“Entendo o impacto que a sociedade tem na construção das ideologias da minha mãe. Mas insisto que isso nunca mudará a filha que sou”, Paula.
Uma boa parcela das pessoas LGBTs sabe como é ter que enfrentar diversos medos por causa da sua identidade de gênero ou orientação sexual. Às vezes, surgem primeiro ao ter que encarar a família no momento de se assumir, em outros casos, no momento de experimentar o primeiro relacionamento.
A história desta semana fala justamente sobre a superação dos medos de Paula, estudante universitária de 20 anos que enfrentou a desaprovação da mãe e o término traumático de um namoro. Acompanhe:
“Antes de começar o meu depoimento, um aviso: se você já sentiu aquela aflição no peito, aquela agonia depois de um término, talvez se identifique com a minha história. Eu senti que jamais superaria aquela situação, que sozinha não conseguiria sair daquele vazio. Mas, ao mesmo tempo, eu não podia contar com as pessoas à minha volta porque elas não me aceitavam ou não compreendiam.
Eu receberia críticas. Elas tirariam sarro de mim.
Aos 15 anos, prestes a entrar no Ensino Médio, eu havia acabado de sair de um relacionamento heterossexual. O colégio e as minhas amigas serviram como um plano de fuga. No grupo, tinha uma menina que eu não suportava. Tinha raiva dela sem mesmo a conhecer.
Aquela seria a minha namorada pelos próximos 4 anos.
Começamos a conversar porque um perfil de uma agência de moda havia me adicionado no Facebook. Eu me considerava uma pessoa esquisita, então contei para as meninas durante o intervalo da escola. Logo senti um tapão na perna; era a garota dizendo que o perfil era dela.
Fiquei encantada com aquele tapa e aquele rosto. Passamos dois dias inteiros conversando sem parar pela rede social. Contei sobre meu último relacionamento e como eu estava frustrada. Ela prometeu que ia me ajudar.
Senti algo no meu coração que eu só consigo descrever como confiança.
Naquele fim de semana, perguntei se ela já havia ficado com uma menina. Ela disse que não, mas que se fosse para ficar com uma seria comigo. Meu coração entrou em colapso.
Eu tinha o hábito de dormir com a menina no telefone — não sugiro isso. Minha mãe já estava desconfiando daquelas noites mal dormidas e em claro. No colégio rolavam boatos de que nós duas nos beijávamos no banheiro — o que era verdade, mas negávamos para minha mãe.
Num descuido, fui me arrumar e deixei o celular na cama. Você deve imaginar o que veio em seguida: ela pegou meu celular e viu as ligações noturnas. Acho que meus olhos nunca ficaram tão abertos e esbugalhados quanto naquele dia, não conseguia engolir a saliva.
“Você e a Marta têm um relacionamento?”
Sim. Uma única palavra foi o suficiente para invocar o monstro de dentro dela. Tirou meu celular, internet, proibiu qualquer contato. Nem tomar banho de portas abertas eu podia mais.
Pessoas começaram a me espionar no colégio para ela. A regra era: não poderia falar com a garota. Ela preferia uma filha drogada a uma filha lésbica.
Eu era nova, imatura. Achava que minha namorada queria me controlar e daí mentia. Só percebi o erro quando terminamos e me ferrei.
Eu entrei em surto, liguei para ela mais de 200 vezes. Eu ia no portão da casa dela e ficava chorando. A resposta dela foi trocar o número do fixo e celular. Isso me destruiu.
Tinha surtos diários. Chorava muito, até tomava calmante que me fazia babar. Era uma dor que me desmoronava. Fiquei com problema de pressão alta por causa dos remédios e quase perdi meu emprego. Foi só quando quase morri que fui buscar ajuda.
Fui em uma psicóloga que aplica a técnica EMDR. É uma terapia que trabalha o inconsciente através da construção de imagens, elas explicam personalidades e traumas. Passei a me amar e me valorizar. Em primeiro lugar, sempre me amar.
Agora, minha mãe fica rezando para eu mudar. Mas já me disse que ela fez a parte dela e que daqui para frente estou por minha conta.
Hoje, entendo o impacto que a sociedade tem na construção das ideologias da minha mãe. Ela é fechada tanto para ideias liberais quanto para coisas normais e ridículas. Mas insisto que isso nunca mudará a filha que sou.
Digo que, se isso não acontecesse com a Marta, aconteceria uma hora ou outra com alguma outra menina. O amor não é um rótulo, não aparece para uma mulher apenas se a outra figura for um homem com um pênis.
O amor é de alma.”
Se você gostou desta história, talvez goste dessa também: Descobrindo a sexualidade no Canadá
Data de Lançamento: 19 de dezembro
As Crônicas de Uma Relação Passageira conta a história do romance entre Charlotte (Sandrine Kiberlain) e Simon (Vicenti Macaigne) que se conhecem em uma festa. Charlotte é uma mãe e solteira, já Simon é um homem casado e sua esposa está grávida. Eles se reencontram num bar e começam um relacionamento repleto de percalços. Ela é mais extrovertida, pouco preocupada com o que os outros pensam. Ele é mais tímido e retraído. A princípio, os opostos realmente se atraem e ambos concordaram em viver uma relação apenas de aventuras, mas tudo se complica quando os dois criam sentimentos um pelo outro e o que era para ser algo muito bom, acaba se tornando uma relação perturbadora.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Dirigido e roteirizado por Pat Boonnitipat, a trama dessa ficção emocionante, Como Ganhar Milhões Antes que a Vó Morra, acompanha a jornada do jovem When M (Putthipong Assaratanakul), que passa a cuidar de sua avó doente chamada Amah (Usha Seamkhum), instigado pela herança da idosa. O plano é conquistar a confiança de sua avó, assim será o dono de seus bens. Tendo interesse apenas no dinheiro que Amah tem guardado, When resolve largar o trabalho para ficar com a senhora. Movido, também, por sentimentos que ele não consegue processar, como a culpa, o arrependimento e a ambição por uma vida melhor, o jovem resolve planejar algo para conseguir o amor e a preferência da avó antes que a doença a leve de vez. Em meio à essa tentativa de encantar Amah, When descobre que o amor vem por vias inimagináveis.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Um aspirante a escritor utiliza um alter ego para desenvolver seu primeiro romance. Em Sebastian, Max é um jovem de 25 anos que vive como escritor freelancer em Londres trabalhando com artigos para uma revista. Ter um livro publicado fala alto na lista de desejos do rapaz e, então, ele encontra um tema para explorar: o trabalho sexual na internet. Se a vida é um veículo de inspiração para um artista, Max corre atrás das experiências necessárias para desenvolver a trama de seu livro. Com isso, durante a noite, Max vira Sebastian, um trabalhador sexual com um perfil em um site no qual se oferece pagamentos por uma noite de sexo. Com essa vida dupla, Max navega diferentes histórias, vulnerabilidades e os próprios dilemas. Será que esse pseudônimo é apenas um meio para um fim, ou há algo a mais?
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Uma comédia em que grandes segredos e humilhações se cruzam e vem à tona. Histórias Que é Melhor Não Contar apresenta situações com as quais nos identificamos e que preferimos não contar, ou melhor, que preferimos esquecer a todo custo. Encontros inesperados, momentos ridículos ou decisões sem sentido, o filme aborda cinco histórias com um olhar ácido e compassivo sobre a incapacidade de controlar nossas próprias emoções. Na primeira história, uma mulher casada se vê atraída por um rapaz que conheceu em um passeio com o cachorro. Em seguida, um homem desiludido com seu último relacionamento se vê numa situação desconfortável na festa de um amigo. Na terceira, um grupo de amigas atrizes escondem segredos uma da outra. Por último, um professor universitário toma uma decisão precipitada; e um homem casado acha que sua mulher descobriu um segredo seu do passado. Com uma estrutura episódica, as dinâmicas do amor, da amizade e de relacionamentos amorosos e profissionais estão no cerne desse novo filme de Cesc Gay.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Lee, dirigido pela premiada cineasta, Ellen Kuras, vai contar a história da correspondente de guerra da revista Vogue, durante a Segunda Guerra Mundial, Elizabeth Lee Miller. O filme vai abordar uma década crucial na vida dessa fotógrafa norte-americana, mostrando com afinco o talento singular e a tenacidade dela, o que resultou em algumas das imagens de guerra mais emblemáticas do século XX. Isso inclui a foto icônica que Miller tirou dela mesma na banheira particular de Hitler. Miller tinha uma profunda compreensão e empatia pelas mulheres e pelas vítimas sem voz da guerra. Suas imagens exibem tanto a fragilidade quanto a ferocidade da experiência humana. Acima de tudo, o filme mostra como Miller viveu sua vida a todo vapor em busca da verdade, pela qual ela pagou um alto preço pessoal, forçando-a a confrontar um segredo traumático e profundamente enterrado de sua infância.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Prólogo do live action de Rei Leão, produzido pela Disney e dirigido por Barry Jenkins, o longa contará a história de Mufasa e Scar antes de Simba. A trama tem a ajuda de Rafiki, Timão e Pumba, que juntos contam a lenda de Mufasa à jovem filhote de leão Kiara, filha de Simba e Nala. Narrado através de flashbacks, a história apresenta Mufasa como um filhote órfão, perdido e sozinho até que ele conhece um simpático leão chamado Taka – o herdeiro de uma linhagem real. O encontro ao acaso dá início a uma grande jornada de um grupo extraordinário de deslocados em busca de seu destino, além de revelar a ascensão de um dos maiores reis das Terras do Orgulho.