“Clube dos Vândalos” tem roteiro pouco inspirado com boas atuações

Clube dos Vândalos Divulgação
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O novo filme de Jeff Nichols, “Clube dos Vândalos”, chega hoje (20/06) aos cinemas. Baseado no livro fotográfico “The Bikeriders”, de Danny Lyon, conta a história de um grupo de motoqueiros entre as décadas de 1960 e 70. Da formação do grupo, passando pelo auge até a terrível queda e suas consequências, o longa-metragem mostra a crueza das relações e a verdadeira paixão dos membros: suas motos.

Apesar de o personagem que representa o autor do livro estar presente, não é o protagonista. Nem mesmo o fundador do clube. O casal central dessa história é Kathy e Benny, interpretados por Jodie Comer e Austin Butler. É com a visão dela que entramos nesse universo. Os dois fazem um bom trabalho de atuação, que por vezes quase cai no caricato, mas é bem equilibrado pelo talento dos artistas.

O primeiro encontro dos dois tenta criar essa atmosfera de mistério em torno de Benny. Mas ao longo da trama, essa figura fica cansativa. É pelo talento dos atores, mais do que pelo diretor, que ainda se mantém um interesse na história. Nichols pouco faz para motivar o espectador a acreditar naquele amor que faz Kathy se colocar em situações até perigosas.

Tom Hardy interpreta o líder do grupo, que vê sua criação tomar proporções cada vez maiores e violentas, perdendo o controle dos companheiros e sem saber como reagir. Sua atuação é boa, mas não o suficiente para tornar certos dramas interessantes.

Episódico

O filme parece recolher as entrevistas do autor do livro e apenas colar acontecimentos. Como fatos episódicos, vão se seguindo, tentando contar uma história única. Isso tira o ritmo do filme, que se perde entre falar das brigas internas do clube de motoqueiros e tentar fazer Kathy e Benny parecerem um casal interessante. A parte técnica também é bonita e bem trabalhada, mas sem inspiração.

“Clube dos Vândalos” traz referências clássicas – até mesmo citadas na trama – como “Easy Rider – Sem Destino” e “O Selvagem”. Porém, não consegue se posicionar entre seus homenageados. Pela narrativa pouco inventiva ou interessante, pelas imagens que prometem algo a mais e acabam por não entregar algo memorável, o filme acaba se perdendo.

Por Brunow Camman
20/06/2024 12h04

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