Noutro canto da cidade, quando cruzo o trilho de trem lá perto da Itupava, ergo os pés do chão do carro (uns segundos de descontrole liberando acelerador e freio) e faço um pedido.
Sei lá qual a relação entre atravessar um trilho de trem, levantar os pés do chão e ter em troca um vale-pedido. O Google também não soube responder e indago qual a extensão do conhecimento desse vale-pedido. Mas eu desde, sempre, cruzo os trilhos com os pés suspensos mentalizando algo, com um por favor na frente. Sou radicalmente contra desperdiçar oportunidades de fazer pedidos – é como dar de ombros pros desejos guardados.
E aí que surgiu o problema.
Do meu lado, uma garota que é uma fonte sem fundo de vales-pedidos: cílios e mais cílios caem diariamente pelo seu rosto. Me pego pensando se meu inconsciente levou em conta esses olhos carregados de cílios quando nos escolhemos. Mas o vale-pedido do cílio, se disputa no dedinho. E quando uma não quer, duas não brincam.
Foi esses dias, no meio de um papo qualquer atiradas no sofá que vi bem pertinho da linha de seu olho esquerdo um cílio me chamando. Enquanto ela articulava no ar falando algo que eu já nem mais prestava atenção, meti o dedo pra buscar o safado e quase errei a mira (não tenho tanta certeza quanto ao quase – depende do ponto de vista). Resultado: ela não me deu o dedo.
Já fazia uma semana que me torturava com mil cílios caídos e nenhuma disputa pelo pedido – um mar de sonhos desperdiçados.
Era começo duma noite abafada. As calçadas lotadas, galera curtindo o tempinho bom e meio raro. Cabeça erguida pro céu. Vi que brilhava lá uma estrela solitária. Primeira estrela que eu vejo, realize o meu desejo. Por favor, que ela volte a me liberar o pedido dos cílios.
Deram dois chopes, ela se aproximou passando os braços pelo meu pescoço, e eu vi ali, gritando, grudado na bochecha direita um cílio com resquícios de rímel. Levantei o indicador num sorrisinho e numa suspirada que já conheço, ela me autoriza a pegar o cílio.
Grudo meu dedo no dela, quando soltamos, o cílio fica preso em suas digitais.
Data de Lançamento: 03 de outubro
Em Monster Summer, dirigido por David Henrie, é uma aventura de terror e mistério que vai trazer a narrativa de uma Noah (Mason Thames) e seus amigos que, após uma força misteriosa começa a atrapalhar a diversão de virão do grupo, eles se unem a um detetive policial aposentado, o Gene (Mel Gibson), para que juntos possam embarcar em uma emocionante aventura com a intenção de salvar sua ilha, que até então era calma e pacífica.
Data de Lançamento: 03 de outubro
Em Coringa 2, acompanhamos a sequência do longa sobre Arthur Fleck (Joaquin Phoenix), que trabalhava como palhaço para uma agência de talentos e precisou lidar desde sempre com seus problemas mentais. Vindo de uma origem familiar complicada, sua personalidade nada convencional o fez ser demitido do emprego, e, numa reação a essa e tantas outras infelicidades em sua vida, ele assumiu uma postura violenta – e se tornou o Coringa. A continuação se passa depois dos acontecimentos do filme de 2019, após ser iniciado um movimento popular contra a elite de Gotham City, revolução esta, que teve o Coringa como seu maior representante.