Pela areia fininha e pelando que formaria bolhas na sola do pé se eu não tivesse a prudência de atravessar de havaianas depois dos anos de experiências de dias urrando de dor ao pisar no chão, ela surge saltitante e – poderia talvez dizer – sorridente.
O choque da troca de olhares foi espelhado. Ambas paralisamos. Eu: curiosa e atingida por certo grau de espanto. Ela: receosa? desconfiada? Não dá pra saber, só sei que diminuiu a marcha até parar.
As duas gurias de uns treze que a acompanhavam corriam berrando seu nome de um lado pro outro da faixa de areia banhada pelo braço de rio que divide os baianos dos sergipanos – só na certidão de nascimento.
Nem a galerinha debaixo do guarda-sol a poucos metros da minha cadeira, nem os dois caras atrás do quiosque e nem o casal de duas meninas esticadas em cangas mais afastadas do resto, deram a mínima atenção. Mas eu, como uma bela piá de prédio, fiquei boquiaberta com a miragem que via.
Bem ali, na praia dela, onde foi gravada a novela que – descubro agora – tem minha idade, bem ali no Mangue Seco. Tieta, a cabrita (que era uma cabrita mesmo).
Ato contínuo ao meu espanto, fiz novamente o que uma bela piá de prédio faria: meti a mão no celular pra tentar uma foto – que até saiu, considerando a licença poética. Girei mais a cadeira em sua direção e abaixando as mãos tentei chamar Tieta intercalando entre assobios e estalos e palmas, mas nem a orelha mexia. Continuava apenas parada. Me olhando.
Já estava com o suor concentrado entre o nariz e a boca que só seca de verdade depois de secar um copo. Me dei conta que Tieta não viria e voltei a olhar para o rio. Peguei a cerveja no isopor depois de esticar a canga ao lado da cadeira para me estatelar na areia na tentativa imaginária de armazenar o sol na pele – às vezes parece que meu corpo só funciona com energia solar.
O tec do lacre rompendo espumou a cerveja e dei um gole generoso já que cerveja gelada na beira da praia só é realidade no primeiro gole e ainda com a cabeça jogada pra trás tusso e babo num susto.
Como se fosse uma barra de esporte olímpico, Tieta pula a cadeira ao meu lado dando belo dum behhh, trota até a beirinha do rio como se quisesse molhar os tornozelos e volta a fixar o olhar em mim – ficando congelada debaixo do sol.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Retrato de um Certo Oriente, dirigido por Marcelo Gomes e inspirado no romance de Milton Hatoum, vencedor do Prêmio Jabuti, explora a saga de imigrantes libaneses no Brasil e os desafios enfrentados na floresta amazônica. A história começa no Líbano de 1949, onde os irmãos católicos Emilie (Wafa’a Celine Halawi) e Emir (Zakaria Kaakour) decidem deixar sua terra natal, ameaçada pela guerra, em busca de uma vida melhor. Durante a travessia, Emilie conhece e se apaixona por Omar (Charbel Kamel), um comerciante muçulmano. Contudo, Emir, tomado por ciúmes e influenciado pelas diferenças religiosas, tenta separá-los, o que culmina em uma briga com Omar. Emir é gravemente ferido durante o conflito, e Emilie é forçada a interromper a jornada, buscando ajuda em uma aldeia indígena para salvar seu irmão. Após a recuperação de Emir, eles continuam rumo a Manaus, onde Emilie toma uma decisão que traz consequências trágicas e duradouras. O filme aborda temas como memória, paixão e preconceito, revelando as complexas relações familiares e culturais dos imigrantes libaneses em um Brasil desconhecido e repleto de desafios.
Data de Lançamento: 21 de novembro
A Favorita do Rei é um drama histórico inspirado na vida de Jeanne Bécu, filha ilegítima de uma costureira humilde, que alcança o auge da corte francesa como amante oficial do rei Luís XV. Jeanne Vaubernier (interpretada por Maïwenn) é uma jovem ambiciosa que, determinada a ascender socialmente, utiliza seu charme para escapar da pobreza. Seu amante, o conde Du Barry (Melvil Poupaud), enriquece ao lado dela e, ambicionando colocá-la em um lugar de destaque, decide apresentá-la ao rei. Com a ajuda do poderoso duque de Richelieu (Pierre Richard), o encontro é orquestrado, e uma conexão intensa surge entre Jeanne e Luís XV (Johnny Depp). Fascinado por sua presença, o rei redescobre o prazer da vida e não consegue mais se imaginar sem ela, promovendo-a a sua favorita oficial na corte de Versailles. No entanto, esse relacionamento escandaloso atrai a atenção e o desagrado dos nobres, provocando intrigas e desafios que Jeanne terá de enfrentar para manter sua posição privilegiada ao lado do monarca.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Em A Linha da Extinção, do diretor Jorge Nolfi, nas desoladas Montanhas Rochosas pós-apocalípticas, um pai solteiro e duas mulheres corajosas se veem forçados a deixar a segurança de seus lares. Unidos por um objetivo comum, eles embarcam em uma jornada repleta de perigos, enfrentando criaturas monstruosas que habitam esse novo mundo hostil. Com o destino de um menino em suas mãos, eles lutam não apenas pela sobrevivência, mas também por redenção, descobrindo a força da amizade e o poder da esperança em meio ao caos. Essa aventura épica revela o que significa ser família em tempos de desespero.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Baseado no musical homônimo da Broadway, Wicked é o prelúdio da famosa história de Dorothy e do Mágico de Oz, onde conhecemos a história não contada da Bruxa Boa e da Bruxa Má do Oeste. Na trama, Elphaba (Cynthia Erivo) é uma jovem do Reino de Oz, mas incompreendida por causa de sua pele verde incomum e por ainda não ter descoberto seu verdadeiro poder. Sua rotina é tranquila e pouco interessante, mas ao iniciar seus estudos na Universidade de Shiz, seu destino encontra Glinda (Ariana Grande), uma jovem popular e ambiciosa, nascida em berço de ouro, que só quer garantir seus privilégios e ainda não conhece sua verdadeira alma. As duas iniciam uma inesperada amizade; no entanto, suas diferenças, como o desejo de Glinda pela popularidade e poder, e a determinação de Elphaba em permanecer fiel a si mesma, entram no caminho, o que pode perpetuar no futuro de cada uma e em como as pessoas de Oz as enxergam.
Data de Lançamento: 20 de novembro
No suspense Herege, Paxton (Chloe East) e Barnes (Sophie Thatcher) são duas jovens missionárias que dedicam seus dias a tentar atrair novos fiéis. No entanto, a tarefa se mostra difícil, pois o desinteresse da comunidade é evidente. Em uma de suas visitas, elas encontram o Sr. Reed (Hugh Grant), um homem aparentemente receptivo e até mesmo inclinado a converter-se. Contudo, a acolhida amistosa logo se revela um engano, transformando a missão das jovens em uma perigosa armadilha. Presas em uma casa isolada, Paxton e Barnes veem-se forçadas a recorrer à fé e à coragem para escapar de um intenso jogo de gato e rato. Em meio a essa luta desesperada, percebem que sua missão vai muito além de recrutar novos seguidores; agora, trata-se de uma batalha pela própria sobrevivência, na qual cada escolha e cada ato de coragem serão cruciais para escapar do perigo que as cerca.