2ª Mostra Claudete Pereira Jorge chega a Curitiba com programação gratuita

Foto: Elenize Dezgeniski

Teatro para todas as idades! A Mostra Claudete Pereira Jorge chega a Curitiba com a sua segunda edição entre os dias 8 e 28 de outubro. Serão quinze atrações gratuitas para crianças e adultos. As apresentações acontecerão no Teatro Novelas Curitibanas – Claudete Pereira Jorge, que leva o nome da homenageada. 

A abertura, que acontece no final de semana do dia 8 de outubro, fica por conta dos espetáculos “A memória é uma ilha de edição”, com Arthur Augustus e Igor Kierke, para o público adulto, e “Karingana Ua Karingana! – Histórias de Áfricas”, do Grupo Baquetá, que educa e diverte o público infantil.

A Mostra reúne, ainda, cinco pocket shows, duas exposições com visitação permanente, duas aberturas de processo além do manifesto “Até quando?”, no dia 14, e as performances “Dentro do Peito uma Bomba”, no dia 16, e “rádiO atalalaiA – O Amor Está no Ar” no dia 23.

A programação também oferece quatro oficinas gratuitas para artistas e público interessado: “Introdução ao teatro para surdas e surdos”, com Catharine Moreira e Helena de Jorge Portela, “Criação autoral”, com Maíra Lour, “O corpo e a voz”, com Katia Drumond e “Cabaré jogo ferida obra aberta”, com Ricardo Nolasco.

Confira a programação completa:

A MEMÓRIA É UMA ILHA DE EDIÇÃO

8 e 9/out I 20h00 I Arthur Augustus + Igor Kierke I 16 anos

O espetáculo tem em seu DNA a marginalidade e a transcendência: surge sobre a divindade muito humana, como uma flor no lixão. Livremente inspirada nos textos do poeta Wally Salomão – muitos deles escritos no presídio – e em pilares como Augusto Boal e Glauber Rocha, a peça une o teatro e a performance. “A memória é uma ilha de edição […] O indesejado das gentes entrou enfim na cidade. […] A cidade é uma nebulosa de sonho. […] Viajar, para que e para onde, se a gente se torna mais infeliz quando retorna? […] Onirismo miserável. […] Experimentar o experimental. […].

KARINGANA UA KARINGANA! – Histórias de Áfricas

8 e 9/out I 15h00 I Grupo Baquetá I Livre

Contar uma história é encontrar as sementes e puxar da raiz a nossa própria história. Essas são chamadas de karinganas em Moçambique, um dos 55 países do Continente Africano, e divertem e ensinam adultos e crianças. Para que a história comece, o contador grita: “Karingana ua Karingana?” E quem ouve, responde: “Karingana!”. As karinganas, contadas em roda, são ricas em ritmos, danças, cores e ancestralidade. De onde vem nossas raízes? Composto por contos de origem africana e afro-brasileira,o espetáculo traça uma rota de identificação com nossas raízes negras, a contribuição para a construção do país e herança cultural. 

MANIFESTO ATÉ QUANDO?

Dia 09/out I 19h20 I Marcel Malê I Livre 

 Leitura de trechos do “manifesto até quando?” que propõe reflexões sobre inclusão e tokenismo, elaborado pelo ator Marcel Malê. 

O BARCO – Abertura de Processo

12/out I 20h00 I Cia. Fluctissonante I 16 Anos

SINOPSE: Em seu mais recente espetáculo, a Cia. Fluctissonante propõe-se, pela primeira vez, criar um espetáculo que leva a audiodescrição para dentro da cena. Continuando a pesquisa iniciada em “Foi Assim Que O Oceano Invadiu a Minha Casa”, Helena de Jorge Portela revisita suas memórias familiares, desta vez homenageando seu pai, Nautilio Bronholo Portela, que em 2022 comemora 50 anos de trajetória no teatro. Nesta abertura do processo que teve início em 2022, através de residência artística no festival Acessa BH, Helena realizará a leitura do texto de sua autoria, em que, frente ao teatro vazio, rememora sua trajetória no teatro. 

ALEXANDRIA 8836BR

13 e 14/out I 20h00 I Grupo P.U.T.O I 16 anos

Quais as chances de se evitar uma tragédia anunciada?  O que se espera do futuro que se constrói nesse presente caótico? De que serve um artista no meio de tudo isso? Essas (e algumas outras) questões conduziram o processo de criação que metaforiza o Brasil pandêmico e pandemônico para ALEXANDRIA 8836BR: Uma nave. Uma arca. Uma biblioteca. Um bunker. Uma cápsula do tempo. Uma tentativa de salvar a humanidade, de antemão frustrada, por não conseguir precisar o que “humanidade” significa.

PRA  DUVIDAR 

14/out I 19h20 I Joã Klüber I Livre

Klüber apresenta em seu show canções do disco Pra Duvidar, recém-lançado em 23 de setembro. Trans não-binária, a artista se apresenta ao piano numa concepção intimista, ácida, pragmática e terna.

O REI DO RINGUE + CAÇA ÀS BRUXAS

15 e 16/out I 20h00 I Kings Of The Night + PsicoDrags I 18 anos

Essa minimostra reúne os trabalhos ‘Caça às bruxas’, das Psicodrags, e ‘O rei do ringue’, dos Kings of the night, coletivos com base em Curitiba que partem do transformismo e do burlesco, com humor, crítica, acidez e com uma relação direta e dinâmica com o público, típica do formato cabaré. “Caça às bruxas” (2019) reúne números e performances musicais, teatrais, burlescas e de dublagem, tendo como foco as bruxas, não só as bruxas do imaginário europeu, mas a bruxa como a figura que tem o potencial de ser perseguida e de segurar o tranco. Já “O rei do ringue”, traz paródias da masculinidade, recriando em um espaço cultural um dos lugares considerados mais masculinos na nossa sociedade: um ringue de luta. Nesse ringue surgem as personalidades totalmente diversas de cada king, debochadas, irônicas, filosóficas, absurdas.

*O Rei do Ringue será apresentado no dia 15 e Caça às Bruxas será apresentado no dia 16.

DENTRO DO PEITO UMA BOMBA

16/out I 19h20 I Patricia Cipriano I Livre  

Pela cidade um corpo campo minado em trânsito. Um corpo que rejeita a mulheridade e invoca a fúria retirada a força em detrimento da doçura enfiada goela abaixo! 

“dentro do peito uma bomba” é uma intervenção e performance criada por Patricia Cipriano em parceria com Amira Massabki, as matérias primas deste acontecimento são o mito da medusa e a pedra. Aqui o olhar que cruza não petrifica e sim convoca. Já não há mais heróis, eles viraram escombros e o marco zero é aqui agora. 

Este trabalho também é um convite para erguer novos monumentos e contar outras histórias a partir da pergunta: o que podem os corpos que portam bombas dentro do peito? 

DITO – Abertura de Processo

19/out I 20h00 I Súbita Companhia I 16 Anos

Dito é um  processo de criação no qual o ator Pablito Kucarz coloca em perspectiva sua construção de imagem de pai e de filho. Expõe universos distintos que coabitam para abrir possibilidades de fala entre eles, a partir de uma história familiar erguida através do silêncio sobre assuntos sensíveis. Esta proposta aprofunda a pesquisa da Companhia em teatro documental e auto ficcional iniciadas no projeto Habitat, composto por 6 solos autorais que estrearam em 2019. 

TROPEÇO

20 e 21/out I 20h00 I Tato Criação Cênica I 14 anos

Tropeço trata das relações humanas ao mesmo tempo em que fala da solidão. O espetáculo traz à cena a relação de duas personagens em seu cotidiano de vida em comum. A partir da linguagem da animação corporal, cria-se um mundo onde dois atores manipuladores e suas mãos dão vida a duas velhas que moram juntas. Partindo da costumeira visão que temos da velhice mostra-se sua solidão e as pequenas ações rotineiras num universo de sutileza e extravagância, poesia e comicidade em mãos que andam, dançam, bebem, respiram, riem e choram. 

MATRIZ 

20/out I 19h20 I Daniel Montelles I Livre

Após o lançamento de seu primeiro EP “Imensidão” o músico maranhense, radicado em Curitiba, Daniel Montelles, apresenta seu novo trabalho. Matriz nasce do desejo apaixonante do artista em trazer aos palcos as vozes das Marias de sua família, mulheres anônimas, mães, filhas, esposas, mães de santo, seus amores e os ventres de mulheres que lutaram e resistiram apesar da estrutura social e financeira. Daniel cresceu no seio matriarcal de sua família paterna. Aprendeu a ler e escrever com sua avó Maria Dulcey e teve em sua mãe, Lucia, cabeleireira e manicure sua fonte de inspiração.

DUETO EM CY – SOM DE BOLSO

21/out I 19h20 I Yoná Masullo e Claudemir Franco I Livre

O Dueto em CY surgiu em 2017 e é formado pela professora e musicista Yoná Masullo no Violino, além de seu esposo, o músico e compositor curitibano Claudemir Franco no violão. Para a II Mostra Claudete Pereira Jorge, o Dueto em CY apresentará o Som de Bolso. Um pocket show de trinta minutos que conta com músicas autorais de Claudemir Franco.

O ARQUIPÉLAGO

22 e 23/out I 20h00 I Súbita Companhia de Teatro I 14 Anos

O solo do ator Pablito Kucarz, leva a cena a história de sua mãe. Uma mulher comum, como diversas outras mães que abandonaram sua casa muito jovens para trabalhar na cidade grande. Também se permite questionar esta história quando, em busca de sua própria identidade, se confronta com temas como preconceito, bullying, machismo e violência. Com tom suave, a narrativa tem ares de fábula pessoal ao lançar mãos de metáforas poderosas: a família que é um arquipélago, juntos porém separados pela água salgada; o garoto mariposa, agredido por ser diferente dos outros garotos; a pedra lançada como um projétil que, ao invés de ferir, prefere dançar.

CARMELA, CARAMELO E REMELA

22 e 23/out I 15h00 I Arto Companhia de Teatro I Livre

Não existe melhor investigador no mundo que uma criança, seja de verdade ou de brincadeira. Nesse espírito de descobertas – Feijó, Cadu, Teteia e Babu – mergulham numa deliciosa aventura para decifrar um enigma de uma carta misteriosa. E que enigma! As crianças desvendam mais que apenas uma charada: caminham pela descoberta das próprias emoções, lembranças e reconhecem um talento precioso e essencial escondido no interior de cada uma delas. Inspirada no livro da poetisa Adélia Prado – Quando eu era Pequena, essa é uma jornada sobre as gostosuras da infância e a nossa essência mais rica: a habilidade de sermos poetas. 

CHICO PAES – VOZ E VIOLÃO

22/out I 19h20 I Chico Paes I 12 anos

Chico Paes nos apresenta seu show voz e violão em um clima intimista, uma experiência singular entre o artista e o espectador por meio da canção em sua forma mais pura. Suas músicas permeiam a vida cotidiana, as dores e amores, experimentando as possibilidades criativas entre os gêneros brasileiros regionais e sonoridades contemporâneas dos grandes centros urbanos globais. Uma voz marcante e um violão certeiro nos levam por caminhos entre o tradicional e o desconhecido.

rádiO atalalaiA – O Amor Está no Ar

23/out I 19h20 I Filhas da Fruta I 14 anos 

A radiO atalalaiA sintoniza com você o quadro “O Amor está no Ar”. Quer enviar um bilhetinho amassado, uma indireta certeira, um recado musical, uma notícia inventada, um correio galante para alguém especial ou pessoa desconhecida?  Esse é o momento!  rádiO atalalaiA uma rádio de transmissão corpa a corpa “a única rádio que toca em você”.

TRAVA BRUTA

26 e 27/out I 20h00 I Leonarda Glück + Pomeiro Gestão Cultural I 18 Anos

Partindo de sua experiência transexual, Leonarda Glück apresenta um manifesto cênico que propõe uma ponte e também um contraponto entre o contexto artístico e a atual conjuntura política e social do Brasil no campo da sexualidade. Sozinha em cena, a atriz e dramaturga discute a relação da cultura com a transexualidade, discorre sobre como é ser uma artista trans no país de hoje e de que forma a sociedade reage a um corpo que provoca, a um só tempo, repulsa e desejo. Para tanto, o espetáculo busca tensões entre a ficção e a realidade, costurando diversas camadas de artificialidade, como videoprojeções, efeitos sonoros, filtros de redes sociais (que modificam a aparência da atriz) e artifícios de figurino, que ora revelam, ora ocultam. São recursos que vão sendo destruídos e desconstruídos ao longo da narrativa, num constante questionamento sobre quais ficções são permitidas e quais diversidades são aceitas.

CABARET TAROT + UM BAILINHO PERDIDO

28/out I 20h00 I Selvática Ações Artísticas I 18 anos

Pés marcados no cimento quase duro de uma política mercado imobiliário de revitalização. No corpo do performer entrelaçam-se mitologias, memórias, percursos, vidas, acontecimentos.

É um recipiente alquímico- encruzilhada- lápide sacrificial.

Carta manifesto esquizo bruxaria rito jocoso carregada de sarcasmo e ironia.

Espetáculo bufo.

Tragédia pós e pré dramática.

Opereta work in progress xamã.

Ditirambo.

Vida vagabunda, destino vadio, carne de carnaval.

GILDA É PURO JAZZ!

Entre cartas, canções, memórias, fragmentos e cenas entramos juntes em um cabaret imaginário de evocação a Gilda: exercício radical de ficção e reconstrução da realidade. Cabaret tarot é um estudo do tarot através da prática do cabaré. O tarot é um cabaret de mesa.

ACARAJÉ DADA

28/out I 19h20 I Stéfano Belo I Livre  

Um acarajé pout-pourri batido com pimenta e tempero para Claudete Pereira Jorge

CLAU por Samuel Gallo

Visitação permanente I Samuel Gallo I Livre

Samuel Gallo, homenageia e celebra a trajetória de Claudete Pereira Jorge, expondo o que chama de “retratos experimentais” da atriz. Buscando a representação da realidade e do sonho, ele reúne estes dois universos, criando formas com tinta acrílica, carvão, caneta,  texturas e diversos corantes naturais, como o café, chás e vinho.

Por Deyse Carvalho
04/10/2022 16h38

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