Valentim, Mega Sena e Inception: a arte do comportamento humano

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No último domingo (03), o Teatro Regina Vogue recebeu em seu palco “Dentro da sua mente: Valentim”. A apresentação, segundo o próprio protagonista, é feita por meio técnicas de programação neurolinguística, sugestão, ilusionismo e hipnose. E “sugestionar” é o que ele faz de melhor.

Com ares que chegam a ser canastrões, incluindo uma bela assistente de palco e um domínio questionável de oratória, Valentim não se abala em momento algum. Os números vão da adivinhação do sorteio de uma Mega Sena humanizada (afinal, “não se pode sugestionar nada a uma máquina”) — com participantes aleatórios da plateia — a desmascarar mentiras de acordo com movimentos corporais, e o ponto alto do espetáculo, sem dúvida, é a hipnose de voluntários.

Difícil não permanecer cético em dados momentos, mas impressiona ver uma quantidade de gente escolhida após um teste prévio de propensão à hipnose (todos estranhos uns aos outros) dormir no ombro alheio, agir como se estivesse em um concerto de rock e, inclusive, esquecer qualquer idioma possível e só falar o… “Cabritês”.

Além de tudo, o público permanece preso à cadeira até o último segundo, com uma mistura de surpresa, o já citado ceticismo e a desenvoltura impecável de um profissional extremamente competente quando se pensa em padrões de comportamento humano.

Se Valentim entra na mente de alguém, é difícil dizer, mas que ele consegue, em um intervalo de poucos minutos, implantar uma falsa memória no melhor estilo Inception, bem, isso ele fez com grande parte das pessoas que, certamente, não se arrependeram de conferir de perto as capacidades não só “sugestionadas” como provadas.

Por Alex Franco
03/08/2015 12h13