O Velvet Underground não era uma banda comum. Pelo contrário, até hoje muitas de suas músicas podem causar uma certa estranheza em ouvidos desavisados. Contestando os paradigmas da música pop, o experimentalismo avant-garde de Lou Reed e John Cale assustava. Os dois primeiros discos do Velvet, os que contaram com a colaboração dos dois membros fundadores e forças criativas da banda, trouxeram alguns clássicos únicos. Únicos pois trilhavam caminhos mais sinuosos do que o proposto pelo pop da época. Os arranjos, as temáticas, a sonoridade: elementos construídos e misturados de tal forma que, ao passo que podiam chocar, também conseguiam criar momentos de estranheza, tensão e beleza.
Muitos desses momentos foram méritos galês John Davies Cale. Filho de um minerador de carvão e de uma professora, desde de criança ele mostrava seu talento musical. Sua vocação logo lhe abriu portas e, em 1963, John Cale mudou-se para Nova Iorque para estudar música. E foi em Nova Iorque onde seu caminho encontrou nomes como Lou Reed e Andy Warhol e onde ele ajudou a construir uma das mais influentes bandas da história do rock. O Velvet Underground, que soou diferente demais em sua época, tem muitos dos seus mistérios escondidos nos arranjos de John Cale. Seu violino sufoca em ‘Venus in Furs’, segura o insustentável em ‘Heroin’, confunde em ‘The Black Angel’s Death Song’. Seu piano frenético da ritmo a ‘Waiting For My Man’ e a ‘All Tomorow Parties’, sua voz grave narra ‘The Gift’ e seu órgão injeta psicodelia em ‘Sister Ray’.
Apontados por muitos como um dos grandes responsáveis pelas influências avant-garde do Velvet, John Cale deixou a banda no verão de 1968. Após a gravação do ‘The Velvet Underground & Nico’ e do ‘White Light/White Heat’, seu relacionamento com o Lou Reed já estava desgastado. Ao perceber que seu espaço na banda estava limitado, John partiu rumo a sua carreira. O que esperar da primeira investida solo de alguém com formação musical formal e uma discografia como a do John Cale? Se você apostou em caminhos ainda mais experimentais, saiba que você está errado. Foi um disco onde, segundo o próprio Cale, alguém se ensinou a fazer algo. Com composições voltadas para canções e muito mais próximo do pop, em 1970 nascia o ‘Vintage Violence’.
A faixa de abertura já descontroi a expectativa de um disco difícil. ‘Hello There’ é uma música animada, com linhas vocais levemente dessincronizadas, um belo arranjo de teclas e um refrão que, na sua chegada, freia e embriaga a música. Mais exotérica, ‘Gideon’s Bible’ mistura os arranjos de guitarra e violino de forma interessante, enquanto a voz de Cale é acompanha por um backing vocal feminino. Retomando o ritmo, ‘Adelaide’ trás de volta o piano numa música de saudade que chama atenção também pelos acompanhamentos vocais pontuais. O acorde do órgão anuncia ‘Big White Cloud’. A orquestração do arranjo e a produção dessa faixa nos fazem entender quem enxerga nesse disco uma sonoridade que, às vezes, mistura costa oeste e Phil Spector. O órgão também anuncia a próxima canção, mas de forma muito mais descontraída. ‘Cleo’, entre palmas, teclas e cordas, é uma música de amor que ousa mais nas harmonias vocais. Na sequencia, as baladas ‘Cleo’ e ‘Charlemagne’ dão mais amostras das influências folk do disco e mostram que, se as letras não são tão profundas, elas buscam descrever sentimentos e situações humanas.
‘Bring It On Up’, além de trazer de volta um ritmo dançante, mistura The Band com um pouco de Rolling Stones. Num dos pontos altos do disco, Cale até soa mais pessoal em ‘Amsterdam’. A produção mais enxuta combina o grave da voz que esta canção pede, e assim cria um clima incerto de encontros e desencontros. O disco segue e Cale se aproxima um pouco daquela expectativa inicial de estranheza. ‘Ghost History’ tem o ritmo de valsa, a mistura de órgãos – por vezes até disonantes – nos versos e no solo, a melodia que conduz a canção. A música vai crescendo e misturando elementos, mirando um ápice de tensão que se disolve num instante para dar lugar para a derradeira faixa do disco. ‘Fairweather Friend’ é um rock que conta com o groove do baixo e uma guitarra lead que, entre riffs e solos, sustenta a música.
Curiosamente, o primeiro disco do John Cale impressiona por não ser tão ousado. O resultado não é tão original quanto a sua participação no Velvet, e nem mesmo é capaz de definir a sonoridade de Cale enquanto artista. Mesmo assim, temos boas canções e uma bela excursão num mundo que não se distancia da maioria dos ouvidos.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
As Crônicas de Uma Relação Passageira conta a história do romance entre Charlotte (Sandrine Kiberlain) e Simon (Vicenti Macaigne) que se conhecem em uma festa. Charlotte é uma mãe e solteira, já Simon é um homem casado e sua esposa está grávida. Eles se reencontram num bar e começam um relacionamento repleto de percalços. Ela é mais extrovertida, pouco preocupada com o que os outros pensam. Ele é mais tímido e retraído. A princípio, os opostos realmente se atraem e ambos concordaram em viver uma relação apenas de aventuras, mas tudo se complica quando os dois criam sentimentos um pelo outro e o que era para ser algo muito bom, acaba se tornando uma relação perturbadora.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Dirigido e roteirizado por Pat Boonnitipat, a trama dessa ficção emocionante, Como Ganhar Milhões Antes que a Vó Morra, acompanha a jornada do jovem When M (Putthipong Assaratanakul), que passa a cuidar de sua avó doente chamada Amah (Usha Seamkhum), instigado pela herança da idosa. O plano é conquistar a confiança de sua avó, assim será o dono de seus bens. Tendo interesse apenas no dinheiro que Amah tem guardado, When resolve largar o trabalho para ficar com a senhora. Movido, também, por sentimentos que ele não consegue processar, como a culpa, o arrependimento e a ambição por uma vida melhor, o jovem resolve planejar algo para conseguir o amor e a preferência da avó antes que a doença a leve de vez. Em meio à essa tentativa de encantar Amah, When descobre que o amor vem por vias inimagináveis.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Um aspirante a escritor utiliza um alter ego para desenvolver seu primeiro romance. Em Sebastian, Max é um jovem de 25 anos que vive como escritor freelancer em Londres trabalhando com artigos para uma revista. Ter um livro publicado fala alto na lista de desejos do rapaz e, então, ele encontra um tema para explorar: o trabalho sexual na internet. Se a vida é um veículo de inspiração para um artista, Max corre atrás das experiências necessárias para desenvolver a trama de seu livro. Com isso, durante a noite, Max vira Sebastian, um trabalhador sexual com um perfil em um site no qual se oferece pagamentos por uma noite de sexo. Com essa vida dupla, Max navega diferentes histórias, vulnerabilidades e os próprios dilemas. Será que esse pseudônimo é apenas um meio para um fim, ou há algo a mais?
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Uma comédia em que grandes segredos e humilhações se cruzam e vem à tona. Histórias Que é Melhor Não Contar apresenta situações com as quais nos identificamos e que preferimos não contar, ou melhor, que preferimos esquecer a todo custo. Encontros inesperados, momentos ridículos ou decisões sem sentido, o filme aborda cinco histórias com um olhar ácido e compassivo sobre a incapacidade de controlar nossas próprias emoções. Na primeira história, uma mulher casada se vê atraída por um rapaz que conheceu em um passeio com o cachorro. Em seguida, um homem desiludido com seu último relacionamento se vê numa situação desconfortável na festa de um amigo. Na terceira, um grupo de amigas atrizes escondem segredos uma da outra. Por último, um professor universitário toma uma decisão precipitada; e um homem casado acha que sua mulher descobriu um segredo seu do passado. Com uma estrutura episódica, as dinâmicas do amor, da amizade e de relacionamentos amorosos e profissionais estão no cerne desse novo filme de Cesc Gay.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Lee, dirigido pela premiada cineasta, Ellen Kuras, vai contar a história da correspondente de guerra da revista Vogue, durante a Segunda Guerra Mundial, Elizabeth Lee Miller. O filme vai abordar uma década crucial na vida dessa fotógrafa norte-americana, mostrando com afinco o talento singular e a tenacidade dela, o que resultou em algumas das imagens de guerra mais emblemáticas do século XX. Isso inclui a foto icônica que Miller tirou dela mesma na banheira particular de Hitler. Miller tinha uma profunda compreensão e empatia pelas mulheres e pelas vítimas sem voz da guerra. Suas imagens exibem tanto a fragilidade quanto a ferocidade da experiência humana. Acima de tudo, o filme mostra como Miller viveu sua vida a todo vapor em busca da verdade, pela qual ela pagou um alto preço pessoal, forçando-a a confrontar um segredo traumático e profundamente enterrado de sua infância.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Prólogo do live action de Rei Leão, produzido pela Disney e dirigido por Barry Jenkins, o longa contará a história de Mufasa e Scar antes de Simba. A trama tem a ajuda de Rafiki, Timão e Pumba, que juntos contam a lenda de Mufasa à jovem filhote de leão Kiara, filha de Simba e Nala. Narrado através de flashbacks, a história apresenta Mufasa como um filhote órfão, perdido e sozinho até que ele conhece um simpático leão chamado Taka – o herdeiro de uma linhagem real. O encontro ao acaso dá início a uma grande jornada de um grupo extraordinário de deslocados em busca de seu destino, além de revelar a ascensão de um dos maiores reis das Terras do Orgulho.