Noutro canto da cidade, quando cruzo o trilho de trem lá perto da Itupava, ergo os pés do chão do carro (uns segundos de descontrole liberando acelerador e freio) e faço um pedido.
Sei lá qual a relação entre atravessar um trilho de trem, levantar os pés do chão e ter em troca um vale-pedido. O Google também não soube responder e indago qual a extensão do conhecimento desse vale-pedido. Mas eu desde, sempre, cruzo os trilhos com os pés suspensos mentalizando algo, com um por favor na frente. Sou radicalmente contra desperdiçar oportunidades de fazer pedidos – é como dar de ombros pros desejos guardados.
E aí que surgiu o problema.
Do meu lado, uma garota que é uma fonte sem fundo de vales-pedidos: cílios e mais cílios caem diariamente pelo seu rosto. Me pego pensando se meu inconsciente levou em conta esses olhos carregados de cílios quando nos escolhemos. Mas o vale-pedido do cílio, se disputa no dedinho. E quando uma não quer, duas não brincam.
Foi esses dias, no meio de um papo qualquer atiradas no sofá que vi bem pertinho da linha de seu olho esquerdo um cílio me chamando. Enquanto ela articulava no ar falando algo que eu já nem mais prestava atenção, meti o dedo pra buscar o safado e quase errei a mira (não tenho tanta certeza quanto ao quase – depende do ponto de vista). Resultado: ela não me deu o dedo.
Já fazia uma semana que me torturava com mil cílios caídos e nenhuma disputa pelo pedido – um mar de sonhos desperdiçados.
Era começo duma noite abafada. As calçadas lotadas, galera curtindo o tempinho bom e meio raro. Cabeça erguida pro céu. Vi que brilhava lá uma estrela solitária. Primeira estrela que eu vejo, realize o meu desejo. Por favor, que ela volte a me liberar o pedido dos cílios.
Deram dois chopes, ela se aproximou passando os braços pelo meu pescoço, e eu vi ali, gritando, grudado na bochecha direita um cílio com resquícios de rímel. Levantei o indicador num sorrisinho e numa suspirada que já conheço, ela me autoriza a pegar o cílio.
Grudo meu dedo no dela, quando soltamos, o cílio fica preso em suas digitais.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Retrato de um Certo Oriente, dirigido por Marcelo Gomes e inspirado no romance de Milton Hatoum, vencedor do Prêmio Jabuti, explora a saga de imigrantes libaneses no Brasil e os desafios enfrentados na floresta amazônica. A história começa no Líbano de 1949, onde os irmãos católicos Emilie (Wafa’a Celine Halawi) e Emir (Zakaria Kaakour) decidem deixar sua terra natal, ameaçada pela guerra, em busca de uma vida melhor. Durante a travessia, Emilie conhece e se apaixona por Omar (Charbel Kamel), um comerciante muçulmano. Contudo, Emir, tomado por ciúmes e influenciado pelas diferenças religiosas, tenta separá-los, o que culmina em uma briga com Omar. Emir é gravemente ferido durante o conflito, e Emilie é forçada a interromper a jornada, buscando ajuda em uma aldeia indígena para salvar seu irmão. Após a recuperação de Emir, eles continuam rumo a Manaus, onde Emilie toma uma decisão que traz consequências trágicas e duradouras. O filme aborda temas como memória, paixão e preconceito, revelando as complexas relações familiares e culturais dos imigrantes libaneses em um Brasil desconhecido e repleto de desafios.
Data de Lançamento: 21 de novembro
A Favorita do Rei é um drama histórico inspirado na vida de Jeanne Bécu, filha ilegítima de uma costureira humilde, que alcança o auge da corte francesa como amante oficial do rei Luís XV. Jeanne Vaubernier (interpretada por Maïwenn) é uma jovem ambiciosa que, determinada a ascender socialmente, utiliza seu charme para escapar da pobreza. Seu amante, o conde Du Barry (Melvil Poupaud), enriquece ao lado dela e, ambicionando colocá-la em um lugar de destaque, decide apresentá-la ao rei. Com a ajuda do poderoso duque de Richelieu (Pierre Richard), o encontro é orquestrado, e uma conexão intensa surge entre Jeanne e Luís XV (Johnny Depp). Fascinado por sua presença, o rei redescobre o prazer da vida e não consegue mais se imaginar sem ela, promovendo-a a sua favorita oficial na corte de Versailles. No entanto, esse relacionamento escandaloso atrai a atenção e o desagrado dos nobres, provocando intrigas e desafios que Jeanne terá de enfrentar para manter sua posição privilegiada ao lado do monarca.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Em A Linha da Extinção, do diretor Jorge Nolfi, nas desoladas Montanhas Rochosas pós-apocalípticas, um pai solteiro e duas mulheres corajosas se veem forçados a deixar a segurança de seus lares. Unidos por um objetivo comum, eles embarcam em uma jornada repleta de perigos, enfrentando criaturas monstruosas que habitam esse novo mundo hostil. Com o destino de um menino em suas mãos, eles lutam não apenas pela sobrevivência, mas também por redenção, descobrindo a força da amizade e o poder da esperança em meio ao caos. Essa aventura épica revela o que significa ser família em tempos de desespero.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Baseado no musical homônimo da Broadway, Wicked é o prelúdio da famosa história de Dorothy e do Mágico de Oz, onde conhecemos a história não contada da Bruxa Boa e da Bruxa Má do Oeste. Na trama, Elphaba (Cynthia Erivo) é uma jovem do Reino de Oz, mas incompreendida por causa de sua pele verde incomum e por ainda não ter descoberto seu verdadeiro poder. Sua rotina é tranquila e pouco interessante, mas ao iniciar seus estudos na Universidade de Shiz, seu destino encontra Glinda (Ariana Grande), uma jovem popular e ambiciosa, nascida em berço de ouro, que só quer garantir seus privilégios e ainda não conhece sua verdadeira alma. As duas iniciam uma inesperada amizade; no entanto, suas diferenças, como o desejo de Glinda pela popularidade e poder, e a determinação de Elphaba em permanecer fiel a si mesma, entram no caminho, o que pode perpetuar no futuro de cada uma e em como as pessoas de Oz as enxergam.
Data de Lançamento: 20 de novembro
No suspense Herege, Paxton (Chloe East) e Barnes (Sophie Thatcher) são duas jovens missionárias que dedicam seus dias a tentar atrair novos fiéis. No entanto, a tarefa se mostra difícil, pois o desinteresse da comunidade é evidente. Em uma de suas visitas, elas encontram o Sr. Reed (Hugh Grant), um homem aparentemente receptivo e até mesmo inclinado a converter-se. Contudo, a acolhida amistosa logo se revela um engano, transformando a missão das jovens em uma perigosa armadilha. Presas em uma casa isolada, Paxton e Barnes veem-se forçadas a recorrer à fé e à coragem para escapar de um intenso jogo de gato e rato. Em meio a essa luta desesperada, percebem que sua missão vai muito além de recrutar novos seguidores; agora, trata-se de uma batalha pela própria sobrevivência, na qual cada escolha e cada ato de coragem serão cruciais para escapar do perigo que as cerca.