Quando o ator Thiago Lacerda tinha 18 anos e estava no início da carreira, ele se interessou pelas obras de Shakespeare. Era impossível não se impressionar pelas histórias do autor inglês, que se tornou um dos mais importantes dramaturgos do mundo por abordar um tema complexo e atemporal: o ser humano.
O contato de Lacerda com Shakespeare teve seus primeiros passos com Macbeth, Romeu e Julieta, Hamlet, Otelo e outras obras. Essa relação foi concretizada quando ele protagonizou uma montagem de Hamlet, dirigida por Ron Daniels em 2012. A experiência foi gratificante e, em outubro de 2015, Ron Daniels estreou o Repertório Shakespeare com Thiago Lacerda e outros 13 atores para apresentar as obras Macbeth e Medida Por Medida. As duas peças do Repertório Shakespeare fazem parte da programação da 25ª edição do Festival de Curitiba, que acontece entre os dias 22 de março e 3 de abril. O Curitiba Cult entrevistou por telefone o ator Thiago Lacerda sobre o projeto, a experiência de trabalhar com o diretor Ron Daniels e o zelo com o público.
No Repertório Shakespeare, Thiago Lacerda interpreta a trágica jornada de ambição do protagonista Macbeth e, em Medida Por Medida, ele dá vida ao Duque, um homem justo e correto que se descobre corrupto ao longo da história. Os dois espetáculos são, respectivamente, uma tragédia e uma comédia. Apesar de terem propostas diferentes no palco, Lacerda observa muitos pontos de convergência entre as duas, “O nosso diretor brinca que Shakespeare só escreveu uma peça e que na verdade são 38 obras que abordam temas recorrentes que afligiam o autor. O principal tema dele era o ser humano”, comenta o ator.
Essa capacidade que Shakespeare tinha de descrever o ser humano de forma tão íntima, além de falar dos mesmos assuntos de formas completamente diferentes, foi o que, na opinião de Thiago Lacerda, transformou a obra do dramaturgo em obras atemporais. Ele afirma que “enquanto existir um ser humano pisando no chão do planeta, Shakespeare vai ser atual”.
Ao descrever o que essa jornada pelas obras do dramaturgo inglês representa para a sua carreira, Lacerda destaca a oportunidade de contar histórias maravilhosas e o privilégio de trabalhar lado a lado com o diretor brasileiro Ron Daniels. Sim, apesar do nome que soa estrangeiro, Ron nasceu no Brasil, em Niterói, no ano de 1942. Antes de sair do país, o diretor era conhecido como Ronaldo Daniel e, em parceria com José Celso Martinez e Renato Borghi, fundou em São Paulo o Teatro Oficina. Na década de 60 Ron viajou para a Europa, mas, quando soube do golpe militar que acontecia no Brasil, resolveu não voltar e desenvolver a carreira no exterior. Hoje, rebatizado e erradicado nos Estados Unidos, Ron Daniels é diretor honorário da Royal Shakespeare Company. Durante a carreira, Ron já assinou mais de 40 montagens de Shakespeare. Diante desse currículo, Lacerda pensa que é um privilégio dividir o espaço de cena com Ron, um diretor brasileiro que o Brasil desconhece. “[Ronaldo] é uma das maiores autoridades no mundo sobre Shakespeare, poucas pessoas são capazes de falar de Shakespeare com tanta intimidade quanto ele”.
O profundo conhecimento sobre as obras de Shakespeare, porém, não é o único motivo pelo qual o ator admira Ron Daniels. Lacerda também fica feliz pela oportunidade de trabalhar com alguém que compartilha das mesmas ideias que ele tem sobre o teatro. Poder contar boas histórias para o maior número de pessoas possível pode ser um resumo do que Thiago acredita na profissão dele. É por esse motivo que o ator de identifica com a visão de Ron Daniels sobre as obras de Shakespeare, “Para o Ronaldo, o teatro tem que ser entendido pela plateia. O teatro de Shakespeare pode ser um teatro de alto nível oferecido para o povo, para que as pessoas voltem ao teatro”, explica. Ator e diretor concordam: a intenção é contar as histórias de Shakespeare de maneira simples, objetiva e, ao mesmo tempo, fiel à obra.
Quanto à possibilidade de continuar essa imersão nas obras de Shakespeare junto com Ron Daniels em futuros projetos, Thiago responde animado, “Sim, a gente não termina por aqui”.
Ao todo, são 14 atores que atuam em ambas as peças do Repertório Shakespeare – Macbeth e Medida Por Medida. Para atingir o objetivo de proporcionar um tetro simples e de qualidade, é preciso muita dedicação por parte atores, e, de acordo com Thiago Lacerda, grande parte dessa preparação se encontra no estudo do texto, “Todas as respostas que os atores precisam sobre os personagens, conflitos e a engenharia dramática de Shakespeare estão no texto. Então a nossa preparação é em torno do texto, sempre foi”, diz o ator.
O texto no qual Thiago e os atores do projeto se baseiam para encenar é o mesmo que foi usado para realizar inúmeras montagens da obra de Shakespeare pelo mundo. Isso se torna um desafio para o autor que procura sempre se inovar no palco. Para essa situação tão recorrente no universo do teatro, Thiago já tem uma estratégia definida: imaginar que essas peças nunca foram contadas antes. “O que a gente faz é imaginar que as histórias estão sendo contadas pela primeira vez, que o público não as conhece. Acho que está nisso o segredo da nossa capacidade de revelar para as pessoas uma ideia sobre a obra de Shakespeare”, exemplifica.
Esse raciocínio revela uma generosidade muito grande com o público que, para o ator, é um fator primordial. Durante a entrevista, Thiago Lacerda não economiza palavras para demonstrar o cuidado que os profissionais do teatro devem ter com as pessoas que vão assistir aos espetáculos. “No teatro, a principal preocupação deve ser o público. Essa era a preocupação de Shakespeare”, afirma.
Em relação ao festival, Lacerda se mostra entusiasmado para encenar, pois considera que é uma tarefa importante formar uma plateia e fazer com que ela volte sempre ao teatro, considerando todos os empecilhos que acompanham o teatro nacional atualmente. “O público de teatro no Brasil tem sido negligenciado, os preços são complicados e os teatros públicos estão cada vez mais abandonados, assim como a educação. Então se a gente puder fomentar as pessoas e cuidar para que elas voltem ao teatro, isso é um serviço muito grande à nossa profissão”, comenta.
As apresentações de Macbeth acontecem nos dias 25 de março às 21h, e 26 de março às 20h. “Medida por Medida”, ocorre nos dias 26 de março às 16h, e 27 de março às 19h. Os dois espetáculos acontecem no Teatro Positivo. Os ingressos para ambas as apresentações custam R$70,00 (inteira) e podem ser adquiridos nas bilheterias oficiais do evento (Shopping Mueller, Palladium, ParkShoppingBarigui e Pátio Batel) ou pelo site.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
As Crônicas de Uma Relação Passageira conta a história do romance entre Charlotte (Sandrine Kiberlain) e Simon (Vicenti Macaigne) que se conhecem em uma festa. Charlotte é uma mãe e solteira, já Simon é um homem casado e sua esposa está grávida. Eles se reencontram num bar e começam um relacionamento repleto de percalços. Ela é mais extrovertida, pouco preocupada com o que os outros pensam. Ele é mais tímido e retraído. A princípio, os opostos realmente se atraem e ambos concordaram em viver uma relação apenas de aventuras, mas tudo se complica quando os dois criam sentimentos um pelo outro e o que era para ser algo muito bom, acaba se tornando uma relação perturbadora.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Dirigido e roteirizado por Pat Boonnitipat, a trama dessa ficção emocionante, Como Ganhar Milhões Antes que a Vó Morra, acompanha a jornada do jovem When M (Putthipong Assaratanakul), que passa a cuidar de sua avó doente chamada Amah (Usha Seamkhum), instigado pela herança da idosa. O plano é conquistar a confiança de sua avó, assim será o dono de seus bens. Tendo interesse apenas no dinheiro que Amah tem guardado, When resolve largar o trabalho para ficar com a senhora. Movido, também, por sentimentos que ele não consegue processar, como a culpa, o arrependimento e a ambição por uma vida melhor, o jovem resolve planejar algo para conseguir o amor e a preferência da avó antes que a doença a leve de vez. Em meio à essa tentativa de encantar Amah, When descobre que o amor vem por vias inimagináveis.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Um aspirante a escritor utiliza um alter ego para desenvolver seu primeiro romance. Em Sebastian, Max é um jovem de 25 anos que vive como escritor freelancer em Londres trabalhando com artigos para uma revista. Ter um livro publicado fala alto na lista de desejos do rapaz e, então, ele encontra um tema para explorar: o trabalho sexual na internet. Se a vida é um veículo de inspiração para um artista, Max corre atrás das experiências necessárias para desenvolver a trama de seu livro. Com isso, durante a noite, Max vira Sebastian, um trabalhador sexual com um perfil em um site no qual se oferece pagamentos por uma noite de sexo. Com essa vida dupla, Max navega diferentes histórias, vulnerabilidades e os próprios dilemas. Será que esse pseudônimo é apenas um meio para um fim, ou há algo a mais?
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Uma comédia em que grandes segredos e humilhações se cruzam e vem à tona. Histórias Que é Melhor Não Contar apresenta situações com as quais nos identificamos e que preferimos não contar, ou melhor, que preferimos esquecer a todo custo. Encontros inesperados, momentos ridículos ou decisões sem sentido, o filme aborda cinco histórias com um olhar ácido e compassivo sobre a incapacidade de controlar nossas próprias emoções. Na primeira história, uma mulher casada se vê atraída por um rapaz que conheceu em um passeio com o cachorro. Em seguida, um homem desiludido com seu último relacionamento se vê numa situação desconfortável na festa de um amigo. Na terceira, um grupo de amigas atrizes escondem segredos uma da outra. Por último, um professor universitário toma uma decisão precipitada; e um homem casado acha que sua mulher descobriu um segredo seu do passado. Com uma estrutura episódica, as dinâmicas do amor, da amizade e de relacionamentos amorosos e profissionais estão no cerne desse novo filme de Cesc Gay.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Lee, dirigido pela premiada cineasta, Ellen Kuras, vai contar a história da correspondente de guerra da revista Vogue, durante a Segunda Guerra Mundial, Elizabeth Lee Miller. O filme vai abordar uma década crucial na vida dessa fotógrafa norte-americana, mostrando com afinco o talento singular e a tenacidade dela, o que resultou em algumas das imagens de guerra mais emblemáticas do século XX. Isso inclui a foto icônica que Miller tirou dela mesma na banheira particular de Hitler. Miller tinha uma profunda compreensão e empatia pelas mulheres e pelas vítimas sem voz da guerra. Suas imagens exibem tanto a fragilidade quanto a ferocidade da experiência humana. Acima de tudo, o filme mostra como Miller viveu sua vida a todo vapor em busca da verdade, pela qual ela pagou um alto preço pessoal, forçando-a a confrontar um segredo traumático e profundamente enterrado de sua infância.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Prólogo do live action de Rei Leão, produzido pela Disney e dirigido por Barry Jenkins, o longa contará a história de Mufasa e Scar antes de Simba. A trama tem a ajuda de Rafiki, Timão e Pumba, que juntos contam a lenda de Mufasa à jovem filhote de leão Kiara, filha de Simba e Nala. Narrado através de flashbacks, a história apresenta Mufasa como um filhote órfão, perdido e sozinho até que ele conhece um simpático leão chamado Taka – o herdeiro de uma linhagem real. O encontro ao acaso dá início a uma grande jornada de um grupo extraordinário de deslocados em busca de seu destino, além de revelar a ascensão de um dos maiores reis das Terras do Orgulho.