É quase meia-noite quando o táxi para em frente à casa — de madeira, simples e aconchegante em meio às residências de alvenaria da Rua Reinaldino S. de Quadros, no Alto da XV. As luzes de freio iluminam o asfalto de vermelho, e o silêncio é quebrado apenas pelos roncos dos motores em avenidas mais movimentadas, não muito longe dali. O passageiro se demora.
Do outro lado da rua, dois pares de olhos observam a cena, protegidos pela distância e pela visão do alto de uma sacada. Ao contrário dos filmes, a câmera não nos aproxima dos protagonistas. Teria o cartão de crédito dado problema, e por isso a demora para o desembarque? Ou estariam, taxista e passageiro, discutindo pormenores de suas vidas?
Alguns minutos se passam antes de conhecermos a identidade daquele que chega: homem, aparentemente em seus 30 e poucos anos, de calças jeans e camisa clara. Traz consigo uma pasta preta e uma pequena mochila de viagem. Ele é recebido por uma senhora de cabelos curtos – sua mãe, talvez? Abraço. Porta que é fechada. Silêncio.
— Onde será que ele estava? Será que voltou de uma viagem de trabalho?
— Pode ser… Vai ver chegou e agora vai encontrar aquele feijãozão de mãe na geladeira.
Olhar para o desconhecido considerando-o protagonista de uma cena é um dos meus passatempos favoritos. Um verdadeiro exercício de extrapolação: enxergar o outro como se os olhos dele fossem os meus. Este princípio, que é base para o que chamamos de empatia, é vivenciado principalmente através da arte — notadamente o cinema e a literatura. Através de vozes, sentimentos e pensamentos alheios (na verdade, de personagens que nem ao menos existem), nos emocionamos e refletimos sobre a nossa própria realidade — e sentimos prazer ao fazer isso.
Essa não é, no entanto, a única forma de nos conectarmos com o outro. É possível extrapolar a literatura e o cinema e levar esse exercício para o nosso dia a dia. David Foster Wallace, em um discurso de paraninfo para formandos do Kenyon College, em 2005, resumiu: “Essa não é uma questão de virtude — trata-se de optar por tentar alterar minha configuração padrão original, impressa nos meus circuitos. Significa optar por me libertar desse egocentrismo profundo e literal que me faz ver e interpretar absolutamente tudo pelas lentes do meu ser.” (O discurso, inclusive, está em minha lista pessoal de cinco textos que mais me tocaram. Leitura mais que recomendada).
Em alguns casos, essa é uma atividade fácil: pensar como alguém parecido com nós mesmos não exige muito mais do que nossas próprias convicções. Mas e se o outro for muito diferente? Como dar voz e sentimentos, de forma empática, a alguém muito mais rico ou muito mais pobre que nós? Como pensa alguém que passa fome, se nós mesmos nunca passamos por isso na vida? Não de verdade, ao menos. Aos homens: como pensa uma mulher? Mulheres, como pensa um homem?
Extrapolar o que sabemos sobre uma pessoa (ou animal, ou espaço, ou objeto) e imaginar mais sobre ela em nossa própria cabeça nos dá uma nova perspectiva sobre a sociedade. Vá até a sacada e invente algo sobre o seu vizinho – seus diálogos, seu jantar. Divirta-se enquanto o faz.
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Segundas apresentações
Reflexões de boteco à parte, é hora de apresentar este espaço. Na semana passada, publiquei uma das muitas histórias do Arnaldo, um vendedor de empadinhas. A ideia é que, domingo após domingo, você encontre por aqui, além de pequenas crônicas como a de hoje, relatos (reais) de pessoas nas quais você pode esbarrar por aí a qualquer momento — meu plano de dominação mundial é, quem sabe, despertar sua curiosidade sobre as histórias de todas as pessoas que cruzam com você todos os dias.
Data de Lançamento: 27 de junho
Divertidamente 2 marca a sequência da famosa história de Riley (Kaitlyn Dias). Com um salto temporal, a garota agora se encontra mais velha, com 13 anos de idade, passando pela tão temida pré-adolescência. Junto com o amadurecimento, a sala de controle mental da jovem também está passando por uma demolição para dar lugar a algo totalmente inesperado: novas emoções. As já conhecidas, Alegria (Amy Poehler), Tristeza (Phyllis Smith), Raiva (Lewis Black), Medo (Tony Hale) e Nojinho (Liza Lapira), que desde quando Riley é bebê, eles predominam a central de controle da garota em uma operação bem-sucedida, tendo algumas falhas no percurso como foi apresentado no primeiro filme. As antigas emoções não têm certeza de como se sentir e com agir quando novos inquilinos chegam ao local, sendo um deles a tão temida Ansiedade (Maya Hawke). Inveja (Ayo Edebiri), Tédio (Adèle Exarchopoulos) e Vergonha (Paul Walter Hauser) integrarão juntos com a Ansiedade na mente de Riley, assim como a Nostalgia (June Squibb) que aparecerá também.
Data de Lançamento: 04 de julho
Ainda Temos o Amanhã situa-se na Itália, em uma Roma do pós-guerra dos anos 1940. Dividida entre o otimismo da libertação e as misérias, está Delia (Paola Cortellesi), uma mulher dedicada, esposa de Ivano (Valério Mastandrea) e mãe de três filhos. Esses são os papéis que a definem e ela está satisfeita com isso. Enquanto seu marido Ivano age como o chefe autoritário da família, Delia encontra consolo em sua amiga Marisa (Emanuela Fanelli). A família se prepara para o noivado da filha mais velha, Marcella (Romana Maggiora Vergano), que vê no casamento uma saída para uma vida melhor. Delia recebe uma dose de coragem extra para quebrar os padrões familiares tradicionais e aspira a um futuro diferente, talvez até encontrar a sua própria liberdade. Tudo isso após a mesma receber uma carta misteriosa. Entre segredos e reviravoltas, este drama emocionante explora o poder do amor e da escolha em tempos difíceis.
Data de Lançamento: 04 de julho
Entrevista com o Demônio é um longa-metragem de terror que conta sobre o apresentador de um programa de televisão dos anos 70, Jack Delroy (David Dastmalchian), que está tentando recuperar a audiência do seu programa, resultado da sua desmotivação com o trabalho após a trágica morte de sua esposa. Desesperado por recuperar o seu sucesso de volta, Jack planeja um especial de Halloween de 1977 prometendo e com esperanças de ser inesquecível. Mas, o que era para ser uma noite de diversão, transformou-se em um pesadelo ao vivo. O que ele não imaginava é que está prestes a desencadear forças malignas que ameaçam a sua vida e a de todos os envolvidos no programa, quando ele recebe em seu programa uma parapsicóloga (Laura Gordon) para mostrar o seu mais recente livro que mostra a única jovem sobrevivente de um suicídio em massa dentro de uma igreja satã, Lilly D’Abo (Ingrid Torelli). A partir desse fato, o terror na vida de Jack Delroy foi instaurado. Entrevista com o Demônio entra em temas complexos como a fama, culto à personalidade e o impacto que a tecnologia pode causar, tudo isso em um ambiente sobrenatural.
https://www.youtube.com/watch?v=JITy3yQ0erg&ab_channel=SpaceTrailers
Data de Lançamento: 04 de julho
Nesta sequência, o vilão mais amado do planeta, que virou agente da Liga Antivilões, retorna para mais uma aventura em Meu Malvado Favorito 4. Agora, Gru (Leandro Hassum), Lucy (Maria Clara Gueiros), Margo (Bruna Laynes), Edith (Ana Elena Bittencourt) e Agnes (Pamella Rodrigues) dão as boas-vindas a um novo membro da família: Gru Jr., que pretende atormentar seu pai. Enquanto se adapta com o pequeno, Gru enfrenta um novo inimigo, Maxime Le Mal (Jorge Lucas) que acaba de fugir da prisão e agora ameaça a segurança de todos, forçando sua namorada mulher-fatal Valentina (Angélica Borges) e a família a fugir do perigo. Em outra cidade, as meninas tentam se adaptar ao novo colégio e Valentina incentiva Gru a tentar viver uma vida mais simples, longe das aventuras perigosas que fez durante quase toda a vida. Neste meio tempo, eles também conhecem Poppy (Lorena Queiroz), uma surpreendente aspirante à vilã e os minions dão o toque que faltava para essa nova fase.