Quem é Neil Young? Mestre do folk, padrinho do grunge, icone da contracultura, ambientalista, revolucionário. Neil Young é isso e muito mais porque ele sempre escolheu a direção para os seus passos. Trata-se de um cara que participou de Woodstock, mas não aceitou aparecer no filme por desconfiar do interesse comercial por trás da revolução. Desde os anos 1970 é um ambientalista preocupado com o futuro do planeta. Até hoje se posiciona e faz música com conteúdo político e contra grandes corporações — como Monsanto e Starbucks. Recentemente iniciou uma empreitada em favor da qualidade do áudio e lançou até um aparelho de reprodução de alta qualidade. E, como eu disse, Neil Young é muito mais.
https://www.youtube.com/watch?v=gALPWW9QByQ
Uma das faces mais fortes dele está presente em três discos lançados nos anos 1970 e que seriam conhecidos como a ‘ditch trilogy’: Time Fades Away, Tonight’s The Night e On The Beach. Isso porque ele vivia dias difíceis, e todos seus sentimentos transbordam nesses três álbuns. Era uma época em que o Neil experimentava o lado ruim fama. Carregando o peso de perder o grande amigo e companheiro de banda, o guitarrista Danny Whitten, numa overdose de heroína, Neil buscava se expressar de forma mais crua após o sucesso do Harvest. Muito mais triste, indignado e desiludido, esses discos se traduzem num relato pessoal e honesto. Em 1973, Neil Young lançou o On The Beach, que, apesar de ser o segundo disco da trilogia a ser lançado, foi o último a ser gravado.
On the Beach é um desabafo de alguém triste com as coisas do mundo e com as suas próprias coisas. Cada faixa tra\ uma face da angustia, misturando euforia e serenidade. Escutar o disco inteiro dá a sensação daquela montanha-russa de sentimentos, típica de uma cabeça com problemas demais. E tem dias que tudo incomoda: o futuro, o presente, a destruição da natureza, o Charles Manson, o Nixon, o relacionamento com a mulher. Enfim, às vezes as coisas são duras.
https://www.youtube.com/watch?v=S2coygw1HT0
Nesse disco a gente percebe algumas músicas serenas e melancólicas. ‘Montion Pictures’, por exemplo, é uma balada que fala sobre seu relacionamento com a atriz Carrie Snodgress, mãe de seu primeiro filho. Com a participação do inacreditável Levon Helm na bateria, ‘See the Sky Is About Rain’ é uma musica pessoal com um piano elétrico que dita o clima e o ritmo. Esse piano elétrico não é o único instrumento a fazer uma participação especial. O banjo de ‘For The Turnstiles’ é um dos pontos altos do disco e define o ótimo e simples arranjo da canção.
Esse disco também tem muita energia e raiva. Muito disso está nos blues desse álbum. Escute ‘Revolution Blues‘, que, além de contar também com a participação do Levon, tem o ótimo baixão do Rick Danko. A voz do Neil Young guia essa pancada que critica as insanidades, assassinatos e mentiras à la Charles Manson. Outra crítica forte e certeira está em ‘Vampire Blues’. O ano era 1973 e o Neil já dizia que destruir o mundo pelo progresso é uma conta que não fecha. Estamos falando de identificar uma tendência com uns 30, 40 anos de antecedência. Incansável, o disco termina com ‘Ambulance Blues‘, em que Neil mostra sua insatisfação com Richard Nixon. Repare na manchete do jornal presente na capa do disco: ‘Senator Buckley Calls for Nixon to Resign’. É quase inacreditável que esses três blues, juntos, caibam num mesmo disco.
https://www.youtube.com/watch?v=cAKTy_9Yok0
Porém, o ponto alto está em duas músicas. Na faixa que abre o disco, ‘Walk On’, e na faixa que dá nome ao disco, ‘On The Beach’.
‘Walk On’ fala não só sobre seguir em frente, mas também sobre a dificuldade disso. O swing e o slide das guitarras podem até fazer dançar, afinal, cedo ou tarde tudo torna-se real. Já ‘On The Beach’ é um desabafo. O arranjo e a percussão criam o clima de desilusão e incerteza que Neil Young sentia na época. A letra é daquelas de uma sinceridade que choca. Num disco com frases fortes, temos uma pérola aqui também: ‘though my problems are meaningless, that don’t make them go away’. A combinação dos sentimentos e das incertezas presentes nas duas músicas revelam muito sobre a tristeza que Neil sentia e, consequentemente, sobre a tristeza que todos nós sentimos.
https://www.youtube.com/watch?v=CKgj1FNToWY
On The Beach é um discão. É forte, preciso e verdadeiro. Sua sonoridade crua, quase ao vivo, cria uma atmosfera ainda mais intensa para a obra. Lá estava Neil Young, no meio dos 1970, entre o álcool e as honey slides, tentando entender tudo o que não parava de passar na sua frente.
E aí, curtiu os sons? Explore os links e desvende mais músicas! Tem alguma dica de discão ou sonzeira? Comente! A música boa é infinita 😀
Até semana que vem!
Data de Lançamento: 19 de dezembro
As Crônicas de Uma Relação Passageira conta a história do romance entre Charlotte (Sandrine Kiberlain) e Simon (Vicenti Macaigne) que se conhecem em uma festa. Charlotte é uma mãe e solteira, já Simon é um homem casado e sua esposa está grávida. Eles se reencontram num bar e começam um relacionamento repleto de percalços. Ela é mais extrovertida, pouco preocupada com o que os outros pensam. Ele é mais tímido e retraído. A princípio, os opostos realmente se atraem e ambos concordaram em viver uma relação apenas de aventuras, mas tudo se complica quando os dois criam sentimentos um pelo outro e o que era para ser algo muito bom, acaba se tornando uma relação perturbadora.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Dirigido e roteirizado por Pat Boonnitipat, a trama dessa ficção emocionante, Como Ganhar Milhões Antes que a Vó Morra, acompanha a jornada do jovem When M (Putthipong Assaratanakul), que passa a cuidar de sua avó doente chamada Amah (Usha Seamkhum), instigado pela herança da idosa. O plano é conquistar a confiança de sua avó, assim será o dono de seus bens. Tendo interesse apenas no dinheiro que Amah tem guardado, When resolve largar o trabalho para ficar com a senhora. Movido, também, por sentimentos que ele não consegue processar, como a culpa, o arrependimento e a ambição por uma vida melhor, o jovem resolve planejar algo para conseguir o amor e a preferência da avó antes que a doença a leve de vez. Em meio à essa tentativa de encantar Amah, When descobre que o amor vem por vias inimagináveis.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Um aspirante a escritor utiliza um alter ego para desenvolver seu primeiro romance. Em Sebastian, Max é um jovem de 25 anos que vive como escritor freelancer em Londres trabalhando com artigos para uma revista. Ter um livro publicado fala alto na lista de desejos do rapaz e, então, ele encontra um tema para explorar: o trabalho sexual na internet. Se a vida é um veículo de inspiração para um artista, Max corre atrás das experiências necessárias para desenvolver a trama de seu livro. Com isso, durante a noite, Max vira Sebastian, um trabalhador sexual com um perfil em um site no qual se oferece pagamentos por uma noite de sexo. Com essa vida dupla, Max navega diferentes histórias, vulnerabilidades e os próprios dilemas. Será que esse pseudônimo é apenas um meio para um fim, ou há algo a mais?
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Uma comédia em que grandes segredos e humilhações se cruzam e vem à tona. Histórias Que é Melhor Não Contar apresenta situações com as quais nos identificamos e que preferimos não contar, ou melhor, que preferimos esquecer a todo custo. Encontros inesperados, momentos ridículos ou decisões sem sentido, o filme aborda cinco histórias com um olhar ácido e compassivo sobre a incapacidade de controlar nossas próprias emoções. Na primeira história, uma mulher casada se vê atraída por um rapaz que conheceu em um passeio com o cachorro. Em seguida, um homem desiludido com seu último relacionamento se vê numa situação desconfortável na festa de um amigo. Na terceira, um grupo de amigas atrizes escondem segredos uma da outra. Por último, um professor universitário toma uma decisão precipitada; e um homem casado acha que sua mulher descobriu um segredo seu do passado. Com uma estrutura episódica, as dinâmicas do amor, da amizade e de relacionamentos amorosos e profissionais estão no cerne desse novo filme de Cesc Gay.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Lee, dirigido pela premiada cineasta, Ellen Kuras, vai contar a história da correspondente de guerra da revista Vogue, durante a Segunda Guerra Mundial, Elizabeth Lee Miller. O filme vai abordar uma década crucial na vida dessa fotógrafa norte-americana, mostrando com afinco o talento singular e a tenacidade dela, o que resultou em algumas das imagens de guerra mais emblemáticas do século XX. Isso inclui a foto icônica que Miller tirou dela mesma na banheira particular de Hitler. Miller tinha uma profunda compreensão e empatia pelas mulheres e pelas vítimas sem voz da guerra. Suas imagens exibem tanto a fragilidade quanto a ferocidade da experiência humana. Acima de tudo, o filme mostra como Miller viveu sua vida a todo vapor em busca da verdade, pela qual ela pagou um alto preço pessoal, forçando-a a confrontar um segredo traumático e profundamente enterrado de sua infância.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Prólogo do live action de Rei Leão, produzido pela Disney e dirigido por Barry Jenkins, o longa contará a história de Mufasa e Scar antes de Simba. A trama tem a ajuda de Rafiki, Timão e Pumba, que juntos contam a lenda de Mufasa à jovem filhote de leão Kiara, filha de Simba e Nala. Narrado através de flashbacks, a história apresenta Mufasa como um filhote órfão, perdido e sozinho até que ele conhece um simpático leão chamado Taka – o herdeiro de uma linhagem real. O encontro ao acaso dá início a uma grande jornada de um grupo extraordinário de deslocados em busca de seu destino, além de revelar a ascensão de um dos maiores reis das Terras do Orgulho.