Três andares. Três anos. Três milhões de hipóteses lançadas sobre a futura destinação do imóvel. Zero vantagens imediatas.
Do outro lado da rua, bem na esquina, o gramado verde interrompido pelo muro do condomínio que domina boa parte da quadra era a primeira coisa que eu via do mundo lá fora ao abrir a persiana da janela do quarto pelas manhãs.
Certa manhã, ao puxar a cordinha da persiana que levantava a cortina de metal e ia revelando o dia com a mesma lentidão de quem acabou de abrir os olhos, despertei meu cérebro antes mesmo do café em um susto: o gramado estava cercado por tapumes.
Aquele pedaço de grama, que parecia tão pequeno que não dava nem pra chamar de terreno, por isso, sim, pedaço, que mais parecia só um alongamento do espaço da calçada de tão limitado que era, mas pelo menos dava uma cor verde que quebrava o cinza todo cada vez mais presente no bairro, aquele pedaço de grama, estava também fadado a perder suas cores. A imagem emoldurada pelos ladrilhos brancos da janela, passava da paleta verde pra desanimadora cor-de-cortiça-cinza-construção.
Desde o dia que os tapumes cercaram o pedacinho daquela natureza, agora já morta, lanço hipóteses do que diabos vão construir ali. Já que ia perder o verde, que fosse pra um lugar com o melhor pão de queijo da cidade, ou com o chope mais gelado, ou com o hamburguer mais suculento, mas por favor que não fosse mais uma sede de imobiliária, que parece que brotam mais do que farmácias.
No espaço cercado, cresceu a construção de três andares, erguendo uma poeirada que fez meus gastos com antialérgico ultrapassarem os limites do aceitável. E aí, quando faltava só finalizar a construção, quando finalmente eu descobriria o que iria acontecer ali, veio a pandemia. E por meses e mais meses observei a construção, ainda cercada pelos tapumes, esperando o dia da grande revelação.
A retomada da obra foi recente, tiraram os tapumes, arrumaram a calçada e duas vagas de estacionamento, colocaram esquadrilhas pretas nos janelões que tomavam os três andares das laterais do imóvel, mas nada de pistas do que sairia ali.
Voltando para casa semana passada, o sinal verde e o trânsito intenso atrás de mim fizeram com que eu olhasse a construção só rapidamente, com uma virada de pescoço. E foi aí que vi de relance um cartaz colado em um dos vidros. Acelerei até entrar na garagem do meu prédio e girei o volante descendo os dois andares até a vaga no subsolo. O elevador, principal inimigo da pressa, não chegava e subi pelas escadas até a portaria. Atravessei quase correndo para o outro lado da rua para enfim ler o cartaz que guardava a informação que mataria minha curiosidade acumulada há tanto tempo. Até que cheguei em frente ao cartaz: Aluga-se. Sigo com zero vantagens imediatas.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Retrato de um Certo Oriente, dirigido por Marcelo Gomes e inspirado no romance de Milton Hatoum, vencedor do Prêmio Jabuti, explora a saga de imigrantes libaneses no Brasil e os desafios enfrentados na floresta amazônica. A história começa no Líbano de 1949, onde os irmãos católicos Emilie (Wafa’a Celine Halawi) e Emir (Zakaria Kaakour) decidem deixar sua terra natal, ameaçada pela guerra, em busca de uma vida melhor. Durante a travessia, Emilie conhece e se apaixona por Omar (Charbel Kamel), um comerciante muçulmano. Contudo, Emir, tomado por ciúmes e influenciado pelas diferenças religiosas, tenta separá-los, o que culmina em uma briga com Omar. Emir é gravemente ferido durante o conflito, e Emilie é forçada a interromper a jornada, buscando ajuda em uma aldeia indígena para salvar seu irmão. Após a recuperação de Emir, eles continuam rumo a Manaus, onde Emilie toma uma decisão que traz consequências trágicas e duradouras. O filme aborda temas como memória, paixão e preconceito, revelando as complexas relações familiares e culturais dos imigrantes libaneses em um Brasil desconhecido e repleto de desafios.
Data de Lançamento: 21 de novembro
A Favorita do Rei é um drama histórico inspirado na vida de Jeanne Bécu, filha ilegítima de uma costureira humilde, que alcança o auge da corte francesa como amante oficial do rei Luís XV. Jeanne Vaubernier (interpretada por Maïwenn) é uma jovem ambiciosa que, determinada a ascender socialmente, utiliza seu charme para escapar da pobreza. Seu amante, o conde Du Barry (Melvil Poupaud), enriquece ao lado dela e, ambicionando colocá-la em um lugar de destaque, decide apresentá-la ao rei. Com a ajuda do poderoso duque de Richelieu (Pierre Richard), o encontro é orquestrado, e uma conexão intensa surge entre Jeanne e Luís XV (Johnny Depp). Fascinado por sua presença, o rei redescobre o prazer da vida e não consegue mais se imaginar sem ela, promovendo-a a sua favorita oficial na corte de Versailles. No entanto, esse relacionamento escandaloso atrai a atenção e o desagrado dos nobres, provocando intrigas e desafios que Jeanne terá de enfrentar para manter sua posição privilegiada ao lado do monarca.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Em A Linha da Extinção, do diretor Jorge Nolfi, nas desoladas Montanhas Rochosas pós-apocalípticas, um pai solteiro e duas mulheres corajosas se veem forçados a deixar a segurança de seus lares. Unidos por um objetivo comum, eles embarcam em uma jornada repleta de perigos, enfrentando criaturas monstruosas que habitam esse novo mundo hostil. Com o destino de um menino em suas mãos, eles lutam não apenas pela sobrevivência, mas também por redenção, descobrindo a força da amizade e o poder da esperança em meio ao caos. Essa aventura épica revela o que significa ser família em tempos de desespero.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Baseado no musical homônimo da Broadway, Wicked é o prelúdio da famosa história de Dorothy e do Mágico de Oz, onde conhecemos a história não contada da Bruxa Boa e da Bruxa Má do Oeste. Na trama, Elphaba (Cynthia Erivo) é uma jovem do Reino de Oz, mas incompreendida por causa de sua pele verde incomum e por ainda não ter descoberto seu verdadeiro poder. Sua rotina é tranquila e pouco interessante, mas ao iniciar seus estudos na Universidade de Shiz, seu destino encontra Glinda (Ariana Grande), uma jovem popular e ambiciosa, nascida em berço de ouro, que só quer garantir seus privilégios e ainda não conhece sua verdadeira alma. As duas iniciam uma inesperada amizade; no entanto, suas diferenças, como o desejo de Glinda pela popularidade e poder, e a determinação de Elphaba em permanecer fiel a si mesma, entram no caminho, o que pode perpetuar no futuro de cada uma e em como as pessoas de Oz as enxergam.
Data de Lançamento: 20 de novembro
No suspense Herege, Paxton (Chloe East) e Barnes (Sophie Thatcher) são duas jovens missionárias que dedicam seus dias a tentar atrair novos fiéis. No entanto, a tarefa se mostra difícil, pois o desinteresse da comunidade é evidente. Em uma de suas visitas, elas encontram o Sr. Reed (Hugh Grant), um homem aparentemente receptivo e até mesmo inclinado a converter-se. Contudo, a acolhida amistosa logo se revela um engano, transformando a missão das jovens em uma perigosa armadilha. Presas em uma casa isolada, Paxton e Barnes veem-se forçadas a recorrer à fé e à coragem para escapar de um intenso jogo de gato e rato. Em meio a essa luta desesperada, percebem que sua missão vai muito além de recrutar novos seguidores; agora, trata-se de uma batalha pela própria sobrevivência, na qual cada escolha e cada ato de coragem serão cruciais para escapar do perigo que as cerca.