tipo.

Além disso, há profissionais que prestam um desserviço para os jovens que tanto sofrem com sua orientação sexual desde cedo, o que ajuda na disseminação do preconceito e, como consequência, podem aumentar mesmo estatísticas de suicídio que nunca seriam considerados como crimes homofóbicos. Esse é o caso de Marisa Lobo, que afirma haver uma espécie de atentado quando se tenta trabalhar a sexualidade de homossexuais com naturalidade e é uma psicóloga religiosa.

Enfim, oremos por Orlando, mas vamos cuidar também de nossas boates em Curitiba e de nossos humanos. Ninguém está livre deste lado hediondo da humanidade.

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Por Alex Franco
18/06/2016 19h48