Colo os pés lado a lado no piso e o geladinho da pedra chega no meu dedão pelo furo na ponta da meia direita. Afrouxo, bem pouco, os joelhos e firmando os músculos da perna e quadril, jogo cabeça ombro braços tronco tudo pra frente. A gravidade me puxa pelos cabelos e eu abraço as panturrilhas. Seis respirações com a parte detrás das coxas rasgando agudo como se tensionada por cordas numa dor pra lá de agradável. Depois ergo rápido a cabeça e num passo meio torto vou até a varanda e sento pra escrever.
Dentre as medidas que já tentei impor na rotina para uma vida saudável e com qualidade: o alongamento. E junto com as outras medidas para uma vida saudável e com qualidade, ali do lado da garrafinha de água quase cheia, o fracasso em impor uma rotina.
Já tentei criar o hábito de uns surias pela manhã ou uns ciclos de posições só contando o tempo mentalmente. Ambos os casos, no primeiro dia eu fiz; no segundo roubei com permanências efêmeras; no terceiro fingi que esqueci.
Mesmo assim, não paro de esticar o corpo o tempo inteiro.
O negócio é meio inconsciente. É só sentar no chão, seja pra comer um sanduba na mesinha de centro, seja no rolê com a galera jogada pelo tapete, não demora pra eu começar com a borboletinha ou espichar a coluna com as mãos buscando as pontas dos pés nas pernas estendidas.
Talvez seja a eterna tentativa de ganhar mais alguns centímetros, talvez a necessária imposição em ficar sem me mexer por segundos que sejam. E também têm as dores eventuais. Por distrações, excessos e faltas. Joelho, lombar, gengiva, pontas dos dedões dos pés, tornozelo, nuca, palma da mão esquerda. Tudo dói quando a gente não sabe direito o que tá doendo. E tudo ameniza com um bom alongamento.
O ponto é que provável num fantástico mecanismo de autopreservação, sem reparar — como agora entre frases — quando vejo tô com a mão direita enlaçada no pulso esquerdo puxando o braço pro alto e pro lado até as costas gritarem a existência.
E aí eu só deixo fluir e continuo numa sequência de repuxes, sem contar segundos, sem pensar em respiração, só seguindo a ordem que meu corpo vai mandando.
Depois de tensionar e afrouxar e relaxar e contrair e soltar e focar em não sentir e só entregar o corpo, num último suspiro alto me vejo agradecendo numa vibe bem gratiluz.
Sem imposição e sem rotina, meu corpo sozinho se alonga.
Levanto e vou encher uma garrafinha de água.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
As Crônicas de Uma Relação Passageira conta a história do romance entre Charlotte (Sandrine Kiberlain) e Simon (Vicenti Macaigne) que se conhecem em uma festa. Charlotte é uma mãe e solteira, já Simon é um homem casado e sua esposa está grávida. Eles se reencontram num bar e começam um relacionamento repleto de percalços. Ela é mais extrovertida, pouco preocupada com o que os outros pensam. Ele é mais tímido e retraído. A princípio, os opostos realmente se atraem e ambos concordaram em viver uma relação apenas de aventuras, mas tudo se complica quando os dois criam sentimentos um pelo outro e o que era para ser algo muito bom, acaba se tornando uma relação perturbadora.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Dirigido e roteirizado por Pat Boonnitipat, a trama dessa ficção emocionante, Como Ganhar Milhões Antes que a Vó Morra, acompanha a jornada do jovem When M (Putthipong Assaratanakul), que passa a cuidar de sua avó doente chamada Amah (Usha Seamkhum), instigado pela herança da idosa. O plano é conquistar a confiança de sua avó, assim será o dono de seus bens. Tendo interesse apenas no dinheiro que Amah tem guardado, When resolve largar o trabalho para ficar com a senhora. Movido, também, por sentimentos que ele não consegue processar, como a culpa, o arrependimento e a ambição por uma vida melhor, o jovem resolve planejar algo para conseguir o amor e a preferência da avó antes que a doença a leve de vez. Em meio à essa tentativa de encantar Amah, When descobre que o amor vem por vias inimagináveis.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Um aspirante a escritor utiliza um alter ego para desenvolver seu primeiro romance. Em Sebastian, Max é um jovem de 25 anos que vive como escritor freelancer em Londres trabalhando com artigos para uma revista. Ter um livro publicado fala alto na lista de desejos do rapaz e, então, ele encontra um tema para explorar: o trabalho sexual na internet. Se a vida é um veículo de inspiração para um artista, Max corre atrás das experiências necessárias para desenvolver a trama de seu livro. Com isso, durante a noite, Max vira Sebastian, um trabalhador sexual com um perfil em um site no qual se oferece pagamentos por uma noite de sexo. Com essa vida dupla, Max navega diferentes histórias, vulnerabilidades e os próprios dilemas. Será que esse pseudônimo é apenas um meio para um fim, ou há algo a mais?
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Uma comédia em que grandes segredos e humilhações se cruzam e vem à tona. Histórias Que é Melhor Não Contar apresenta situações com as quais nos identificamos e que preferimos não contar, ou melhor, que preferimos esquecer a todo custo. Encontros inesperados, momentos ridículos ou decisões sem sentido, o filme aborda cinco histórias com um olhar ácido e compassivo sobre a incapacidade de controlar nossas próprias emoções. Na primeira história, uma mulher casada se vê atraída por um rapaz que conheceu em um passeio com o cachorro. Em seguida, um homem desiludido com seu último relacionamento se vê numa situação desconfortável na festa de um amigo. Na terceira, um grupo de amigas atrizes escondem segredos uma da outra. Por último, um professor universitário toma uma decisão precipitada; e um homem casado acha que sua mulher descobriu um segredo seu do passado. Com uma estrutura episódica, as dinâmicas do amor, da amizade e de relacionamentos amorosos e profissionais estão no cerne desse novo filme de Cesc Gay.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Lee, dirigido pela premiada cineasta, Ellen Kuras, vai contar a história da correspondente de guerra da revista Vogue, durante a Segunda Guerra Mundial, Elizabeth Lee Miller. O filme vai abordar uma década crucial na vida dessa fotógrafa norte-americana, mostrando com afinco o talento singular e a tenacidade dela, o que resultou em algumas das imagens de guerra mais emblemáticas do século XX. Isso inclui a foto icônica que Miller tirou dela mesma na banheira particular de Hitler. Miller tinha uma profunda compreensão e empatia pelas mulheres e pelas vítimas sem voz da guerra. Suas imagens exibem tanto a fragilidade quanto a ferocidade da experiência humana. Acima de tudo, o filme mostra como Miller viveu sua vida a todo vapor em busca da verdade, pela qual ela pagou um alto preço pessoal, forçando-a a confrontar um segredo traumático e profundamente enterrado de sua infância.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Prólogo do live action de Rei Leão, produzido pela Disney e dirigido por Barry Jenkins, o longa contará a história de Mufasa e Scar antes de Simba. A trama tem a ajuda de Rafiki, Timão e Pumba, que juntos contam a lenda de Mufasa à jovem filhote de leão Kiara, filha de Simba e Nala. Narrado através de flashbacks, a história apresenta Mufasa como um filhote órfão, perdido e sozinho até que ele conhece um simpático leão chamado Taka – o herdeiro de uma linhagem real. O encontro ao acaso dá início a uma grande jornada de um grupo extraordinário de deslocados em busca de seu destino, além de revelar a ascensão de um dos maiores reis das Terras do Orgulho.