Um espetáculo cinematográfico chamado ‘Dunkirk’

Chega aos cinemas nesta quinta (27) o filme Dunkirk. E não é um filme qualquer, é uma obra prima da sétima arte, provavelmente uma das melhores películas do ano. A produção consegue reunir uma série de fatores que já elevam o nível de qualquer trabalho: guerra, baseado em fatos reais, direção/roteiro de Christopher Nolan junto de uma trilha sonora do Hans Zimmer. Além é claro de uma fotografia brilhante, sequências milimetricamente filmadas, drama histórico e uma sonorização perfeita. Agora reúna tudo e terás essa obra de arte.

A Segunda Guerra Mundial já caminhava para um desfecho em meados de 1940. Quando a resistência inglesa e a indecisão alemã definiram os rumos da batalha. Um dos momentos cruciais ocorreu na cidade litorânea de Dunkerque, na França. Lá os nazistas encurralaram as tropas britânicas, impedindo-os de sair dali tanto por terra quanto por mar. De forma heróica, milhares de cidadãos britânicos se mandaram com seus barcos e ajudaram no resgate de aproximados 330.000 soldados.

E é baseado neste momento importantíssimo da história que Nolan faz um recorte preciso de bravura e heroísmo. Não é de forma simples, pois Dunkirk surpreende em todos os aspectos e é quase uma aula de cinema. Esqueça o que já assistiu em filmes do gênero, aqui as coisas funcionam de forma bem diferente.

A começar pelo elenco que conta com grandes nomes como: Tom Hardy, Mark Rylance, Kenneth Branagh, Cillian Murphy e alguns novatos (destaque para a estreia de Harry Styles, cantor ex-One Direction, que manda muito bem em cena). Entretanto, não existe protagonista no longa. A história se desenha por três visões distintas (terra, mar e céu). Que apesar de estarem distorcidas no tempo acabam conectadas pelo grande fio condutor: a luta pela sobrevivência.

Tratando-se de um filme situado na guerra, Nolan revoluciona mais uma vez. Não há sangue ou mortes escancaradas pra todo lado, tudo é feito da forma mais natural possível. Por sinal, não existem nem efeitos especiais. O diretor foi com a equipe para Dunkerque, recriando por lá todo o cenário dos anos 40 e ficou impecável. As passagens de avião transmitem uma sensação de jogos virtuais em primeira pessoa, bem coreografadas e objetivas. Assim como os momentos submersos trazem toda uma aflição e sufoco. Não há enquadramento perdido, tudo em Dunkirk proporciona algo ao espectador.

Dunkirk é o exemplo de quão brilhante o cinema é, algo que arremata e o faz passar por um milhão de sentimentos. Seria facilmente possível elaborar uma dissertação sobre esta obra, analisando todos os pontos técnicos e artísticos. Ou até mesmo abordar como que Christopher Nolan é genial, emplacando uma sucessão de produções fantásticas que chega a assustar. Porém, ficaremos apenas na afirmação incontestável de que o que temos aqui é algo para a eternidade. Um filme digno de assistir no melhor cinema (com o melhor sistema de som), para não perder sequer uma faísca. Dunkirk arrepia, contagia e lhe transporta para uma dimensão que só grandes clássicos conseguem. É isso, Dunkirk é um clássico.

Nota: 10

Trailer – Dunkirk

Por Adalberto Juliatto
27/07/2017 18h43