Colo os pés lado a lado no piso e o geladinho da pedra chega no meu dedão pelo furo na ponta da meia direita. Afrouxo, bem pouco, os joelhos e firmando os músculos da perna e quadril, jogo cabeça ombro braços tronco tudo pra frente. A gravidade me puxa pelos cabelos e eu abraço as panturrilhas. Seis respirações com a parte detrás das coxas rasgando agudo como se tensionada por cordas numa dor pra lá de agradável. Depois ergo rápido a cabeça e num passo meio torto vou até a varanda e sento pra escrever.
Dentre as medidas que já tentei impor na rotina para uma vida saudável e com qualidade: o alongamento. E junto com as outras medidas para uma vida saudável e com qualidade, ali do lado da garrafinha de água quase cheia, o fracasso em impor uma rotina.
Já tentei criar o hábito de uns surias pela manhã ou uns ciclos de posições só contando o tempo mentalmente. Ambos os casos, no primeiro dia eu fiz; no segundo roubei com permanências efêmeras; no terceiro fingi que esqueci.
Mesmo assim, não paro de esticar o corpo o tempo inteiro.
O negócio é meio inconsciente. É só sentar no chão, seja pra comer um sanduba na mesinha de centro, seja no rolê com a galera jogada pelo tapete, não demora pra eu começar com a borboletinha ou espichar a coluna com as mãos buscando as pontas dos pés nas pernas estendidas.
Talvez seja a eterna tentativa de ganhar mais alguns centímetros, talvez a necessária imposição em ficar sem me mexer por segundos que sejam. E também têm as dores eventuais. Por distrações, excessos e faltas. Joelho, lombar, gengiva, pontas dos dedões dos pés, tornozelo, nuca, palma da mão esquerda. Tudo dói quando a gente não sabe direito o que tá doendo. E tudo ameniza com um bom alongamento.
O ponto é que provável num fantástico mecanismo de autopreservação, sem reparar — como agora entre frases — quando vejo tô com a mão direita enlaçada no pulso esquerdo puxando o braço pro alto e pro lado até as costas gritarem a existência.
E aí eu só deixo fluir e continuo numa sequência de repuxes, sem contar segundos, sem pensar em respiração, só seguindo a ordem que meu corpo vai mandando.
Depois de tensionar e afrouxar e relaxar e contrair e soltar e focar em não sentir e só entregar o corpo, num último suspiro alto me vejo agradecendo numa vibe bem gratiluz.
Sem imposição e sem rotina, meu corpo sozinho se alonga.
Levanto e vou encher uma garrafinha de água.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Retrato de um Certo Oriente, dirigido por Marcelo Gomes e inspirado no romance de Milton Hatoum, vencedor do Prêmio Jabuti, explora a saga de imigrantes libaneses no Brasil e os desafios enfrentados na floresta amazônica. A história começa no Líbano de 1949, onde os irmãos católicos Emilie (Wafa’a Celine Halawi) e Emir (Zakaria Kaakour) decidem deixar sua terra natal, ameaçada pela guerra, em busca de uma vida melhor. Durante a travessia, Emilie conhece e se apaixona por Omar (Charbel Kamel), um comerciante muçulmano. Contudo, Emir, tomado por ciúmes e influenciado pelas diferenças religiosas, tenta separá-los, o que culmina em uma briga com Omar. Emir é gravemente ferido durante o conflito, e Emilie é forçada a interromper a jornada, buscando ajuda em uma aldeia indígena para salvar seu irmão. Após a recuperação de Emir, eles continuam rumo a Manaus, onde Emilie toma uma decisão que traz consequências trágicas e duradouras. O filme aborda temas como memória, paixão e preconceito, revelando as complexas relações familiares e culturais dos imigrantes libaneses em um Brasil desconhecido e repleto de desafios.
Data de Lançamento: 21 de novembro
A Favorita do Rei é um drama histórico inspirado na vida de Jeanne Bécu, filha ilegítima de uma costureira humilde, que alcança o auge da corte francesa como amante oficial do rei Luís XV. Jeanne Vaubernier (interpretada por Maïwenn) é uma jovem ambiciosa que, determinada a ascender socialmente, utiliza seu charme para escapar da pobreza. Seu amante, o conde Du Barry (Melvil Poupaud), enriquece ao lado dela e, ambicionando colocá-la em um lugar de destaque, decide apresentá-la ao rei. Com a ajuda do poderoso duque de Richelieu (Pierre Richard), o encontro é orquestrado, e uma conexão intensa surge entre Jeanne e Luís XV (Johnny Depp). Fascinado por sua presença, o rei redescobre o prazer da vida e não consegue mais se imaginar sem ela, promovendo-a a sua favorita oficial na corte de Versailles. No entanto, esse relacionamento escandaloso atrai a atenção e o desagrado dos nobres, provocando intrigas e desafios que Jeanne terá de enfrentar para manter sua posição privilegiada ao lado do monarca.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Em A Linha da Extinção, do diretor Jorge Nolfi, nas desoladas Montanhas Rochosas pós-apocalípticas, um pai solteiro e duas mulheres corajosas se veem forçados a deixar a segurança de seus lares. Unidos por um objetivo comum, eles embarcam em uma jornada repleta de perigos, enfrentando criaturas monstruosas que habitam esse novo mundo hostil. Com o destino de um menino em suas mãos, eles lutam não apenas pela sobrevivência, mas também por redenção, descobrindo a força da amizade e o poder da esperança em meio ao caos. Essa aventura épica revela o que significa ser família em tempos de desespero.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Baseado no musical homônimo da Broadway, Wicked é o prelúdio da famosa história de Dorothy e do Mágico de Oz, onde conhecemos a história não contada da Bruxa Boa e da Bruxa Má do Oeste. Na trama, Elphaba (Cynthia Erivo) é uma jovem do Reino de Oz, mas incompreendida por causa de sua pele verde incomum e por ainda não ter descoberto seu verdadeiro poder. Sua rotina é tranquila e pouco interessante, mas ao iniciar seus estudos na Universidade de Shiz, seu destino encontra Glinda (Ariana Grande), uma jovem popular e ambiciosa, nascida em berço de ouro, que só quer garantir seus privilégios e ainda não conhece sua verdadeira alma. As duas iniciam uma inesperada amizade; no entanto, suas diferenças, como o desejo de Glinda pela popularidade e poder, e a determinação de Elphaba em permanecer fiel a si mesma, entram no caminho, o que pode perpetuar no futuro de cada uma e em como as pessoas de Oz as enxergam.
Data de Lançamento: 20 de novembro
No suspense Herege, Paxton (Chloe East) e Barnes (Sophie Thatcher) são duas jovens missionárias que dedicam seus dias a tentar atrair novos fiéis. No entanto, a tarefa se mostra difícil, pois o desinteresse da comunidade é evidente. Em uma de suas visitas, elas encontram o Sr. Reed (Hugh Grant), um homem aparentemente receptivo e até mesmo inclinado a converter-se. Contudo, a acolhida amistosa logo se revela um engano, transformando a missão das jovens em uma perigosa armadilha. Presas em uma casa isolada, Paxton e Barnes veem-se forçadas a recorrer à fé e à coragem para escapar de um intenso jogo de gato e rato. Em meio a essa luta desesperada, percebem que sua missão vai muito além de recrutar novos seguidores; agora, trata-se de uma batalha pela própria sobrevivência, na qual cada escolha e cada ato de coragem serão cruciais para escapar do perigo que as cerca.