Meu filho: Eu vejo você

Foto: Larm Rmah via Unsplash

Já diz o ditado:  “ o que engorda o boi é o olho do dono!”, mas não apenas o boi, o gado, mas podemos aplicar esta frase de forma genérica e adaptando-a a praticamente todos os nossos empreendimentos, projetos e até mesmo relacionamentos.

O que “engorda o boi” é o olhar constante, a atenção, o tempo gasto em cuidar e assegurar que um empreendimento realmente funcione, evolua e obtenha sucesso. E esse “olho” pode e deve ser aplicado a todos os setores de nossas vidas. Quando cuidamos e nos dedicamos a nossos trabalhos, eles alcançam sucesso, quando aplicamos tempo e disposição em nossos objetivos, estes igualmente prosperam. Todo empreendedor sabe que tempo é dinheiro, ou seja, quanto mais tempo empregado em algo, maiores serão as chances de sucesso. Acredito que essa métrica já seja até mesmo uma unanimidade.

Mas e quando o assunto são nossos relacionamentos familiares, será que somos capazes de utilizar desta mesma métrica para alcançar o sucesso? Será que entendemos que o que “engorda” os nossos filhos é o “nosso olho”?

Entristeço-me profundamente ao ouvir pais relatando orgulhosamente que os filhos já dormem sozinhos aos dois anos em seus próprios quartos, que já se alimentam sem nenhuma ajuda e que não precisam dos pais para quase nada. Não estou aqui questionando autonomia nem independência psicomotora, mas sim, colocando em cheque a questão da presença, do afeto, da proteção amorosa paternal, do colo, do aconchego, que logo após esta suposta independência tão valorizada pela sociedade moderna vai rapidamente ser esquecida e substituída por outras satisfações, entre elas a tecnologia, outros amigos, quando não muito, na adolescência o álcool e até mesmo as drogas.

O alto nível de depressão entre pré-adolescentes subiu assustadoramente nos últimos anos e vem preocupando pais e educadores que percebem desejos de mutilação e até mesmo tentativas de suicídio em jovens com cada vez menos idade.

Onde nos perdemos como pais? Onde estamos errando?

A psicologia aponta uma resposta: A falta de presença!

Não estamos mais disponibilizando tempo de presença e escuta aos nossos jovens. Não temos mais aquele tempo em silêncio, ocioso, em casa, sem estímulos, onde o silêncio gera coragem para se contar ou dividir algo, e saber que o outro vai apenas te ouvir, sem sair logo julgando ou condenando. Apenas ouvir. Entender e acima de tudo: acolher! Para somente depois, com cuidado e amor resolver o que precisa ser resolvido e se for o caso, corrigido.

Se teu filho quiser dormir na sua cama, agradeça! Isto é uma benção! Ela ainda te vê como um protetor. Mas se você for ao quarto dele e se deitar ao seu ladinho e ele te repelir: atenção! Vocês estão em perigo. Procure ajuda o quanto antes, vocês ainda podem se recuperar. O amor nunca desiste!

E então? Tem coragem de fazer o teste? Se quiser, deixe seus comentários aqui e seguiremos juntos nesta jornada de auto-ajuda. Boa semana e até domingo que vem.

Sucesso nesta jornada incrível!

Por Kelly Von Knoblauch
12/12/2021 17h47

Artigos Relacionados

O Fluxo da Vida

O Tamanho da Nossa Coragem