O início da vida adulta é uma fase marcante para todo ser humano. É um momento onde novas necessidades surgem com inacreditável importância e, num piscar de olhos, sentimentos de realização e de amor tornam-se obsessões. Um mundo verdadeiramente novo descortina-se para pessoas que sequer imaginam os desafios e novos horizontes que em breve virão. E, no meio desse caos, os desafios perdidos transformam-se em angústia, raiva e tristeza. Desse turbilhão surgem os jovens que sentem não pertencer a lugar algum, que não conseguem lidar de verdade com os problemas da vida e que sofrem muito mais do que, talvez, precisariam.
E se o início da vida adulta pode acontecer de diferentes formas e em diferentes idades, de acordo com os vários fatores culturais e sociais, uma coisa é certa. Se este conturbado período da vida fosse ser traduzido em um estilo musical, seria, sem sombra de dúvidas, o rock n’ roll. O rock produziu diversas obras regadas desse espírito e, num dos momentos que escancararam isso de forma mais crua e raivosa, o disco homônimo de estréia, em 1984, do Violent Femmes.
Estamos no início da década de 1980, na cidade americana de Milwaukee. Aquela cena musical alimentava-se do punk rock e, via de regra, era sustentada pela negatividade de seus personagens. Foi neste cenário que o baixista Brian Ritchie e o baterista Victor DeLorenzo, que dividiam tanto o gosto musical quanto uma personalidade mais debochada, tornaram-se amigos. Eles, que já tocavam juntos em outras bandas, logo montaram um projeto próprio. Não demorou para o duo procurar um frontman. Foi aí que um rapaz chamado Gordon Gano cruzou o caminho de Ritchie. Gano, que ainda frequentava o ensino médio no alto os seus 18 anos de idade, chamou a atenção do baixista. O jovem guitarrista, cantor e compositor convidou Brian para visitá-lo e naquele dia Gordon mostrou uma composição sua chamada ‘Country Death Song‘. Ali o duo virou trio e, unidos pelo grande entusiasmo e vontade em fazer algo novo e único – ou, nas palavras de Ritchie, pelo menos unir elementos de uma forma que ninguém nunca havia feito antes – o Violent Femmes começava a dar seus primeiros passos e não demoraria para que eles ganhassem os palcos. E também as ruas.
Acostumados a se apresentar nas esquinas da cidade, os três jovens não tiveram dúvidas quando souberam que os Pretenders iriam se apresentar em Milwaukee, no Oriental Theatre. A ideia deles, naquele 23 de agosto de 1981, era ganhar algum dinheiro enquanto tocavam para o público ainda na fila do teatro. Mas, sem saber, a energia deles chamou a atenção das estrelas da noite. O guitarrista James Honeyman-Scott foi capturado pelo som e logo chamou a vocalista Chrissi Hynde para ver os garotos. Aí surgiu um convite: os desconhecidos jovens do Violent Femmes iriam abrir o show de uma das bandas de maior sucesso na época.
A partir daí eles conseguiram algum destaque na sua cidade e começaram a se preparar para gravar o seu disco de estreia. Com pouco dinheiro e muito foco, eles decidiram assinar com a única gravadora que garantiu a eles liberdade de alguns dos exageros típicos das produções da década de 1980. Algo crucial para uma banda com uma sonoridade tão crua, caracterizada pelo kit reduzido da bateria e pelos timbres, se não tão refinados, de muita personalidade. E foi pela Slash Records que, em 1984, o primeiro disco do Violent Femmes chegou ao mundo.
https://www.youtube.com/watch?v=YHswOhYeThA
São necessários poucos segundos para perceber que este disco tem uma personalidade ímpar. Logo de cara o riff, que tornou-se famoso aos passar dos anos, de ‘Blister In The Sun‘. A voz de Gano, como tudo neste disco, é crua, cheia de energia e contagiante. Ritchie logo deixa claro o poder do baixo neste power trio. Muitas vezes com um timbre típico de um baixolão, as linhas, sempre precisas e swingadas, não economizam notas e muitas vezes fazem as melodias principais. As composições, execuções e inspirações certamente bebem daquele caótico universo da confusa vida adulta. A primeira música trás, disfarçada, uma grande dose desilusão. E, já na seqüência, uma dose cavalar de angústia. ‘Kiss Off‘ cresce como uma crise de ansiedade e, entre a enorme consistência da cozinha, buscas por caminhos que levem a saídas e um solo surpreendentemente maluco, extravasa. Já nesta altura do disco podemos notar a competência da banda em alternar com muita habilidade entre diferentes dinâmicas, dosando, a cada momento, os tamanhos das explosões. Outra coisa que logo chama a atenção é a capacidade dos Femmes em trabalhar as mais diferentes referências dentro da sua própria sonoridade. Por exemplo, em ‘Please Do Not Go‘ temos os mesmos vocais um tanto esganiçados, a constância da bateria e o poder do baixo – aqui com direito até a um solo – com a mesma intensidade, mas numa pegada, vejam só, ska. Essas e tantas outras influências vão surgindo sempre na roupagem do Violent Femmes.
Conforme o disco se desenrola vamos conhecendo mais sobre o estranhamente familiar universo desse trio. E ‘Add It Up‘ trás o que a banda tem de melhor. O clima sufocante e a capacidade de Gano em construir melodias dançantes com sua voz característica com letras carregadas de um humor bastante irônico, um elemento muito forte na poesia dos Femmes, estão aqui. Segundo Brian Ritchie, Gordon Gano foi um dos primeiros compositores a conseguir tratar das dores e das estranhezas do universo adolescente soando verdadeiramente honesto, capaz de dizer coisas que outros jovens não teriam coragem de forma absolutamente direta. Por isso que ‘Add It Up’ rima “luck” e “fuck” de um jeito que somente Gano conseguiria. O disco abaixa um pouco sua alta rotação para a tristeza e solidão de ‘Confessions‘ para logo rotomar um ritmo alto na envolvente ‘Prove My Love‘, que flutua entre a tensão e a explosão enquanto brinca com a letra da mesma forma que os Ramones – “third verse, same as the first”.
A sequência do álbum reforça a característica do Violent Femmes em influenciar e trabalhar influências com muita qualidade. ‘Promise‘, uma confissão amarga e cheia de agonia, tem elementos que funcionariam muito bem nos anos 2000. Já ‘To The Kill‘ mostra que Nova Iorque estava bem mais próxima do que as 900 milhas que a separa de Milwakee. É um pouco Talking Heads e um pouco Television, mas com uma pegada acústica e com o baixo, às vezes, fazendo o papel da guitarra. ‘Gone Daddy Gone‘ apresenta o xilofone, elemento que se tornaria característico na banda. O disco se aproxima do final com ‘Good Feeling‘, a única balada, ou a única música que não é frenética, que completa o universo dos Femmes com uma espécie de esperança preocupada, numa música com sonoridade e arranjos diferentes do resto do disco. O álbum ainda conta com dois singles lançados também em 1983, ‘Ugly‘, que não nega o universo punk, e ‘Gimme The Car‘, que retoma os sentimentos de tensão, desilusão e humor explorados no disco.
Em 2007 o vegetariano Gordon Gano vendeu os direitos de ‘Blister In The Sun’ para uma rede de fast-food americana, e um enfurecido Brian Ritchie o processou e declarou que o karma de Gano por ser tão mesquinho foi perder a sua capacidade como compositor. Mas mesmo discordando nas questões mais básicas, como afirmou Gordon, e sem contar mais com o baterista Vitor DeLorenzo – que até retomou a banda, mas a largou por se decepcionar com seus companheiros e por problemas financeiros – o Violent Femmes ainda está na ativa. Depois de alguns singles, como a versão de ‘Crazy‘ em retribuição a versão de ‘Gone Daddy Gone‘ de Gnarls Barkley e de ‘Love Love Love Love Love‘, lançou o ‘We Can Do Anything‘ este ano. Apesar daquela energia e raiva dos anos 1980 já não aparecem com a mesma intensidade, elas estão lá. É possível perceber que os sentimentos explorados pelo Violent Femmes são universais e atemporais, até por isso o primeiro disco vendeu um milhão de cópias sem sequer ter aparecido na lista de top 200 da Billboard. Ou seja, o tempo passou mas uma coisa continuou igual: em todas as épocas haviam jovens com angústias que ecoam no som do Violent Femmes. Por isso ainda hoje eles são interessante, afinal de contas, em que momento realmente deixamos de ser jovens?
https://www.youtube.com/watch?v=FVjPLPp8cO4
Data de Lançamento: 16 de janeiro
Uma história sobre traumas geracionais, Familia reconstrói a trama familiar de Luigi Celeste, um jovem de 20 anos que se envolve com um grupo fascista enquanto enfrenta o legado destrutivo deixado por Franco, seu pai ausente, violento e autoritário. Depois de uma infância conturbada e um casamento abusivo, Luigi, seu irmão Alessandro e sua mãe Licia vivem juntos em Roma, são muito próximos e sofrem ainda as consequências de um passado bárbaro repleto de memórias terríveis. Já se passaram dez anos desde que viram seu pai e marido pela última vez. Um dia, Franco resolve voltar e restabelecer a família que deixou para trás sob o mesmo regime de medo e abuso doméstico. Baseado numa história real, Familia investiga o abismo complexo das ideologias extremistas, dos ciclos de violência que acompanham demônios internos mal resolvidos.
Data de lançamento: 16 de janeiro.
Data de Lançamento: 16 de janeiro
Em Redenção, onze anos após o assassinato de seu marido pelo grupo basco ETA, Maixabel Lasa (Blanca Portillo) se vê diante de uma escolha difícil: aceitar o pedido de perdão de um dos assassinos, Luis Carrasco (Urko Olazabal). Enquanto isso, Ibon Etxezarreta (Luis Tosar), outro dos assassinos, enfrenta o isolamento e a rejeição dos ex-amigos e companheiros de prisão. A narrativa mergulha na jornada de reconciliação de Maixabel, que lidera a Associação das Vítimas do Terrorismo, buscando entender não apenas o porquê dos atos de violência, mas também a possibilidade de perdão e paz. Enquanto ela se prepara para encontrar Luis, Ibon busca redenção e confronta o peso de suas ações passadas. Baseado em eventos reais, Redenção é uma história de dor, perdão e a busca pela reconciliação em meio ao legado do terrorismo, desafiando os personagens a superar o ódio e encontrar a humanidade em meio ao conflito.
Data de lançamento: 16 de janeiro.
Data de Lançamento: 16 de janeiro
Misericórdia é um longa dirigido por Alain Guiraudie e indicado ao Festival de Cannes 2024. A narrativa acompanha Jérémie (Félix Kysyl), um homem de 30 e poucos anos que volta para a sua cidade natal para prestar seus últimos agradecimentos ao seu antigo patrão e padeiro da aldeia. No entanto, o que era para ser uma visita breve se transforma em uma trama mais interessante quando eventos misteriosos começam a se desenrolar. Jérémie se vê envolvido em um desaparecimento inexplicável que lança uma explosão de acontecimentos na pacata comunidade de Saint-Martial. Enquanto tenta desvendar esse mistério que nem sabe como se enfiou, ele se depara com um vizinho ameaçador, cujas intenções suspeitas o deixam em estado de alerta constante. Além disso, as ações duvidosas de um clérigo local lançam dúvidas sobre a integridade da igreja na cidade. Com Martine (Catherine Frot), a viúva do padeiro, ao seu lado, Jérémie embarca em uma jornada para desvendar segredos sombrios que assombram sua cidade natal, enfrentando perigos imprevistos e reviravoltas inesperadas ao longo do caminho.
Data de lançamento: 16 de janeiro.
Data de Lançamento: 16 de janeiro
Uma história delicada sobre descobertas e amizade nesse filme sobre esporte com uma abordagem sensível. Em Sol de Inverno, a patinação artística é o motivo para o encontro entre dois atletas em formação e um treinador. Ambientado em uma pequena ilha japonesa, a vida gira em torno da mudança das estações. O inverno é época de hóquei no gelo na escola, mas Takuya (Keitatsu Koshiyama) não está muito entusiasmado com isso. Seu verdadeiro interesse está em Sakura (Kiara Nakanishi), uma estrela em ascensão da patinação artística de Tóquio, por quem ele começa a desenvolver um fascínio genuíno. O técnico e ex-campeão Arakawa (Sôsuke Ikematsu) vê potencial em Takuya e decide orientá-lo para formar uma dupla com Sakura para uma próxima competição. À medida que o inverno persiste, os sentimentos aumentam e ambos formam um vínculo harmonioso. Mas mesmo a primeira neve eventualmente derrete.
Data de lançamento: 16 de janeiro.
Data de Lançamento: 16 de janeiro
Dirigido por Alessandra Dorgan, Luiz Melodia – No Coração do Brasil é um documentário que busca celebrar a vida e obra do cantor e compositor brasileiro Luiz Melodia. A produção conta a história do artista que, ao abraçar sua liberdade musical e originalidade, desafiou muitas normas do mercado fonográfico e cultural brasileiro. Com materiais raros e inéditos de arquivo, também reflete a importância cultural de seu legado e da cena musical à qual ele contribuiu desde os anos 70. Com uma narração em primeira pessoa, o documentário coloca Luiz Melodia para contar sua própria história e trajetória da infância aos palcos. Os altos e baixos da carreira se encadeiam com performances ao vivo de canções marcantes do cantor.
Data de lançamento: 16 de janeiro.
Data de Lançamento: 16 de janeiro
Um homem fica preso no espaço após um terrível acidente. Em The Moon: Sobrevivente, um membro da tripulação espacial (Do Kyung-Soo) é deixado para trás, sozinho no espaço. O ano é 2030 e o projeto de exploração lunar progredia com sucesso, até um infeliz infortúnio, uma explosão solar, deixar o astronauta Hwang Seon-woo à deriva como o único sobrevivente de toda uma tripulação morta. Enquanto isso, na Terra, no centro de controle, o ex-chefe da Estação (Sol Kyung Gu) não mede esforços para conseguir resgatá-lo. Todavia, ele precisará contar com a ajuda da atual diretora e general da Estação Espacial (Kim Hee Ae), convencê-la e superar as tensões. Só assim ele poderá salvar a vida do astronauta e trazê-lo de volta a Terra em segurança.
Data de lançamento: 16 de janeiro.
Data de Lançamento: 16 de janeiro
A lua está cheia e o terror está à solta. Lobisomem, a mais recente criação da Blumhouse e do diretor e roteirista Leigh Whannell, conhecido por seu trabalho em O Homem Invisível, promete levar o público a um novo nível de pavor. Neste arrebatador conto de horror, um homem deve lutar para proteger a si mesmo e sua família quando eles se tornam alvos de um lobisomem mortal. À medida que a lua cheia ilumina a noite, o grupo é perseguido, aterrorizado e assombrado por uma criatura que personifica seus piores pesadelos. Com a tensão crescendo a cada momento e o perigo sempre à espreita, Lobisomem promete uma experiência cinematográfica intensa e inquietante, explorando o medo primal que surge quando o sobrenatural se torna uma ameaça real. Prepare-se para uma noite de terror que você nunca esquecerá.
Data de lançamento: 16 de janeiro.
Data de Lançamento: 16 de janeiro
Um drama biográfico de uma grande artista em busca de sua identidade. Angelina Jolie interpreta Maria Callas, uma das mais icônicas cantoras de ópera do século XX no filme Maria, dirigido pelo aclamado Pablo Larraín. O longa retrata o período em que a soprano greco-americana se refugia em Paris, após uma vida pública marcada pelo glamour e pela turbulência. O filme Maria Callas revisita os últimos dias da lendária artista, destacando o momento em que ela reflete sobre sua trajetória e identidade na Paris dos anos 1970. Depois de se dedicar ao público e à sua arte, Maria decide encontrar consigo mesma e encontrar sua própria voz e identidade. Esse é um retrato e uma investigação psicológica de uma mulher que teve o mundo ao seus pés e marcada pelos holofotes da fama.
Data de lançamento: 16 de janeiro.
Data de Lançamento: 16 de janeiro
Em MMA – Meu Melhor Amigo, acompanhamos Max Machadada (Marcos Mion), um grande campeão de MMA que passa pelo fim de sua carreira, afastado dos ringues enquanto se recupera de uma lesão séria no ombro. Quando descobre ser pai de um menino autista de 8 anos, ele precisa enfrentar os dois maiores desafios de sua vida: o primeiro é compreender o seu filho e conquistar seu carinho, já o segundo é rever os seus valores e se preparar para a maior luta da carreira, a sua última chance de uma grande volta. Max precisa se preparar emocional e fisicamente para enfrentar os desafios de cuidar do seu filho e se transformar no pai que ele precisa, assim como de dar a volta por cima na sua carreira profissional. Não abandonar os pontos e seguir aprendendo serão os lemas de Max e sua nova família.
Data de lançamento: 16 de janeiro.
Data de Lançamento: 16 de janeiro
Uma lenda feita para assustar crianças malcriadas pode não ser apenas uma fábula no fim das contas. Em O Homem do Saco, uma família vive um pesadelo após serem perseguidos por uma criatura mitológica maligna, o Homem do Saco. Patrick McKee (Sam Claflin) acaba de retornar para sua cidade natal com seu filho Jake (Caréll Rhoden) e sua mulher Karina (Antonia Thomas). Quando era criança, o pai de Patrick costuma contar, para ele e seu irmão Liam, a história desse monstro que levava crianças inocentes numa sacola e as devorava. Convencido de que escapou de um encontro com o homem do saco na juventude, Patrick permanece com os traumas desse dia assombroso até os dias de hoje. Agora, a entidade parece estar de volta, ameaçando a paz e a segurança de sua família e com o menino Jake na sua mira.
Data de lançamento: 16 de janeiro.
Data de Lançamento: 16 de janeiro
Em Aqui, produção do diretor Robert Zemeckis, se ambienta em um único lugar: a sala de uma casa. Acompanhando diversas famílias ao longo de gerações, todas conectadas por este espaço tempo que um dia chamaram de lar. Usando esse espaço único para ilustrar as transformações ocorridas em diversas eras, desde os primórdios da humanidade. Richard (Tom Hanks) e Margaret (Robin Wright) são um casal prestes a deixar o lar onde colecionaram uma emocionante jornada de amor, perdas, risos e memória, que transportaram desde o passado mais distante até um futuro próximo. Apresentando uma viagem pela linha do tempo da humanidade, contada de forma emocionante e surpreendente, onde tudo acontece em um único lugar: Aqui.
Data de lançamento: 16 de janeiro.