Foi em 1966 que o jovem William Morris Nicholls Jr. se lançou no mundo da música. Ele se tornaria colaborador frequente de mestres como Pete Townshend e Roger Daltrey. Porém, por uma dessas coisas que acontecem na vida, sua carreira jamais deslancharia. A história do Billy Nicholls e do “Would You Believe” – seu primeiro discão, que não foi lançado na época – começa na Londres onde alguns dos maiores nomes da música pop da época circulavam pelas ruas e pubs da cidade para esbarrar com, sei lá, os Kinks.
Era lá, entre músicos, produtores e empresários que se tornariam lendas, que vivia Billy Nicholls, com seus 16 anos de idade. Um dia ele juntou toda sua coragem e algumas de suas gravações e foi pedir uma força para ninguém menos que o Beatle George. E foi assim que ele chegou no Andrew Loog Oldham. Andrew era o empresário dos Rolling Stones desde 1963 e foi um dos responsáveis pela construção da imagem de bad boys da turma do Brian Jones. E ele também havia recém fundado o seu próprio selo: a Immediate Records. De olho no talento do Billy, Andrew logo o contratou para ser um dos compositores da gravadora. O plano era que, mais pra frente, Nicholls gravasse e lançasse o seu próprio disco. E, em 1968, foi o que aconteceu. Quer dizer, mais ou menos. Bem, gravado o disco foi.
Andrew Oldham era ambicioso. Ele viu naquele jovem de 16 anos a chance de produzir uma resposta britânica ao Pet Sounds. Eu não gosto desse papo de “resposta”, acho que isso pode render críticas injustas ao sucessor. Mas produção a la Phil Spector do disco reforça essa comparação. E vejo as semelhanças mais na produção do que nas composições em si, por isso não acho legal comprar o Billy com o Brian Wilson – até porque o Pet Sounds é um marco na história da humanidade. Mas não deixa de ser interessante imaginar um disco ensolarado sendo executado por um time de mestres com um forte sotaque britânico. E quando digo mestres não estou exagerando. Ao longo do disco temos participações do Kenney Jones, do Ronnie Lane, do Steve Mariott, do Ian McLagan (opa, acho que tô vendo um Small Faces aí), do Nicky Hopkins e do John Paul Jones (que haviam trabalhado juntos no Their Satanic Majesties Request) e de mais uma galera massa.
https://www.youtube.com/watch?v=8cM7q_iQHVA
“Would You Believe” é, de certa forma, uma história de amor. E muitas das canções desse disco são realmente apaixonadas. O orgão que precede a primeira harmonia vocal do disco já dá o tom do que vem pela frente. A faixa de abertura, que empresta o seu nome ao álbum, vem com tudo. De cara já é possível perceber a contribuição do fantástico Steve Marriott – um dos caras mais legais de todos – naqueles backings vocals que respondem aos versos, daquele jeito meio gritado que o Marriott dominava. É sensacional. O mais legal é que o Billy fez backing vocals naquele discaço do Small Faces, o ‘Ogdens’ Nut Gone Flake‘. Alguns dirão que essa música é um tanto super produzida – rola vários instrumentos, realmente. Mas isso não é um problema. O curioso é que a segunda faixa, “Come Again”, tem uma das produções menos extravagantes do disco. A ambiência do dedilhado do violão de 12 cordas fica em destaque. “Life is Short” já traz de volta os vocais e os metais de maneira mais forte, numa música que mistura sentimentos de insegurança e expectativa. Numa vibe mais tranquila, “Feeling Easy” traduz seu título através do seu som mais tranquilo e relaxado. “Daytime Girl”, lado B do single, é um dos pontos altos do disco e conta com um belo coda. A letra chama pelos beijos da paixão que trarão paz. Eu disse que era um disco apaixonado.
A “London Social Degree” – daquelas musicas de abreviação ‘LSD’ – deixa transparecer um pouco das sensações e da psicodelia presentes da época. Quando Caetano andou por Londres, ele descreveu a sua Portobello Road colorida pelo reggae. Já o Billy, com o olhar de um nativo, enxergou outra “Portobello Road“. Interessante como esse estilo de vocal e de melodia fariam sucesso agora, na segunda metade dos anos 2010. “Question Mark”, sobre solidão e com sua guitarra distorcida no final, e “Being Happy” dão sequencia ao álbum. O inconfundível fuzz do Steve Marriott e o belo vocal de Billy embalam “Girl From New York City”. O disco termina com a ótima e triste “It Brings Me Down”. A solidão e a desilusão do amor numa letra precisa e com variações muito boas na dinâmica da música, retomando os arranjos e as harmonias vocais presentes no disco todo.
E foi isso que gravou aquele jovem e sonhador Billy Nicholls. Imagine você, no lugar dele, com um disco recém-gravado por um pessoal da pesada e com ótimas composições suas. Perfeito, não? O problema é que aí que o negócio desandou. A Immediate, gravadora do Sr. Oldham, já nasceu fadada ao fracasso financeiro. Dependendo exclusivamente dos hits do Small Faces e com problemas graves de planejamento, logo o selo percebeu que não conseguiria se sustentar. E isso fez algumas vítimas, como o Billy Nicholls, o rock e a gente. Isso porque, por motivos nunca devidamente esclarecidos, o lançamento de “Would You Believe” foi cancelado. As 100 cópias produzidas na época figuram entre os discos mais valiosos do Reino Unido.
É verdade que, para um disco que mirava um sunshine pop como Mamas and the Papas, o lançamento em 1968 pode ser considerado tardio. Afinal, as coisas ficaram bem mais pesadas depois de 1967, na música e na guerra. Mas isso é só uma explicação mercadológica para o não lançamento do disco. Afinal, a música envolve muito mais que esses tipos de tendências que sufocam grandes talentos. Billy Nicholls lançou outros discos, tornou-se produtor e fez diversas colaborações na carreira. Mas segue como um desconhecido para grande parte do público e ninguém nunca saberá que rumo sua carreira teria tomado caso o disco fosse devidamente lançado em 1968.
“Would You Believe” só foi lançado em 1999, naquele clássico “antes tarde do que nunca”. Triste é pensar que essa é só mais uma história entre os infinitos casos de talentos que demoraram muito – ou até mesmo nunca obtiveram – algum reconhecimento. Cabe a nós corrigir essas injustiças, e só precisamos dar o play.
https://www.youtube.com/watch?v=FeN5eyf7VTI
E aí, curtiu os sons? Explore os links e desvende mais músicas! Tem alguma dica de discão ou sonzeira? Comente! A música boa é infinita.
Até semana que vem!
Data de Lançamento: 09 de janeiro
As reservas naturais da Terra estão chegando ao fim e um grupo de astronautas recebe a missão de verificar possíveis planetas para receberem a população mundial, possibilitando a continuação da espécie. Cooper é chamado para liderar o grupo e aceita a missão sabendo que pode nunca mais ver os filhos. Ao lado de Brand, Jenkins e Doyle, ele seguirá em busca de um novo lar.
Data de lançamento: 09 de janeiro.
Data de Lançamento: 09 de janeiro
Peça por Peça é uma autobiografia de Pharrell Williams, dirigido por Morgan Neville. A narrativa acompanha o cantor em seu processo imaginativo e criativo usando o Lego para construir sua história e o seu desenvolvimento artístico. Cada construção da sua vida no Lego é uma representação à partir de um marco criativo diferente. Pharrell estava desinteressado em fazer um filme tradicional sobre sua vida, então decidiu contar sua história de forma que libertasse a imaginação do público e a tornando acessível para qualquer idade. Desenvolvido a partir de sua visão singular, Peça por Peça define gêneros e expectativas para transportar o público para um mundo Lego onde tudo é possível.
Data de lançamento: 09 de janeiro.
Data de Lançamento: 09 de janeiro
Em 12.12: O Dia, o assassinato da maior autoridade da Coreia do Sul causa um caos político sem precedentes. O ano é 1979 e, após a morte do presidente Park, a lei marcial é decretada, dando abertura para um golpe de estado liderado pelo Comandante de Segurança da Defesa, Chun Doo-gwang (Hwang Jung-min), e seus oficiais. Ao mesmo tempo, o Comandante da Defesa da Capital, Lee Tae-shin (Jung Woo-sung), acredita que os militares não devem tomar decisões políticas e, por isso, tenta impedir com os planos golpistas. Em um país em crise, diferentes forças com interesses diversos entram em conflito nesse filme baseado no evento real que acometeu a Coreia do Sul no final da década de 70.
Data de Lançamento: 09 de janeiro
Em meio à turbulência política de Teerã, desencadeada pela morte de uma jovem, Iman, recém-promovido a juiz de instrução, enfrenta uma batalha interna contra a paranoia e o esgotamento mental. A pressão de sua nova posição e os eventos inquietantes que o cercam o empurram para um estado de vigilância constante. Quando sua arma pessoal desaparece misteriosamente, Iman começa a desconfiar de sua própria família, especialmente de sua esposa e filhas. Consumido pela suspeita, ele impõe regras rígidas e medidas extremas que rapidamente minam os laços familiares e levam todos ao limite. A trama aborda temas como poder, desconfiança e os impactos psicológicos das crises sociais. Enquanto Iman tenta equilibrar seu papel como juiz em um cenário politicamente carregado, ele se vê perdido entre o dever profissional e as consequências devastadoras de suas escolhas pessoais. O desaparecimento da arma se torna um catalisador para revelar não apenas os segredos ao seu redor, mas também os efeitos corrosivos de sua paranoia sobre as relações que mais importam. Com uma narrativa intensa e provocativa, o enredo questiona até onde a pressão pode levar uma pessoa e como isso pode transformar a dinâmica de uma família em tempos de crise.
Data de lançamento: 09 de janeiro.
Data de Lançamento: 09 de janeiro
RM: Right People, Wrong PlaceRM: Right People, Wrong Place é um documentário revelador, onde o líder do BTS, RM (ou Kim Namjoon), compartilha sua jornada íntima enquanto navega pelo estrelato global e trabalha em seu segundo álbum solo, Right Place, Wrong Person. Em busca de autoconhecimento e autenticidade, RM reflete sobre os desafios e sentimentos que moldam a sua vida pessoal e artística. Pela primeira vez, ele se permite ser verdadeiramente honesto consigo mesmo, revelando histórias e emoções até então desconhecidas por seus fãs. Acompanhando sua jornada criativa por diversas cidades ao longo de 2023, o documentário oferece um vislumbre único de sua busca pela verdade e pela conexão com o público. RM dá um passo à frente, abrindo a porta para compartilhar quem ele realmente é, além do ícone global que todos conhecem.
Data de lançamento: 09 de janeiro.
Data de Lançamento: 09 de janeiro
Em Meu Bolo Favorito, uma senhora de 70 anos chamada Mahin (Lili Farhadpour) vive sozinha em Teerã após a morte do marido e a ida da filha para a Europa. Seguindo sua rotina, regando as plantas, lavando as louças, vendo televisão à noite, Mahin é uma mulher solitária. Um dia, ela decide acompanhar suas amigas num chá da tarde e reencontra o ânimo para deixar a solidão para trás e recomeçar sua vida amorosa. Quando ela se abre para o amor e a paixão, um encontro inesperado coloca em seu destino um novo romance. Assim como Mahin, o taxista Faramarz (Esmaeel Mehrabi) procura um colo para se aconchegar. Os dois conversam sobre o envelhecimento, a morte, o amor e a vida e uma fagulha incendeia o coração de ambos. Meu Bolo Favorito foca na vida interna de seus protagonistas sem deixar de lado a política que acompanha o Irã pós-revolução, cultivando uma história sobre os desejos íntimos de uma mulher em um país onde seus direitos são negados.
Data de lançamento: 09 de janeiro.
Data de Lançamento: 09 de janeiro
Baby, o segundo longa-metragem do aclamado diretor Marcelo Caetano, conhecido por seu trabalho em Corpo Elétrico (2017), foi escolhido para participar da 63ª Semana da Crítica do Festival de Cannes 2024. Baby é o apelido que Wellington (João Pedro Mariano) recebe. Baby é um jovem recém-libertado de um centro de detenção para jovens, que se vê perdido nas ruas de São Paulo. Durante uma visita a um cinema com foco em produções pornográficas, ele conhece Ronaldo (Ricardo Teodoro), um garoto de programa que têm Baby como seu protegido e está determinado a ensinar as malícias da vida e novas formas de sobreviver. A partir de então, os dois iniciam uma relação tumultuada, marcada por conflitos entre exploração e proteção, ciúme e cumplicidade. Ambientado em um cenário urbano vibrante, Baby explora as complexidades das conexões humanas e os desafios de se reintegrar na sociedade após o período de detenção.
Data de lançamento: 09 de janeiro.
Data de Lançamento: 09 de janeiro
Um dos personagens mais queridos do universo de A Turma da Mônica irá enfrentar um grande desafio em Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa. Chico Bento acorda para mais um dia na Vila Abobrinha focado em conseguir subir em sua amada goiabeira para pegar a fruta sem o dono das terras saber. O que Chico não esperava era que sua preciosa árvore estaria ameaçada pela construção de uma estrada na região, já que, para desenhar a rodovia, será preciso pavimentá-la pela propriedade de Nhô Lau, exatamente onde a goiabeira está plantada. Focado em salvar a árvore, Chico Bento reúne seus amigos Zé Lelé, Rosinha, Zé da Roça, Tábata, Hiro e toda a comunidade para acabar com o projeto da família de Genezinho e Dotô Agripino. Com a turminha se metendo em diversas confusões, Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa traz uma aventura que irá tirar o sossego e a tranquilidade da Vila Abobrinha.
Data de lançamento: 09 de janeiro.
Data de Lançamento: 09 de janeiro
Em Babygirl, uma empresária bem-sucedida coloca sua família e carreira em risco em nome de um caso com seu estagiário bem mais jovem. No thriller erótico de Halina Reijn, Romy (Nicole Kidman) é uma executiva que conquistou seu posto como CEO com muita dedicação. O mesmo se aplica a sua família e o casamento com Jacob (Antonio Banderas). Tudo o que construiu é posto à prova quando ela embarca em um caso tórrido e proibido com seu estagiário Samuel (Harris Dickinson), que é muito mais jovem. A partir daí ela anda corda bamba de suas responsabilidades e, também, nas dinâmicas de poder que envolvem suas relações.
Data de lançamento: 09 de janeiro.