Mamma Ru falou, tá falado!
Acompanhando a polêmica em torno da campanha publicitária #SemMimimi da farmacêutica Sanofi para o analgésico Novalfem estrelado pela Preta Gil (ficou feito, miga) — que trata a cólica menstrual como frescura — e como muitas mulheres passaram a noite de ontem mal com elas mesmas por não estarem em um relacionamento estável, hoje vamos falar sobre a difícil tarefa de concretizar o mito da mulher completa, criado neste mundo machista em que vivemos. Para isso, vou recorrer a uma pequena história fictícia (porém muito real) criada por essa que vos escreve.
“Era uma vez uma mulher chamada Catarina, que nasceu no interior do Brasil – qualquer lugar que você consiga imaginar. Para sua sorte, Catarina cresceu em uma família que não lhe impunha barreiras de gênero – apesar de ouvir e conviver com as tradicionais imposições, fazendo com que, muitas vezes, desejasse ser uma Barbie com que brincava com as amigas. Linda, loira, magra, com um Ken que a fizesse feliz.
Com treze anos, Catarina teve sua primeira menstruação. Contou para a família, que fez uma grande festa – afinal, ela tinha virado mocinha. Logo nos primeiros meses ela não entendeu por que isso era motivo de festa. Descobriu ter ovário policístico logo depois e passava os sete dias de menstruação se contorcendo de dor no sofá. As cólicas eram impossíveis e não tinha capacidade nem se levantar, muito menos de participar dos treinos da equipe de natação de que fazia parte. Passou uma semana sem ir e, ao voltar, ouviu que fora rebaixada para uma equipe menor, já que não teve comprometimento de ir aos treinos por uma semana – afinal de contas, cólica era desculpa. Era puro mimimi. Irritada, deixou a equipe. Com aquilo, aprendeu que deveria ser mais forte, não deixar que a dor atrapalhasse seus objetivos, por mais que essa dor fosse quase insuportável.
Catarina sempre falou muito. Nunca foi tímida e sempre se expressou muito bem. As tias reclamavam, dizendo que Catarina era bem nome de menina que fala demais, e mulher não podia falar muito não, tinha que se preservar. ‘Se preservar do quê?’, pensava ela. Mas, bom, quando ficava quieta, o problema era a TPM ou algum garoto que estava mexendo com ela. Tinha que falar, ficar quieta, sorrir, ficar feliz e não responder o que achava errado. Nunca conseguiu entender.
Catarina cresceu, fez faculdade e conseguiu um bom emprego. Já que não se permitia sofrer por cólicas terríveis. Nunca faltou o trabalho e pouca coisa mexia com ela. A não ser, claro, o fato de não ter um namorado. A pressão vinha de todos os lados – o chefe que caçoava a chamando de coitada, as amigas que começavam a casar e a olhar com dó, as tias que perguntavam quando ela faria a família voltar a ter crianças correndo nas reuniões – mesmo que ela nem soubesse se queria ou não ter filhos. Diziam para ela que só seria completa com um relacionamento – seria seu passaporte para uma maior autoestima e felicidade.
Para encontrar o bendito, Catarina saía todo final de semana, até quando não queria. Mesmo com cólica, não interessava: mulher é forte, é guerreira e corajosa – não se deixa abalar por qualquer dorzinha. O tempo estava passando e ninguém quer saber de mulher solteira por ai. Com um sorriso no rosto, Catarina dançava com as amigas e, quando um homem chegava para conversar, as amigas davam a dica: não diga o que você faz, homens se sentem intimidados por mulheres fortes e independentes. Além de tudo, tinha que fingir fragilidade para conseguir estar com alguém. Mas, se conseguisse conversar com um cara e quisesse ficar com ele, deveria ser recatada e nunca ir para a casa com ele, assim, de primeira. Deveria se preservar, porque homem é assim mesmo. Nunca disseram para ela que, se o cara se sentisse diminuído e pensasse assim, talvez fosse uma pessoa errada para ela.
O dia 12 de junho chegou e ela continuava sozinha. Catarina, que nunca aprendeu a se amar e valorizar suas próprias conquistas, se permitiu ficar triste por não ter um companheiro ao seu lado. Não estava completa. Nunca entendeu que, ao contrário do que lhe diziam, precisava se amar antes de querer estar com qualquer pessoa – que, se ela mesma não estivesse feliz, nunca poderia compartilhar felicidade com ninguém.
Percebeu, então, que nunca seria Barbie que brincava no colégio – não era magra daquele jeito e não deveria se sentir mal por isso. E que estava cansada das contradições que a vida cobrava dela. Não poderia ser tão frágil que uma cólica a derrubasse nem tão forte que um homem se sentisse intimidado. Mas o que queriam dela afinal?
Cansada de ser pressionada por todos os lados, decidiu que faria apenas e nada mais do que tivesse vontade. Finalmente, se sentiu empoderada e feliz. Iria pra balada quando quisesse e se quisesse e se permitia ser feliz com o que tivesse em sua vida – carreira, trabalho, namorado, marido, filhos ou nada disso. Ela quis mais da sua própria vida e finalmente se sentiu amada – dessa vez por ela mesma. Afinal de contas, já diria Ru Paul – se você não consegue se amar, como diabos vai amar outra pessoa?”.
Por isso, empoderem-se. Sintam-se completas sempre. Nunca, nunca deixem ninguém dizer o que você deve ser e sentir. J Com mimimi, sem mimimi, o importante é ser feliz e sofrer – por cólica, por amor, pelo trabalho que você não conseguiu – porque essas coisas também fazem parte da vida. Não interessa. Viva do jeito que você é. Só isso fará você completa, não o que os outros dizem. 🙂
Data de Lançamento: 19 de dezembro
As Crônicas de Uma Relação Passageira conta a história do romance entre Charlotte (Sandrine Kiberlain) e Simon (Vicenti Macaigne) que se conhecem em uma festa. Charlotte é uma mãe e solteira, já Simon é um homem casado e sua esposa está grávida. Eles se reencontram num bar e começam um relacionamento repleto de percalços. Ela é mais extrovertida, pouco preocupada com o que os outros pensam. Ele é mais tímido e retraído. A princípio, os opostos realmente se atraem e ambos concordaram em viver uma relação apenas de aventuras, mas tudo se complica quando os dois criam sentimentos um pelo outro e o que era para ser algo muito bom, acaba se tornando uma relação perturbadora.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Dirigido e roteirizado por Pat Boonnitipat, a trama dessa ficção emocionante, Como Ganhar Milhões Antes que a Vó Morra, acompanha a jornada do jovem When M (Putthipong Assaratanakul), que passa a cuidar de sua avó doente chamada Amah (Usha Seamkhum), instigado pela herança da idosa. O plano é conquistar a confiança de sua avó, assim será o dono de seus bens. Tendo interesse apenas no dinheiro que Amah tem guardado, When resolve largar o trabalho para ficar com a senhora. Movido, também, por sentimentos que ele não consegue processar, como a culpa, o arrependimento e a ambição por uma vida melhor, o jovem resolve planejar algo para conseguir o amor e a preferência da avó antes que a doença a leve de vez. Em meio à essa tentativa de encantar Amah, When descobre que o amor vem por vias inimagináveis.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Um aspirante a escritor utiliza um alter ego para desenvolver seu primeiro romance. Em Sebastian, Max é um jovem de 25 anos que vive como escritor freelancer em Londres trabalhando com artigos para uma revista. Ter um livro publicado fala alto na lista de desejos do rapaz e, então, ele encontra um tema para explorar: o trabalho sexual na internet. Se a vida é um veículo de inspiração para um artista, Max corre atrás das experiências necessárias para desenvolver a trama de seu livro. Com isso, durante a noite, Max vira Sebastian, um trabalhador sexual com um perfil em um site no qual se oferece pagamentos por uma noite de sexo. Com essa vida dupla, Max navega diferentes histórias, vulnerabilidades e os próprios dilemas. Será que esse pseudônimo é apenas um meio para um fim, ou há algo a mais?
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Uma comédia em que grandes segredos e humilhações se cruzam e vem à tona. Histórias Que é Melhor Não Contar apresenta situações com as quais nos identificamos e que preferimos não contar, ou melhor, que preferimos esquecer a todo custo. Encontros inesperados, momentos ridículos ou decisões sem sentido, o filme aborda cinco histórias com um olhar ácido e compassivo sobre a incapacidade de controlar nossas próprias emoções. Na primeira história, uma mulher casada se vê atraída por um rapaz que conheceu em um passeio com o cachorro. Em seguida, um homem desiludido com seu último relacionamento se vê numa situação desconfortável na festa de um amigo. Na terceira, um grupo de amigas atrizes escondem segredos uma da outra. Por último, um professor universitário toma uma decisão precipitada; e um homem casado acha que sua mulher descobriu um segredo seu do passado. Com uma estrutura episódica, as dinâmicas do amor, da amizade e de relacionamentos amorosos e profissionais estão no cerne desse novo filme de Cesc Gay.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Lee, dirigido pela premiada cineasta, Ellen Kuras, vai contar a história da correspondente de guerra da revista Vogue, durante a Segunda Guerra Mundial, Elizabeth Lee Miller. O filme vai abordar uma década crucial na vida dessa fotógrafa norte-americana, mostrando com afinco o talento singular e a tenacidade dela, o que resultou em algumas das imagens de guerra mais emblemáticas do século XX. Isso inclui a foto icônica que Miller tirou dela mesma na banheira particular de Hitler. Miller tinha uma profunda compreensão e empatia pelas mulheres e pelas vítimas sem voz da guerra. Suas imagens exibem tanto a fragilidade quanto a ferocidade da experiência humana. Acima de tudo, o filme mostra como Miller viveu sua vida a todo vapor em busca da verdade, pela qual ela pagou um alto preço pessoal, forçando-a a confrontar um segredo traumático e profundamente enterrado de sua infância.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Prólogo do live action de Rei Leão, produzido pela Disney e dirigido por Barry Jenkins, o longa contará a história de Mufasa e Scar antes de Simba. A trama tem a ajuda de Rafiki, Timão e Pumba, que juntos contam a lenda de Mufasa à jovem filhote de leão Kiara, filha de Simba e Nala. Narrado através de flashbacks, a história apresenta Mufasa como um filhote órfão, perdido e sozinho até que ele conhece um simpático leão chamado Taka – o herdeiro de uma linhagem real. O encontro ao acaso dá início a uma grande jornada de um grupo extraordinário de deslocados em busca de seu destino, além de revelar a ascensão de um dos maiores reis das Terras do Orgulho.