Para as amigas da minha saudosa infância

Ao recordar da minha infância, tenho a sensação que os dias não tinham tanta pressa em passar. Como se os ponteiros do relógio, não se submetessem aos mimos e caprichos do tempo – a “máquina” sempre trabalhava a nosso favor – nos presenteando com dias longos, repletos de brincadeiras e muita confusão. Ô tempinho bom era aquele, em que podíamos brincar, brincar e brincar até cansar. Tempo em que não fazíamos ideia do que era estresse! Nosso único compromisso era com a felicidade.

Tive amigas maravilhosas durante essa época, mas três delas estão nas memórias mais divertidas: Ju, Dani e Yasmin. Lembro que éramos como escudeiras fiéis, sempre em busca de aventuras e diversão. Entre brincadeiras, segredos, tardes de cinema, algumas lágrimas e muitas crises de riso, vivíamos uma das melhores épocas da nossa vida. E assim foi por um bom tempo…

Houve um dia em que, pela última vez, saímos para brincar. Não sabíamos, mas aquela seria a última vez! Não porque brigamos ou coisa parecida, apenas o ciclo havia terminado. Era o fim de mais de uma década de amizade.

O tempo passou rápido, e de lá pra cá, muita coisa mudou – muita mesmo – nós crescemos, amadurecemos, aprendemos na prática o que era o “tal estresse“. Vieram muitas responsabilidades,  preocupações, vieram as noites em claro e os dias escuros… É, a vida adulta é bem menos glamourosa do que imaginávamos naquela época. Sabe, diversas vezes tentei lembrar o motivo do nosso afastamento, mas nunca consegui. Hoje eu entendo…

Acontece, caro leitor, que a vida é assim mesmo! Nada é permanente. Quando menos esperamos, tudo deixa de existir. Simples assim! Cada momento é único e jamais voltará, por isso a importância de aproveitarmos cada segundo ao lado de quem amamos, infelizmente a “máquina” não está mais ao nosso favor. Pode ser que esse precioso segundo no tempo, seja o nosso último adeus!

“Hoje o tempo voa, amor

Escorre pelas mãos

Mesmo sem se sentir

Não há tempo que volte, amor

Vamos viver tudo que há pra viver

Vamos nos permitir”…  

(Lulu Santos).

Para as amigas da minha saudosa infância

Por Bruna Andrade
27/05/2021 20h23