Viajar quase 10 mil quilômetros para assistir o show de uma banda pode parecer loucura para alguns. Para mim, criar experiências como essa são oportunidades únicas para viver momentos inesquecíveis. Nessa coluna, eu retrato música e o que está em alta – mas sempre admiti deixar espaço especial aos meus favoritos.
Já mencionei algumas vezes a minha admiração pelo grupo BTS – mas estava bem longe da minha imaginação a possibilidade de que eu estaria vendo os sete membros ao vivo em meio a 65 mil pessoas que lotaram o estádio Allegiant em Las Vegas, Estados Unidos. No último mês, o grupo realizou quatro apresentações em dois finais de semana, e eu pude acompanhar o primeiro deles. Aproveito a coluna da semana para contar um pouco sobre essa experiência.
Como quinta é quase sexta e todos nós merecemos entrar o fim de semana com muita energia, já coloca “Butter” pra acompanhar o restante da coluna.
Já no primeiro dia em que pisei em território americano e cheguei no hotel, queria muito compartilhar os motivos que me fizeram decidir fazer essa loucura. O grupo teve papel importantíssimo em um momento muito delicado da minha vida, no qual eu estava passando por dificuldades e mudanças, e precisei me valorizar mais para ir em busca do que eu merecia. Para os que não acompanham o grupo, existe um ditado entre os fãs de que o BTS sempre aparece na vida das pessoas quando elas mais precisam. Pode ser só uma lenda? Talvez. Mas fato de que a mensagem que as letras das músicas passam – de força, de amor próprio, de superação – me ajudaram muito a ter força para encarar decisões difíceis. Dá para dizer que sou outra pessoa depois disso, e por sorte uma pessoa muito mais feliz.
Decidi compartilhar essa mensagem na minha singela conta do TikTok. Por lá, eu compartilhava os meus vídeos dançando BTS – aprender as coreografias me estimula diariamente a fazer exercícios e manter uma rotina mais saudável – e pequenos vlogs nos quais detalho o dia a dia em meu trabalho com eventos. Tinha em torno de 600 seguidores. Pois eis que poucas horas depois de postar meu relato, meu celular começa a disparar. 2 mil, 5, 10, 20, 50, 100 mil visualizações. Começo a ver comentários no Twitter, meu vídeo repostado em outras redes sociais. Leio os comentários de inúmeras pessoas que se identificaram com a minha história e que passaram por situações semelhantes. Pessoas de todas as idades, histórias e contextos. Jovens, mães, filhas, filhos, avós. Histórias sobre como eles ajudaram a superar perdas, doenças, depressão.
@antunesangela Eu vou no show do BTS em Las Vegas e conto porque é tão importante pra mim 💜 #bts@bts_official_bighit ♬ original sound – Angela Antunes
Essa aliança que o BTS tem com os fãs ainda bate em muitas barreiras para quem vê o grupo de fora. Existe um estereótipo enorme em relação a não só eles, mas qualquer grupo de k-pop. De que é só para crianças, aquela aversão imediata a algo que não é conhecido. Preconceito, muito preconceito. E quanto ao Army, como são denominados os fãs de BTS, a ideia de que são um grupo de menininhas que choram e gritam pelos seus ídolos. Essa ideia deixa totalmente de lado o fato de que trata-se de um grupo poderoso, extremamente organizado, que engaja em causas sociais, que organiza doações, que se uniu não só pelo amor ao grupo, mas pela mensagem que ele passa.
De repente, a minha viagem que seria sozinha, vivendo esse momento tão importante para mim, tornou-se a oportunidade de conversar e compartilhar a experiência com milhares de pessoas. E depois, ainda poder criar esse elo para continuar compartilhando histórias e nos ajudando por meio da música. Mais uma vez, o BTS voltou a mudar a minha vida.
A experiência em Las Vegas foi muito além de um simples show. O grupo criou na cidade um verdadeiro festival, com diversas experiências para receber os fãs de todo o mundo que lá compareceriam. Foram quatro dias de show no estádio Allegiant, transmissão ao vivo da apresentação no MGM Grand Garden Arena, BTS Pop-Up: Permission to Dance, um espaço no qual era possível passear e se fotografar por cenários iguais aos de diversos videoclipes da trilogia “Dynamite”, “Butter” e “Permission to Dance”, festa oficial todos os dias após os shows em uma balada renomada, exposição de fotografias Behind the Stage: Permission to Dance que trazia todos os detalhes dos bastidores dos shows, apresentação de músicas do grupo nas famosas fontes do cassino Bellagio, experiência gastronômica com pratos coreanos favoritos dos membros do grupo, executados por um chef estrela Michelin, além de quartos temáticos em 11 hotéis de Las Vegas.
A parte turística de Las Vegas é relativamente pequena – são cerca de 2 km onde estão localizados todos os principais cassinos e hotéis. Com isso, há uma concentração grande de turistas nessas áreas – e a cidade estava tomada por fãs do BTS. Nas bolsas, sempre era fácil identificar algum merchandising ou algo que deixasse claro que tratava-se de fãs do grupo, e com isso havia muita interação por onde passavam, conversas sobre os membros, os impactos nas suas vidas, a emoção da apresentação. Nos primeiros dias, pude conferir a exposição de fotos e a Pop-Up – o cuidado com cada detalhe da experiência era visível, e a cidade parecia estar completamente imersa em um grande festival. Um dia antes do show, na noite de estreia da apresentação das fontes do Bellagio, a Las Vegas Strip ficou completamente roxa – “Borahaegas” diziam os letreiros – o termo tem referência a “Borahae”, que seria “eu te roxo” em coreano (a cor roxa tornou-se símbolo do BTS).
No dia do show, a alegria de poder levar a bandeirinha do Brasil para marcar presença nesse público tão diverso era difícil de não ser notada. E já nos primeiros minutos, a certeza de que era um momento muito especial. A energia de um show do BTS transborda, é diferente de tudo que eu já havia presenciado. O estádio completamente lotado, com todas as pessoas segurando a Army Bomb – a lanterna símbolo do grupo (todos os grupos de k-pop em especial tem a sua própria versão) – que brilhavam sincronizadas junto a cada música, cada batida, cada segmento. Neste show, o grupo fez questão de apresentar apenas músicas com a presença dos sete membros, sem nenhum solo, para que o público pudesse experienciar ao máximo a presença deles. A energia deles é contagiante, e a relação que os sete membros demonstram com o público é fácil de perceber. É sincera e emocionante.
Não preciso nem entrar em quesitos técnicos – o show é perfeitamente construído em segmentos, cada um com um tema principal. Vamos sendo levados em uma jornada que termina com a música tema – “Permission to Dance”. A intenção é essa – dançar sem parar, em uma apresentação completa desde a performance, as coreografias, vocais. A entrega é 100%, e o resultado impressiona até quem não é fã. Um dos meus momentos favoritos é a apresentação de “Black Swan” – a música já é performática, e no palco é apresentada junto aos dançarinos em uma coreografia belíssima.
Eu assisti à primeira noite, em 8 de abril. Depois disso, o grupo ainda se apresentou no dia 9, e depois no fim de semana seguinte, 15 e 16 de abril. A última noite foi ainda transmitida ao vivo pela internet, em uma live para a qual o ingresso custava cerca de 210 reais. Ao todo, os shows reuniram 200 mil pessoas no estádio Allegiant em quatro apresentações, 22 mil pessoas nos quatro dias de transmissão presencial ao vivo no MGM Grand Arena, e 402 mil espectadores de 182 regiões e países do mundo que acompanhar a transmissão paga online – um total de 624 mil espectadores.
Uma experiência que só deixa claro o poder da música.
O BTS já anunciou um novo álbum, que será lançado em 10 de junho de 2022, bem próximo ao aniversário de nove anos de grupo. Vale a pena acompanhar o que está por vir!
Data de Lançamento: 19 de dezembro
As Crônicas de Uma Relação Passageira conta a história do romance entre Charlotte (Sandrine Kiberlain) e Simon (Vicenti Macaigne) que se conhecem em uma festa. Charlotte é uma mãe e solteira, já Simon é um homem casado e sua esposa está grávida. Eles se reencontram num bar e começam um relacionamento repleto de percalços. Ela é mais extrovertida, pouco preocupada com o que os outros pensam. Ele é mais tímido e retraído. A princípio, os opostos realmente se atraem e ambos concordaram em viver uma relação apenas de aventuras, mas tudo se complica quando os dois criam sentimentos um pelo outro e o que era para ser algo muito bom, acaba se tornando uma relação perturbadora.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Dirigido e roteirizado por Pat Boonnitipat, a trama dessa ficção emocionante, Como Ganhar Milhões Antes que a Vó Morra, acompanha a jornada do jovem When M (Putthipong Assaratanakul), que passa a cuidar de sua avó doente chamada Amah (Usha Seamkhum), instigado pela herança da idosa. O plano é conquistar a confiança de sua avó, assim será o dono de seus bens. Tendo interesse apenas no dinheiro que Amah tem guardado, When resolve largar o trabalho para ficar com a senhora. Movido, também, por sentimentos que ele não consegue processar, como a culpa, o arrependimento e a ambição por uma vida melhor, o jovem resolve planejar algo para conseguir o amor e a preferência da avó antes que a doença a leve de vez. Em meio à essa tentativa de encantar Amah, When descobre que o amor vem por vias inimagináveis.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Um aspirante a escritor utiliza um alter ego para desenvolver seu primeiro romance. Em Sebastian, Max é um jovem de 25 anos que vive como escritor freelancer em Londres trabalhando com artigos para uma revista. Ter um livro publicado fala alto na lista de desejos do rapaz e, então, ele encontra um tema para explorar: o trabalho sexual na internet. Se a vida é um veículo de inspiração para um artista, Max corre atrás das experiências necessárias para desenvolver a trama de seu livro. Com isso, durante a noite, Max vira Sebastian, um trabalhador sexual com um perfil em um site no qual se oferece pagamentos por uma noite de sexo. Com essa vida dupla, Max navega diferentes histórias, vulnerabilidades e os próprios dilemas. Será que esse pseudônimo é apenas um meio para um fim, ou há algo a mais?
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Uma comédia em que grandes segredos e humilhações se cruzam e vem à tona. Histórias Que é Melhor Não Contar apresenta situações com as quais nos identificamos e que preferimos não contar, ou melhor, que preferimos esquecer a todo custo. Encontros inesperados, momentos ridículos ou decisões sem sentido, o filme aborda cinco histórias com um olhar ácido e compassivo sobre a incapacidade de controlar nossas próprias emoções. Na primeira história, uma mulher casada se vê atraída por um rapaz que conheceu em um passeio com o cachorro. Em seguida, um homem desiludido com seu último relacionamento se vê numa situação desconfortável na festa de um amigo. Na terceira, um grupo de amigas atrizes escondem segredos uma da outra. Por último, um professor universitário toma uma decisão precipitada; e um homem casado acha que sua mulher descobriu um segredo seu do passado. Com uma estrutura episódica, as dinâmicas do amor, da amizade e de relacionamentos amorosos e profissionais estão no cerne desse novo filme de Cesc Gay.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Lee, dirigido pela premiada cineasta, Ellen Kuras, vai contar a história da correspondente de guerra da revista Vogue, durante a Segunda Guerra Mundial, Elizabeth Lee Miller. O filme vai abordar uma década crucial na vida dessa fotógrafa norte-americana, mostrando com afinco o talento singular e a tenacidade dela, o que resultou em algumas das imagens de guerra mais emblemáticas do século XX. Isso inclui a foto icônica que Miller tirou dela mesma na banheira particular de Hitler. Miller tinha uma profunda compreensão e empatia pelas mulheres e pelas vítimas sem voz da guerra. Suas imagens exibem tanto a fragilidade quanto a ferocidade da experiência humana. Acima de tudo, o filme mostra como Miller viveu sua vida a todo vapor em busca da verdade, pela qual ela pagou um alto preço pessoal, forçando-a a confrontar um segredo traumático e profundamente enterrado de sua infância.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Prólogo do live action de Rei Leão, produzido pela Disney e dirigido por Barry Jenkins, o longa contará a história de Mufasa e Scar antes de Simba. A trama tem a ajuda de Rafiki, Timão e Pumba, que juntos contam a lenda de Mufasa à jovem filhote de leão Kiara, filha de Simba e Nala. Narrado através de flashbacks, a história apresenta Mufasa como um filhote órfão, perdido e sozinho até que ele conhece um simpático leão chamado Taka – o herdeiro de uma linhagem real. O encontro ao acaso dá início a uma grande jornada de um grupo extraordinário de deslocados em busca de seu destino, além de revelar a ascensão de um dos maiores reis das Terras do Orgulho.