Na última semana, muitos brasileiros se emocionaram com as cenas nas quais Ivana (Carol Duarte) revela à família que é transgênero em “A força do querer”, novela das 21h exibida atualmente na Rede Globo. (Como até o dia de publicação desse texto, ainda não foi revelado o nome masculino escolhido por Ivana, utilizarei o nome de registro da personagem).
Há vários capítulos, o público já acompanhava o drama vivido por Ivana, que nasceu em um corpo feminino apesar de não se identificar como tal. Criada e dirigida por Glória Perez, a novela tem sido positiva na representação das pessoas transgênero e discutido sobre questões de gênero e sexualidade de maneira madura e didática.
Porém, ainda que seja conhecido como grande criador e exportador de novelas, o Brasil não figura entre os países vanguardistas quando o assunto é representação Queer na TV. De fato, cada vez que algum autor decide incluir a pauta na programação, percebemos o quanto o Brasil ainda precisa avançar nas discussões sobre o tema e, portanto, o quanto ele precisa sim fazer parte das produções culturais.
A representação social é um assunto interessante e, como tal, amplamente discutido no meio acadêmico e nas rodas de comunicadores. Ela se dá sempre em uma espécie de círculo: quanto mais se mostra a representação de um grupo (classe social, gênero, raça, orientação sexual e etc), mais a sociedade aprende a conviver com ele de maneira respeitosa e igualitária e, em contrapartida, quanto mais pessoas pertencentes a esse grupo existem em uma comunidade, maior será a sua influência nas produções culturais desse local.
Ora, é fato que mesmo que o Brasil seja um país de população predominantemente negra, o público brasileiro ainda engatinha no entendimento sobre a representatividade racial e suas consequências para a evolução social de toda a população. Não é surpreendente que muitos também façam vista grossa para os personagens gays, lésbicas, bissexuais ou trans incluídos na programação aberta, apesar de essa reação ser digna da Idade Média.
Não é a primeira vez que vemos personagens Queer na programação da TV nacional, mas se analisarmos tudo o que se produz na TV brasileira, veremos que essa representação é baixa e, na maioria das vezes, carregada de estereótipos que reforçam o preconceito – isso quando os personagens não são retirados da trama repentinamente ou têm seu tempo de tela diminuído para agradar ao público intolerante que critica. Países europeus como Espanha, Alemanha, Inglaterra e Suíça estão anos-luz a nossa frente quando se fala de representatividade LGBTQ.
Gostaria de dizer que o Brasil é isolado nesse conservadorismo preconceituoso e intolerante, porém, isso seria mascarar a gravidade da intolerância em todo o mundo. Muitos países caminham exatamente como o nosso na trilha da representatividade social: a passos de formiga manca.
Mesmo nas produções americanas, os números ainda deixam a desejar. A “Gay & Lesbian Alliance Against Defamation” (GLAAD) é uma organização não-governamental estadunidense cujo foco é o monitoramento da maneira como a mídia retrata as pessoas LGBTQ. Anualmente eles divulgam o “Where Are We on TV – Onde estamos na TV”, relatório detalhado sobre a representatividade de LGBTQ’s e outras minorias nas produções televisivas americanas.
O relatório de 2016 apontou que, dos 895 personagens fixos de séries a serem exibidas no horário nobre da TV aberta em 2017, apenas 43 são identificados como gays, lésbicas, transgênero ou Queer. Esse percentual (4,8%) é o maior já registrado pela pesquisa, mas ainda é pequeno. O número é um pouco maior nos canais fechados, mas nada que nos faça celebrar muito.
A ABC é a primeira colocada nos índices, com 7,3% de seus personagens sendo identificados como gays, lésbicas, trans ou Queer. Em segundo e terceiro lugar estão Fox e CW, com 6,4% e 4,3%, respectivamente. Quando analisamos as características dos personagens LGBTQ, percebemos uma tendência que se manifesta em praticamente toda a produção midiática mundial: a predominância dos personagens do sexo masculino. Os homens gays são 49% dos personagens retratados, contra 17% de mulheres lésbicas e 4% de transgêneros (30% são bissexuais, porém, o relatório não apresenta uma classificação por gênero para esse grupo).
E afinal, o que significam todos esses números? Significa que as estatísticas precisam melhorar, que as pessoas LGBTQ são mais do que 4,8% da população na maior parte dos países, que a TV brasileira está muito abaixo desse número que já é tão pequeno e que a sociedade precisa aprender com histórias como a da Ivana.
Já parou para analisar a sensação de ver-se representado na tela? Todos nós fazemos comparativos quase involuntários com os personagens fictícios e suas relações. Se temos o mesmo número de irmãos, se temos a mesma profissão, os mesmos sonhos, os mesmos dilemas. Em alguns casos, fazemos o oposto, percebemos o quanto somos diferentes e o quanto não sabemos sobre como é travar as lutas daquele personagem. É por isso que a representatividade social é tão importante, ela nos enriquece e nos faz evoluir. A representatividade nos ensina a ter empatia, a conviver, a amar.
Se em alguns momentos a Rede Globo – e outros canais – preferiram silenciar e atender aos pedidos dos queixosos, retirando os personagens Queer do foco, dessa vez ela parece ter assumido seu papel como influenciador midiático e trouxe a discussão ao centro da trama, com longos diálogos tratando sobre os direitos, medos, frustrações e traumas dos gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros.
Em uma sociedade na qual a mídia quase sempre silencia, quando ela dá voz, a gente aplaude.
Um salve para a Rede Globo. Arrasou, viada!
Data de Lançamento: 16 de janeiro
Uma história sobre traumas geracionais, Familia reconstrói a trama familiar de Luigi Celeste, um jovem de 20 anos que se envolve com um grupo fascista enquanto enfrenta o legado destrutivo deixado por Franco, seu pai ausente, violento e autoritário. Depois de uma infância conturbada e um casamento abusivo, Luigi, seu irmão Alessandro e sua mãe Licia vivem juntos em Roma, são muito próximos e sofrem ainda as consequências de um passado bárbaro repleto de memórias terríveis. Já se passaram dez anos desde que viram seu pai e marido pela última vez. Um dia, Franco resolve voltar e restabelecer a família que deixou para trás sob o mesmo regime de medo e abuso doméstico. Baseado numa história real, Familia investiga o abismo complexo das ideologias extremistas, dos ciclos de violência que acompanham demônios internos mal resolvidos.
Data de lançamento: 16 de janeiro.
Data de Lançamento: 16 de janeiro
Em Redenção, onze anos após o assassinato de seu marido pelo grupo basco ETA, Maixabel Lasa (Blanca Portillo) se vê diante de uma escolha difícil: aceitar o pedido de perdão de um dos assassinos, Luis Carrasco (Urko Olazabal). Enquanto isso, Ibon Etxezarreta (Luis Tosar), outro dos assassinos, enfrenta o isolamento e a rejeição dos ex-amigos e companheiros de prisão. A narrativa mergulha na jornada de reconciliação de Maixabel, que lidera a Associação das Vítimas do Terrorismo, buscando entender não apenas o porquê dos atos de violência, mas também a possibilidade de perdão e paz. Enquanto ela se prepara para encontrar Luis, Ibon busca redenção e confronta o peso de suas ações passadas. Baseado em eventos reais, Redenção é uma história de dor, perdão e a busca pela reconciliação em meio ao legado do terrorismo, desafiando os personagens a superar o ódio e encontrar a humanidade em meio ao conflito.
Data de lançamento: 16 de janeiro.
Data de Lançamento: 16 de janeiro
Misericórdia é um longa dirigido por Alain Guiraudie e indicado ao Festival de Cannes 2024. A narrativa acompanha Jérémie (Félix Kysyl), um homem de 30 e poucos anos que volta para a sua cidade natal para prestar seus últimos agradecimentos ao seu antigo patrão e padeiro da aldeia. No entanto, o que era para ser uma visita breve se transforma em uma trama mais interessante quando eventos misteriosos começam a se desenrolar. Jérémie se vê envolvido em um desaparecimento inexplicável que lança uma explosão de acontecimentos na pacata comunidade de Saint-Martial. Enquanto tenta desvendar esse mistério que nem sabe como se enfiou, ele se depara com um vizinho ameaçador, cujas intenções suspeitas o deixam em estado de alerta constante. Além disso, as ações duvidosas de um clérigo local lançam dúvidas sobre a integridade da igreja na cidade. Com Martine (Catherine Frot), a viúva do padeiro, ao seu lado, Jérémie embarca em uma jornada para desvendar segredos sombrios que assombram sua cidade natal, enfrentando perigos imprevistos e reviravoltas inesperadas ao longo do caminho.
Data de lançamento: 16 de janeiro.
Data de Lançamento: 16 de janeiro
Uma história delicada sobre descobertas e amizade nesse filme sobre esporte com uma abordagem sensível. Em Sol de Inverno, a patinação artística é o motivo para o encontro entre dois atletas em formação e um treinador. Ambientado em uma pequena ilha japonesa, a vida gira em torno da mudança das estações. O inverno é época de hóquei no gelo na escola, mas Takuya (Keitatsu Koshiyama) não está muito entusiasmado com isso. Seu verdadeiro interesse está em Sakura (Kiara Nakanishi), uma estrela em ascensão da patinação artística de Tóquio, por quem ele começa a desenvolver um fascínio genuíno. O técnico e ex-campeão Arakawa (Sôsuke Ikematsu) vê potencial em Takuya e decide orientá-lo para formar uma dupla com Sakura para uma próxima competição. À medida que o inverno persiste, os sentimentos aumentam e ambos formam um vínculo harmonioso. Mas mesmo a primeira neve eventualmente derrete.
Data de lançamento: 16 de janeiro.
Data de Lançamento: 16 de janeiro
Dirigido por Alessandra Dorgan, Luiz Melodia – No Coração do Brasil é um documentário que busca celebrar a vida e obra do cantor e compositor brasileiro Luiz Melodia. A produção conta a história do artista que, ao abraçar sua liberdade musical e originalidade, desafiou muitas normas do mercado fonográfico e cultural brasileiro. Com materiais raros e inéditos de arquivo, também reflete a importância cultural de seu legado e da cena musical à qual ele contribuiu desde os anos 70. Com uma narração em primeira pessoa, o documentário coloca Luiz Melodia para contar sua própria história e trajetória da infância aos palcos. Os altos e baixos da carreira se encadeiam com performances ao vivo de canções marcantes do cantor.
Data de lançamento: 16 de janeiro.
Data de Lançamento: 16 de janeiro
Um homem fica preso no espaço após um terrível acidente. Em The Moon: Sobrevivente, um membro da tripulação espacial (Do Kyung-Soo) é deixado para trás, sozinho no espaço. O ano é 2030 e o projeto de exploração lunar progredia com sucesso, até um infeliz infortúnio, uma explosão solar, deixar o astronauta Hwang Seon-woo à deriva como o único sobrevivente de toda uma tripulação morta. Enquanto isso, na Terra, no centro de controle, o ex-chefe da Estação (Sol Kyung Gu) não mede esforços para conseguir resgatá-lo. Todavia, ele precisará contar com a ajuda da atual diretora e general da Estação Espacial (Kim Hee Ae), convencê-la e superar as tensões. Só assim ele poderá salvar a vida do astronauta e trazê-lo de volta a Terra em segurança.
Data de lançamento: 16 de janeiro.
Data de Lançamento: 16 de janeiro
A lua está cheia e o terror está à solta. Lobisomem, a mais recente criação da Blumhouse e do diretor e roteirista Leigh Whannell, conhecido por seu trabalho em O Homem Invisível, promete levar o público a um novo nível de pavor. Neste arrebatador conto de horror, um homem deve lutar para proteger a si mesmo e sua família quando eles se tornam alvos de um lobisomem mortal. À medida que a lua cheia ilumina a noite, o grupo é perseguido, aterrorizado e assombrado por uma criatura que personifica seus piores pesadelos. Com a tensão crescendo a cada momento e o perigo sempre à espreita, Lobisomem promete uma experiência cinematográfica intensa e inquietante, explorando o medo primal que surge quando o sobrenatural se torna uma ameaça real. Prepare-se para uma noite de terror que você nunca esquecerá.
Data de lançamento: 16 de janeiro.
Data de Lançamento: 16 de janeiro
Um drama biográfico de uma grande artista em busca de sua identidade. Angelina Jolie interpreta Maria Callas, uma das mais icônicas cantoras de ópera do século XX no filme Maria, dirigido pelo aclamado Pablo Larraín. O longa retrata o período em que a soprano greco-americana se refugia em Paris, após uma vida pública marcada pelo glamour e pela turbulência. O filme Maria Callas revisita os últimos dias da lendária artista, destacando o momento em que ela reflete sobre sua trajetória e identidade na Paris dos anos 1970. Depois de se dedicar ao público e à sua arte, Maria decide encontrar consigo mesma e encontrar sua própria voz e identidade. Esse é um retrato e uma investigação psicológica de uma mulher que teve o mundo ao seus pés e marcada pelos holofotes da fama.
Data de lançamento: 16 de janeiro.
Data de Lançamento: 16 de janeiro
Em MMA – Meu Melhor Amigo, acompanhamos Max Machadada (Marcos Mion), um grande campeão de MMA que passa pelo fim de sua carreira, afastado dos ringues enquanto se recupera de uma lesão séria no ombro. Quando descobre ser pai de um menino autista de 8 anos, ele precisa enfrentar os dois maiores desafios de sua vida: o primeiro é compreender o seu filho e conquistar seu carinho, já o segundo é rever os seus valores e se preparar para a maior luta da carreira, a sua última chance de uma grande volta. Max precisa se preparar emocional e fisicamente para enfrentar os desafios de cuidar do seu filho e se transformar no pai que ele precisa, assim como de dar a volta por cima na sua carreira profissional. Não abandonar os pontos e seguir aprendendo serão os lemas de Max e sua nova família.
Data de lançamento: 16 de janeiro.
Data de Lançamento: 16 de janeiro
Uma lenda feita para assustar crianças malcriadas pode não ser apenas uma fábula no fim das contas. Em O Homem do Saco, uma família vive um pesadelo após serem perseguidos por uma criatura mitológica maligna, o Homem do Saco. Patrick McKee (Sam Claflin) acaba de retornar para sua cidade natal com seu filho Jake (Caréll Rhoden) e sua mulher Karina (Antonia Thomas). Quando era criança, o pai de Patrick costuma contar, para ele e seu irmão Liam, a história desse monstro que levava crianças inocentes numa sacola e as devorava. Convencido de que escapou de um encontro com o homem do saco na juventude, Patrick permanece com os traumas desse dia assombroso até os dias de hoje. Agora, a entidade parece estar de volta, ameaçando a paz e a segurança de sua família e com o menino Jake na sua mira.
Data de lançamento: 16 de janeiro.
Data de Lançamento: 16 de janeiro
Em Aqui, produção do diretor Robert Zemeckis, se ambienta em um único lugar: a sala de uma casa. Acompanhando diversas famílias ao longo de gerações, todas conectadas por este espaço tempo que um dia chamaram de lar. Usando esse espaço único para ilustrar as transformações ocorridas em diversas eras, desde os primórdios da humanidade. Richard (Tom Hanks) e Margaret (Robin Wright) são um casal prestes a deixar o lar onde colecionaram uma emocionante jornada de amor, perdas, risos e memória, que transportaram desde o passado mais distante até um futuro próximo. Apresentando uma viagem pela linha do tempo da humanidade, contada de forma emocionante e surpreendente, onde tudo acontece em um único lugar: Aqui.
Data de lançamento: 16 de janeiro.