Segurei a pontinha de metal da fita métrica amarela bem na esquina do rodapé de cimento que sustenta o vidro da varanda e fui desenrolando-a pela superfície da parede, acompanhando o andar dos tracinhos e números, até chegar do outro lado. 1,85m. Por exatos três centímetros, eu tinha perdido a discussão.
De tempos em tempos, o apartamento passa por um troca-troca de disposição dos móveis, plantas, tapetes, quadros e um sem número de qualquer coisa não fixa. Às vezes também vai pra parede uma tinta de outra cor ou um lambe-lambe que piscou numa oferta na tela do celular.
Talvez seja a busca eterna por novidade, minha. Ou a vontade de colocar em prática tudo que absorveu dos programas de reforma, dela. Mas aqui em casa, em uma rotatividade bem considerável, vira e mexe mexemos e remexemos num algo e filtro de barro vira vaso de flor ou biblioteca vira bar. E essa foi a vez da “salinha” na varanda (mais especificamente o sofá da varanda, que é o que compreende “a salinha”).
Na tarde em que surgiu o plano da nova disposição naquela área da varanda, eu insistia que por mais que a ideia de mudar o sofá de lugar fosse genial- e de fato era ótima em termos de ampliar o espaço, aumentar a circulação e tornar o ambiente esteticamente mais interessante – ele simplesmente não cabia naquele espaço e pronto. Afinal, era visível, nítido, que o sofá era muito maior que a parede. E foi nesse Quer apostar? que peguei a fita métrica. E quebrei a cara.
Quando constatei com a fita que o sofá caberia num encaixe perfeito encostado naquela parede, como se feito sob medida só para aumentar a humilhação de meu fracasso na discussão prévia do cabe – não cabe, apesar de ter perdido o bate-boca da razão, comemorei.
Depois do “arrasta-arrasta” de cestos, baú e mesinha de apoio pra lá, e fazer o cálculo perfeito para manobra precisa e apertada, levantamos, reviramos e arrastamos aquele sofá que parecia feito de chumbo, e finalmente o encaixamos em seu novo spot.
No seu azul turquesa desbotado pelo sol excesso de sol, sempre bem-vindo, o sofá pintava o conforto naquele cantinho. Curtimos o fim de tarde e começo de noite sentadas em novos ângulos e celebrando mais uma modificação bem sucedida. E foi na manhã seguinte, quando sentei para escrever no habitual sofázinho da varanda, que a coisa desandou.
De repente, quando levantei a cabeça olhando desfocadamente para frente, através da tela do computador, em busca de algo sobre o que escrever, vi o estático da parte da churrasqueira. Ao olhar para frente, não enxergava mais o movimento lá de fora, das pessoas circulando, dos cachorros atentos ao atravessar o cruzamento, e principalmente, não via mais a casinha perdida dentre os prédios que faz aparecer no meu imaginário tantas cenas e histórias.
Notei que o movimento da rua maquinava minha cabeça, e o estático da casa paralisava minhas ideias, sendo impossível conseguir escrever algo sem olhar para o lado. Sob pena de desenvolver um grave torcicolo, antes dela acordar, entre suspiros de força, gotas de suor e já quase com um sinal de dor na lombar, voltei o sofá para seu lugar original. Em alguns ângulos, não se pode mexer.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
As Crônicas de Uma Relação Passageira conta a história do romance entre Charlotte (Sandrine Kiberlain) e Simon (Vicenti Macaigne) que se conhecem em uma festa. Charlotte é uma mãe e solteira, já Simon é um homem casado e sua esposa está grávida. Eles se reencontram num bar e começam um relacionamento repleto de percalços. Ela é mais extrovertida, pouco preocupada com o que os outros pensam. Ele é mais tímido e retraído. A princípio, os opostos realmente se atraem e ambos concordaram em viver uma relação apenas de aventuras, mas tudo se complica quando os dois criam sentimentos um pelo outro e o que era para ser algo muito bom, acaba se tornando uma relação perturbadora.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Dirigido e roteirizado por Pat Boonnitipat, a trama dessa ficção emocionante, Como Ganhar Milhões Antes que a Vó Morra, acompanha a jornada do jovem When M (Putthipong Assaratanakul), que passa a cuidar de sua avó doente chamada Amah (Usha Seamkhum), instigado pela herança da idosa. O plano é conquistar a confiança de sua avó, assim será o dono de seus bens. Tendo interesse apenas no dinheiro que Amah tem guardado, When resolve largar o trabalho para ficar com a senhora. Movido, também, por sentimentos que ele não consegue processar, como a culpa, o arrependimento e a ambição por uma vida melhor, o jovem resolve planejar algo para conseguir o amor e a preferência da avó antes que a doença a leve de vez. Em meio à essa tentativa de encantar Amah, When descobre que o amor vem por vias inimagináveis.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Um aspirante a escritor utiliza um alter ego para desenvolver seu primeiro romance. Em Sebastian, Max é um jovem de 25 anos que vive como escritor freelancer em Londres trabalhando com artigos para uma revista. Ter um livro publicado fala alto na lista de desejos do rapaz e, então, ele encontra um tema para explorar: o trabalho sexual na internet. Se a vida é um veículo de inspiração para um artista, Max corre atrás das experiências necessárias para desenvolver a trama de seu livro. Com isso, durante a noite, Max vira Sebastian, um trabalhador sexual com um perfil em um site no qual se oferece pagamentos por uma noite de sexo. Com essa vida dupla, Max navega diferentes histórias, vulnerabilidades e os próprios dilemas. Será que esse pseudônimo é apenas um meio para um fim, ou há algo a mais?
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Uma comédia em que grandes segredos e humilhações se cruzam e vem à tona. Histórias Que é Melhor Não Contar apresenta situações com as quais nos identificamos e que preferimos não contar, ou melhor, que preferimos esquecer a todo custo. Encontros inesperados, momentos ridículos ou decisões sem sentido, o filme aborda cinco histórias com um olhar ácido e compassivo sobre a incapacidade de controlar nossas próprias emoções. Na primeira história, uma mulher casada se vê atraída por um rapaz que conheceu em um passeio com o cachorro. Em seguida, um homem desiludido com seu último relacionamento se vê numa situação desconfortável na festa de um amigo. Na terceira, um grupo de amigas atrizes escondem segredos uma da outra. Por último, um professor universitário toma uma decisão precipitada; e um homem casado acha que sua mulher descobriu um segredo seu do passado. Com uma estrutura episódica, as dinâmicas do amor, da amizade e de relacionamentos amorosos e profissionais estão no cerne desse novo filme de Cesc Gay.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Lee, dirigido pela premiada cineasta, Ellen Kuras, vai contar a história da correspondente de guerra da revista Vogue, durante a Segunda Guerra Mundial, Elizabeth Lee Miller. O filme vai abordar uma década crucial na vida dessa fotógrafa norte-americana, mostrando com afinco o talento singular e a tenacidade dela, o que resultou em algumas das imagens de guerra mais emblemáticas do século XX. Isso inclui a foto icônica que Miller tirou dela mesma na banheira particular de Hitler. Miller tinha uma profunda compreensão e empatia pelas mulheres e pelas vítimas sem voz da guerra. Suas imagens exibem tanto a fragilidade quanto a ferocidade da experiência humana. Acima de tudo, o filme mostra como Miller viveu sua vida a todo vapor em busca da verdade, pela qual ela pagou um alto preço pessoal, forçando-a a confrontar um segredo traumático e profundamente enterrado de sua infância.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Prólogo do live action de Rei Leão, produzido pela Disney e dirigido por Barry Jenkins, o longa contará a história de Mufasa e Scar antes de Simba. A trama tem a ajuda de Rafiki, Timão e Pumba, que juntos contam a lenda de Mufasa à jovem filhote de leão Kiara, filha de Simba e Nala. Narrado através de flashbacks, a história apresenta Mufasa como um filhote órfão, perdido e sozinho até que ele conhece um simpático leão chamado Taka – o herdeiro de uma linhagem real. O encontro ao acaso dá início a uma grande jornada de um grupo extraordinário de deslocados em busca de seu destino, além de revelar a ascensão de um dos maiores reis das Terras do Orgulho.