Nekromantix: “Nós somos sortudos em ter nos estabelecido na cena psychobilly”

Passava um tanto da meia-noite quando a banda dinamarquesa Nekromantix subia ao palco do Jokers, no último sábado, em Curitiba. A última vez que o trio se apresentou na cidade, até então, foi em 2011 durante o Festival Psycho Carnival. Na época, o disco “What Happens in Hell, Stays in Hell”, último álbum lançado pelo grupo estava em fase de produção. Seis anos depois, e em turnê insassiante pelo mundo, o novo trabalho da Nekromantix será lançado no dia 21 de outubro. “As pessoas para quem tocamos o álbum disseram que é algo completamente novo”, revela o baixista e vocalista, Kim Nekroman.

Do hiato até o sucessor, “A Symphony of Wolf Notes & Ghost Notes”, que chega às plataformas dez dias antes do Halloween. Nekroman define como o bom e velho Nekromantix de sempre. Mas, inserido em um novo pacote. Há 27 anos na estrada, e com várias formações lideradas até hoje por Nekroman, a banda também se apresentou em São Paulo durante a estadia no Brasil. Em um show emblemático por ser a primeira vez dos garotos na “terra da garoa” e com os ingressos esgotados um mês antes da apresentação no SESC Belenzinho, o trio, também se apresenta pela primeira vez no começo de agosto no Equador, em Quito. “Ainda tem muitos outros lugares na nossa lista de desejos de onde queremos tocar”, desabafa Nekroman.

Se a vontade em fazer shows é insaciável, durante a performance, em Curitiba o vocalista demonstrou o cansaço durante a pausa entre as músicas. Contudo, os quase trinta anos de apresentações de Nekroman agregam experiência e domínio em se fazer o estilo “billy” após mais de 20 músicos terem passado pela banda. Sucessos como, Nice Day For A Resurrection (2000), Alice in Psycholand (1991) e Gargoyles Over Copenhagen (2002) e músicas do novo disco foram algumas das músicas vibradas por todo o público da plateia e mezanino.

Em entrevista ao Curitiba Cult o baixista e vocalista, Kim Nekroman conta sobre sua relação com a atual formação da banda e sobre o cenário do psychobilly.

Ao longo da carreira da banda vocês lançaram diversos álbuns por distintos selos. Atualmente, com a divulgação musical sendo realizada de forma gratuita, por várias plataformas e inserindo uma nova proposta de mercado. Como vocês tem vivenciado os novos nichos do mercado fonografico?

No decorrer dos anos, nós lançamos oito álbuns e com certeza a era digital auxiliou na divulgação e propagou a exposição. Mas, ao mesmo tempo diminuiu a venda de álbuns completos já que é possível comprar apenas uma faixa. Nós somos sortudos em ter nos estabelecido na cena psychobilly graças a internet. Mas a era digital tem feito o mundo se tornar mais acessível. Não apenas quando se se fala da exposição, mas sobre a comunicação com todo o mundo.
 
Inevitavelmente, além das músicas, a imagem da banda esta associada ao “coffinbass”. Qual a relação do “coffinbass” atualmente?

Eu não fazia ideia que o ‘coffinbass’ se tornaria um ícone e o quarto membro da banda. Mas é legal saber que o baixo é mais ‘reconhecido’ do que qualquer outro membro da banda.

Vocês se apresentam em São Paulo pela primeira vez, e será no SESC Belenzinho por onde já se apresentaram diversos artistas nacionais e internacionais. São Paulo sendo um eixo musical no Brasil e onde vocês têm um público ansioso pelo show, como é a sensação de se apresentar pela primeira vez para um público fiel depois de anos de estrada?

É incrível, finalmente poder tocar em São Paulo e saber que os ingressos se esgotaram com antecedência. Mas ainda tem muitos outros lugares na nossa lista de desejos de onde queremos tocar. Mas, São Paulo já podemos tirar dela.

Do atual cenário do psychobilly, qual banda você tem escutado ultimamente e tem se identificado? E no Brasil, existe alguma banda de psychobilly que você goste?

Sem dúvida nenhuma, Demented Are Go e Mad Sin estão no topo da nossa lista de bandas favoritas do psychobilly. São bandas incríveis e originais além de sermos amigos há trinta anos eles fazem parte da família. Nós nem precisamos dizer que amamos Os Catalépticos. Infelizmente, não existem mais. Porém, parte deles agora tocam no Sick Sick Sinners com a mesma energia metalizada do psycho que nós amamos.

O que vocês podem dizer sobre o novo disco que será lançado neste ano?

O novo álbum se chama “A Symphony of Wolf Notes & Ghost Notes” e será lançado em outubro, dia 21 durante o Halloween, vai ter músicas rápidas, lentas e tons dançantes, um típico álbum do Nekromantix. As pessoas para quem tocamos o álbum disseram que é algo completamente novo, porém soa como o mesmo Nekromantix de todas as eras, mas inseridas em um novo pacote.

Por Lucas Cabana
05/08/2016 14h58