“Venom: Tempo de Carnificina” leva o relacionamento entre Eddie Brock e Venom a um novo patamar e quem ganha é o público

Foto: Columbia Pictures

A sequência de Venom estrelada por Tom Hardy prova que um ator dedicado ao seu personagem e envolvido com a produção faz toda diferença no resultado. “Venom: Tempo de Carnificina” traz de volta a dupla Simbionte e Eddie Brock enfrentando não um, não dois, mas três novos vilões. A aparição de Carnificina nas telonas é esperada desde o anúncio do primeiro filme, e no longa, o vilão se torna um plano de fundo para grande sessão de terapia de casal entre o jornalista e o alienígena.

No lançamento  somos apresentados ao Carnificina, um simbionte “filho”  de Venom que tem como hospedeiro Cletus Kassidy, um serial killer que simpatiza com Eddie Brock. No primeiro ato, ao interpretar o psicopata, Woody Harrelson traz outra voz para sua atuação, além da persona que o ator assume em seus trabalhos: um homem de meia idade um pouco sem noção que faz piadas em momentos inoportunos. Diferente disso, Cletus parece ser alguém além de um louco em suas primeiras cenas. Porém tudo isso acaba no segundo ato. 

Cletus Kassidy (Woody Harrelson)/Columbia Pictures

Já à outra personagem antagonista é dado pouco tempo de tela, impedindo o público de conhecer a versão da vilã mutante Shriek feita especialmente para o Universo Cinematográfico da Marvel. Assim como Harrelson, Naomi Harris parece repetir o seu papel em Piratas do Caribe, agora com outro poderes e acompanhada de um monstro vermelho. 

Deixando claro que a história orbita ao redor da relação entre os protagonistas, nenhum dos três vilões tem uma grande motivação além de querer acabar com Venom. O que não se torna algo tão ruim no fim das contas, já que a dinâmica entre Eddie Brock e o Simbionte é bem construída.

Foto: Columbia Pictures

Em “Venom: Tempo de Carnificina” Tom Hardy colocou toda sua pesquisa para jogo, rendendo ao ator seu nome entre os criadores da história. No novo filme, os fãs do anti-herói receberam aquilo que queriam. A relação quase afetiva entre Eddie e o alienígena, além de render boas risadas, realmente se assemelha a de um casal que convive a anos e, no filme, chega a inevitável crise que gera intermináveis brigas. O ator também apresenta sua impecável desenvoltura atuando sozinho nas cenas em que as DRs acontecem.

Infelizmente o roteiro do filme parece ter sido pensado para uma minissérie ─ assim como WandaVision ou O Falcão e o Soldado Invernal, com seus seis ou oito episódios ─ que não foi vendida e acabou sendo cortado para caber em 1h30min. As perdas são notáveis mas ainda sim são os melhores 90 minutos que o anti-herói teve nas telonas.

Para os fãs do UCM, o filme felizmente é indispensável e sua cena pós-credito (sim, apenas uma) gera novas teorias a respeito do futuro da Marvel nos cinemas.

Por Deyse Carvalho
06/10/2021 19h24

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