Faz 62 anos que o primeiro prêmio Grammy – então conhecido como Prêmio Gramofone – teve seu primeiro vencedor. Desde então, a honra se tornou símbolo de prestígio e reconhecimento, apesar de muitas críticas ao longo dos anos por conta da falta de diversidade nas indicações e premiados. Na última semana, conhecemos os nomeados para a edição de 2022 que, entre algumas surpresas positivas, teve também os artistas excluídos – lista que sempre ganha muita repercussão. Trata-se de um título ainda importante e levado muito a sério, mas cada vez mais aumenta o leque de artistas muito bem-sucedidos e reconhecidos pelo público e pela crítica (oi, The Weeknd?) que foram deixados de lado. Alguns deles, inclusive, nunca levaram o troféu para casa.
Pra você, ouvinte de música – ganhar um Grammy importa? Tem quem o coloque como meta e objetivo principal – e Taylor Swift é um exemplo. Depois de perder na categoria álbum do ano com Red, em 2013, ela decidiu mudar completamente o foco, deixar a sua direção musical pop mais clara, e garantir um trabalho mais coeso. No ano seguinte veio 1989, que levou o prêmio Grammy nas categorias Álbum do Ano e Melhor Álbum Pop Vocal. Depois de vencer novamente na edição deste ano do prêmio com Folklore, Taylor foi indicada novamente agora, com Evermore, na mesma categoria – mas ficou de lado em outras áreas como Música e Gravação do Ano.
Enquanto isso, uma das surpresas foi o grupo ABBA. Eu vou falar em mais detalhes logo abaixo, mas dá para acreditar que o grupo sueco nunca havia sido sequer indicado ao Grammy? Para a próxima edição veio a primeira nomeação com a música “I Still Have Faith In You”, indicada para Gravação do Ano. O campeão de indicações também foi uma surpresa – Jon Batiste, com um total de 11, sendo 8 pelo álbum WE ARE e 3 pelo trabalho feito para o filme Soul: Uma Aventura com Alma.
Outro nome que ficou de fora neste ano foi Miley Cyrus. O álbum Plastic Hearts estava elegível, mas não recebeu indicação como Melhor Álbum de Rock – e em nenhuma outra categoria. A cantora tem em sua carreira uma indicação, em 2014, como Melhor Álbum Pop Vocal. Måneskin, que tem um dos maiores hits da atualidade com a viral “Beggin’ (Live)”, ficou de fora da categoria Melhor Artista Novo, assim como uma indicação como Melhor Performance de Rock ou Gravação do Ano.
Então, vamos voltar para a pergunta inicial – o Grammy ainda é relevante? A premiação faz uma leitura realmente correta do que há de melhor na música atualmente? Todos os anos, críticas em relação ao racismo, xenofobia e machismo permeiam a academia e suas escolhas. Mas talvez alguns exemplos sejam a forma mais fácil de ver se o título realmente faz diferença na carreira dos artistas. Atualmente, o título de maior vencedor de todos os tempos é do Sir Georg Solti, condutor de orquestra, com 31 prêmios. Em segundo lugar um empate entre Beyoncé e Quincy Jones, ambos com 28. Mas e quem nunca levou a estatueta para casa, como ficou? O site Best Life Online fez uma compilação de alguns dos artistas mais importantes que nunca foram premiados, e eu destaco alguns deles para vocês logo abaixo. Vamos?
A rainha da dança não é tão rainha assim quando o assunto é Grammy (gostaram do trocadilho?). Donos de hits como “Dancing Queen” e “Mamma Mia!”, o grupo sueco formado em Estocolmo em 1972 nunca havia sido indicado a um Grammy até este ano. A música do grupo é reconhecida mundialmente, além de ter rendido adaptações ao cinema e para a Broadway. Aos fãs, 2022 será a oportunidade de sentir um gostinho de retorno do grupo, que após lançar o primeiro álbum em 40 anos intitulado Voyage, terão um show fixo virtual em Londres entre maio e dezembro. Prontos para conhecer os ABBAtars?
Freddie Mercury estava a frente do seu tempo. Com o Queen, ele mudou a indústria musical, lançou hinos imortais, quebrou barreiras e estereótipos. Mas não venceu nenhuma vez em categorias competitivas no Grammy, apesar de ter sido indicado quatro vezes. No entanto, o Queen tem duas honras em categorias diferenciadas – eles fazem parte do Hall da Fama do Grammy, prêmio que vai para artistas com mais de 25 anos de carreira que tiveram impacto significativo na música e na venda de álbuns; e também recebeu em 2018 o Grammy Lifetime Achievement Award (Prêmio de Contribuição de Vida). We are the champions, não é mesmo?
Katy Perry é figurinha carimbada nas paradas de sucesso – em especial depois do álbum Teenage Dream, de 2010, que fez a artista se tornar a primeira feminina a conseguir cinco singles número 1 com apenas um álbum. Em sua carreira, ela já teve nada menos que 13 indicações ao Grammy, mas ainda não levou nenhum. Quem sabe o prêmio ainda vem?
Quando o assunto é rock, um dos nomes mais influentes é sem dúvida o Guns N’ Roses. A banda, formada em 1985, já teve muitos altos e baixos – mas o legado e influência na música é marcante. Appetite for Destruction ainda é o álbum de estreia mais vendido em toda a história. É desse trabalho que saíram músicas como “Welcome to the Jungle” e “Sweet Child O’Mine”, por exemplo. Apesar de terem sido indicados ao Grammy 3 vezes, a banda nunca levou nenhum prêmio – e diferentemente do Queen, também não foram reconhecidos com os prêmios de honra.
A cantora australiana Sia, dona do hit “Chandelier”, é considerada uma das mais influentes artistas da sua geração. Apesar de ter sido indicada ao Grammy nove vezes, ela nunca levou um prêmio para casa. Ainda dá tempo!
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Vamos curtir então o som dos esnobados? Brincadeiras à parte, há muito mais para falar de um artista além de seu reconhecimento pela academia. Quem ouve e gosta sabe que a única coisa que basta para a música ser boa é trazer alegria e bons momentos. Então, vamos embarcar no fim de semana com essa playlist especial – e extremamente eclética – na qual todos os artistas tem apenas uma coisa em comum: nenhum deles levou um prêmio Grammy competitivo para casa. E olha, a seleção tá incrível. Solta o som!
Data de Lançamento: 21 de novembro
Retrato de um Certo Oriente, dirigido por Marcelo Gomes e inspirado no romance de Milton Hatoum, vencedor do Prêmio Jabuti, explora a saga de imigrantes libaneses no Brasil e os desafios enfrentados na floresta amazônica. A história começa no Líbano de 1949, onde os irmãos católicos Emilie (Wafa’a Celine Halawi) e Emir (Zakaria Kaakour) decidem deixar sua terra natal, ameaçada pela guerra, em busca de uma vida melhor. Durante a travessia, Emilie conhece e se apaixona por Omar (Charbel Kamel), um comerciante muçulmano. Contudo, Emir, tomado por ciúmes e influenciado pelas diferenças religiosas, tenta separá-los, o que culmina em uma briga com Omar. Emir é gravemente ferido durante o conflito, e Emilie é forçada a interromper a jornada, buscando ajuda em uma aldeia indígena para salvar seu irmão. Após a recuperação de Emir, eles continuam rumo a Manaus, onde Emilie toma uma decisão que traz consequências trágicas e duradouras. O filme aborda temas como memória, paixão e preconceito, revelando as complexas relações familiares e culturais dos imigrantes libaneses em um Brasil desconhecido e repleto de desafios.
Data de Lançamento: 21 de novembro
A Favorita do Rei é um drama histórico inspirado na vida de Jeanne Bécu, filha ilegítima de uma costureira humilde, que alcança o auge da corte francesa como amante oficial do rei Luís XV. Jeanne Vaubernier (interpretada por Maïwenn) é uma jovem ambiciosa que, determinada a ascender socialmente, utiliza seu charme para escapar da pobreza. Seu amante, o conde Du Barry (Melvil Poupaud), enriquece ao lado dela e, ambicionando colocá-la em um lugar de destaque, decide apresentá-la ao rei. Com a ajuda do poderoso duque de Richelieu (Pierre Richard), o encontro é orquestrado, e uma conexão intensa surge entre Jeanne e Luís XV (Johnny Depp). Fascinado por sua presença, o rei redescobre o prazer da vida e não consegue mais se imaginar sem ela, promovendo-a a sua favorita oficial na corte de Versailles. No entanto, esse relacionamento escandaloso atrai a atenção e o desagrado dos nobres, provocando intrigas e desafios que Jeanne terá de enfrentar para manter sua posição privilegiada ao lado do monarca.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Em A Linha da Extinção, do diretor Jorge Nolfi, nas desoladas Montanhas Rochosas pós-apocalípticas, um pai solteiro e duas mulheres corajosas se veem forçados a deixar a segurança de seus lares. Unidos por um objetivo comum, eles embarcam em uma jornada repleta de perigos, enfrentando criaturas monstruosas que habitam esse novo mundo hostil. Com o destino de um menino em suas mãos, eles lutam não apenas pela sobrevivência, mas também por redenção, descobrindo a força da amizade e o poder da esperança em meio ao caos. Essa aventura épica revela o que significa ser família em tempos de desespero.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Baseado no musical homônimo da Broadway, Wicked é o prelúdio da famosa história de Dorothy e do Mágico de Oz, onde conhecemos a história não contada da Bruxa Boa e da Bruxa Má do Oeste. Na trama, Elphaba (Cynthia Erivo) é uma jovem do Reino de Oz, mas incompreendida por causa de sua pele verde incomum e por ainda não ter descoberto seu verdadeiro poder. Sua rotina é tranquila e pouco interessante, mas ao iniciar seus estudos na Universidade de Shiz, seu destino encontra Glinda (Ariana Grande), uma jovem popular e ambiciosa, nascida em berço de ouro, que só quer garantir seus privilégios e ainda não conhece sua verdadeira alma. As duas iniciam uma inesperada amizade; no entanto, suas diferenças, como o desejo de Glinda pela popularidade e poder, e a determinação de Elphaba em permanecer fiel a si mesma, entram no caminho, o que pode perpetuar no futuro de cada uma e em como as pessoas de Oz as enxergam.
Data de Lançamento: 20 de novembro
No suspense Herege, Paxton (Chloe East) e Barnes (Sophie Thatcher) são duas jovens missionárias que dedicam seus dias a tentar atrair novos fiéis. No entanto, a tarefa se mostra difícil, pois o desinteresse da comunidade é evidente. Em uma de suas visitas, elas encontram o Sr. Reed (Hugh Grant), um homem aparentemente receptivo e até mesmo inclinado a converter-se. Contudo, a acolhida amistosa logo se revela um engano, transformando a missão das jovens em uma perigosa armadilha. Presas em uma casa isolada, Paxton e Barnes veem-se forçadas a recorrer à fé e à coragem para escapar de um intenso jogo de gato e rato. Em meio a essa luta desesperada, percebem que sua missão vai muito além de recrutar novos seguidores; agora, trata-se de uma batalha pela própria sobrevivência, na qual cada escolha e cada ato de coragem serão cruciais para escapar do perigo que as cerca.