É sempre bom mostrar que o Curitiba Cult considera válidas todas as formas de expressões culturais, sejam elas relacionadas à música, ao cinema e às artes visuais. Desta vez, a gente vai falar de improviso. Desta vez, falaremos de jazz.
Nessa quarta-feira (20), o WNK bar recebeu em seu porão uma noite que prometia muita, muita literatura. De fato, isso foi entregue. Narrando “sentimentos, particularidades, sensações, sofrimentos e alegrias, crônicas confessionais, que exploram acontecimentos cotidianos pelo olhar de Adriana Sydor”, Ieda Godoy e Ricardo Pozzo, figuras conhecidas pela manutenção da vivência literária na cidade, dividiram o palco com Laís Mann, Ines Gutierrez, Etel Frota, Lina Faria e Rogéria Holtz e deram vida à pluralidade da figura feminina apresentada — como se Adriana, afinal, com seu discurso, fosse um pedaço de cada pessoa escutando as narrativas.
E a noite não poderia ser mais propícia. Hipnotizada, a plateia esteve entregue às narrativas intercaladas e cuja ambientação se deu com acordes sutis de jazz ambiente — o céu estrelado sem nuvem alguma atestou a beleza do momento. A construção de um ambiente intimista voltado à imersão tornou a música um elemento complementar (ainda que não protagonista). Entretanto, ao fim da leitura e depois de agradecimentos efusivos aos amantes da literatura, a coisa mudou de figura.
Ainda batendo papos aleatórios que uma noite tão inspiradora propicia, Bernardo Manita, pianista, cantor e compositor, foi convidado por Jeff Sabbag, pianista, para dar uma palinha ao pessoal que estava na casa. Inicialmente relutante, o rapaz acabou cedendo. Os deuses sabem o que fazem!
Tendo começado sua carreira com piano erudito, logo depois de acomodar-se, Manita fez soarem as primeiras notas de blues — Georgia on my mind, Ray. A atenção de todos foi capturada. Assim que a voz tomou corpo, não havia uma pessoa que estivesse menos que encantada com a apresentação. Ieda Godoy o definiu como sendo uma espécie de Charles — uma das inspirações iniciais dele. Jeff Sabbag acompanhava ao lado, sem interferir.
Então, no meio da execução de uma música, Sabbag se espremeu lado dele e, com uma das mãos, começou a tocar junto — logo a outra começou a se mexer também: de repente, uma apresentação de piano a quatro mãos. Impecável. E teria sido já inacreditável aos olhos de um mero apreciador de música se a noite se encerrasse com essa “amostra” do que músicos talentosos e dedicados são capazes de fazer, só que teve mais. Ah, se teve.
O baixista e jazzista José Antonio Boldrini chegou, do nada, e ficou um pouco desconcertado com a cena — na qual, ainda, não estava incluído. Sem fazer cerimônia, subiu ao palco e pegou o contra-baixo; depois de uma breve análise do ambiente, fechou os olhos, respirou fundo e iniciou sua participação como se fosse apenas um amigo dando “oi” aos companheiros. A música permaneceu sem sofrer com nada. Ela foi complementada naturalmente. Os três conversavam sem nem trocarem olhares, e a linguagem que eles mais entendiam rendeu uma apresentação inesquecível e, me atrevo a dizer, histórica.
O que eles fizeram, afinal, foi ministrar um culto que faria Alceu Valença chorar emocionado. Nós, os fiéis, presenciamos o milagre. Natalie Cole agradeceu de onde quer que ela esteja, disso estou certo. Ray riu até dizer chega em algum outro plano. “As pessoas têm que entender que o Jazz não deveria ser elitizado, é uma música popular, que começou nos bordéis”, disse Sabbag certa vez, em defesa da disseminação do ritmo. Nós, portanto, vivemos algo a ser contado, repassado e reproduzido: sonho de uma noite de improviso.
CONFIRA ALGUMAS FOTOS DA NOITE: ANA GUIMARÃES
Data de Lançamento: 21 de novembro
Retrato de um Certo Oriente, dirigido por Marcelo Gomes e inspirado no romance de Milton Hatoum, vencedor do Prêmio Jabuti, explora a saga de imigrantes libaneses no Brasil e os desafios enfrentados na floresta amazônica. A história começa no Líbano de 1949, onde os irmãos católicos Emilie (Wafa’a Celine Halawi) e Emir (Zakaria Kaakour) decidem deixar sua terra natal, ameaçada pela guerra, em busca de uma vida melhor. Durante a travessia, Emilie conhece e se apaixona por Omar (Charbel Kamel), um comerciante muçulmano. Contudo, Emir, tomado por ciúmes e influenciado pelas diferenças religiosas, tenta separá-los, o que culmina em uma briga com Omar. Emir é gravemente ferido durante o conflito, e Emilie é forçada a interromper a jornada, buscando ajuda em uma aldeia indígena para salvar seu irmão. Após a recuperação de Emir, eles continuam rumo a Manaus, onde Emilie toma uma decisão que traz consequências trágicas e duradouras. O filme aborda temas como memória, paixão e preconceito, revelando as complexas relações familiares e culturais dos imigrantes libaneses em um Brasil desconhecido e repleto de desafios.
Data de Lançamento: 21 de novembro
A Favorita do Rei é um drama histórico inspirado na vida de Jeanne Bécu, filha ilegítima de uma costureira humilde, que alcança o auge da corte francesa como amante oficial do rei Luís XV. Jeanne Vaubernier (interpretada por Maïwenn) é uma jovem ambiciosa que, determinada a ascender socialmente, utiliza seu charme para escapar da pobreza. Seu amante, o conde Du Barry (Melvil Poupaud), enriquece ao lado dela e, ambicionando colocá-la em um lugar de destaque, decide apresentá-la ao rei. Com a ajuda do poderoso duque de Richelieu (Pierre Richard), o encontro é orquestrado, e uma conexão intensa surge entre Jeanne e Luís XV (Johnny Depp). Fascinado por sua presença, o rei redescobre o prazer da vida e não consegue mais se imaginar sem ela, promovendo-a a sua favorita oficial na corte de Versailles. No entanto, esse relacionamento escandaloso atrai a atenção e o desagrado dos nobres, provocando intrigas e desafios que Jeanne terá de enfrentar para manter sua posição privilegiada ao lado do monarca.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Em A Linha da Extinção, do diretor Jorge Nolfi, nas desoladas Montanhas Rochosas pós-apocalípticas, um pai solteiro e duas mulheres corajosas se veem forçados a deixar a segurança de seus lares. Unidos por um objetivo comum, eles embarcam em uma jornada repleta de perigos, enfrentando criaturas monstruosas que habitam esse novo mundo hostil. Com o destino de um menino em suas mãos, eles lutam não apenas pela sobrevivência, mas também por redenção, descobrindo a força da amizade e o poder da esperança em meio ao caos. Essa aventura épica revela o que significa ser família em tempos de desespero.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Baseado no musical homônimo da Broadway, Wicked é o prelúdio da famosa história de Dorothy e do Mágico de Oz, onde conhecemos a história não contada da Bruxa Boa e da Bruxa Má do Oeste. Na trama, Elphaba (Cynthia Erivo) é uma jovem do Reino de Oz, mas incompreendida por causa de sua pele verde incomum e por ainda não ter descoberto seu verdadeiro poder. Sua rotina é tranquila e pouco interessante, mas ao iniciar seus estudos na Universidade de Shiz, seu destino encontra Glinda (Ariana Grande), uma jovem popular e ambiciosa, nascida em berço de ouro, que só quer garantir seus privilégios e ainda não conhece sua verdadeira alma. As duas iniciam uma inesperada amizade; no entanto, suas diferenças, como o desejo de Glinda pela popularidade e poder, e a determinação de Elphaba em permanecer fiel a si mesma, entram no caminho, o que pode perpetuar no futuro de cada uma e em como as pessoas de Oz as enxergam.
Data de Lançamento: 20 de novembro
No suspense Herege, Paxton (Chloe East) e Barnes (Sophie Thatcher) são duas jovens missionárias que dedicam seus dias a tentar atrair novos fiéis. No entanto, a tarefa se mostra difícil, pois o desinteresse da comunidade é evidente. Em uma de suas visitas, elas encontram o Sr. Reed (Hugh Grant), um homem aparentemente receptivo e até mesmo inclinado a converter-se. Contudo, a acolhida amistosa logo se revela um engano, transformando a missão das jovens em uma perigosa armadilha. Presas em uma casa isolada, Paxton e Barnes veem-se forçadas a recorrer à fé e à coragem para escapar de um intenso jogo de gato e rato. Em meio a essa luta desesperada, percebem que sua missão vai muito além de recrutar novos seguidores; agora, trata-se de uma batalha pela própria sobrevivência, na qual cada escolha e cada ato de coragem serão cruciais para escapar do perigo que as cerca.