Navegando entre o anonimato e o desejo pela fama, Maxine esconde ser a única sobrevivente de um massacre enquanto faz testes para ser a protagonista de um filme de horror. No mesmo momento em que consegue sua grande chance, vê pessoas próximas sendo assassinadas por, talvez, um famoso serial killer. Um fantasma do passado também pode colocar tudo a perder. “MaXXXine” retorna à personagem que iniciou a trilogia de Ti West em “X – A Marca do Medo” para explorar outras referências de terror em um filme metalinguístico.
O diretor retorna ao próprio trabalho e mescla referências temáticas para o novo filme, do horror italiano Giallo ao slasher norte-americano dos anos 1980 (época em que também se passa o longa) e casos reais. Maxine sai do teste de elenco que pode tirá-la do pornô e dar fama verdadeira a ela, e cruza com manifestantes na porta do estúdio de cinema criticando o excesso de mortes e sexo nos filmes.
Ironicamente, “MaXXXine” é o que menos mostra cenas violentas ou explícitas. Apesar de algumas mortes serem bem elaboradas, não se alongam, e mesmo a protagonista sendo atriz pornô como suas amigas, o sexo (ou a tensão sexual) tem menos destaque do que o anterior, “Pearl”, por exemplo.
Assim como nos anteriores, ambos os filmes de 2022, é Mia Goth que mais brilha em cena. Mas nesse caso, é um problema. Muitos personagens interpretados por grandes atores causam certa expectativa. Porém alguns são mal aproveitados, como Elizabeth Debicki em uma atuação mediana, ou Giancarlo Esposito, ótimo, mas quase que sendo participação especial pelo pouco tempo de tela. Halsey e Lily Collins fazem tão pouco na trama que não são interessantes.
Diferente de “X”, que tem a mesma personagem, “MaXXXine” agora se passa em um espaço maior. O primeiro acontecia na fazenda, concentrando a ação e a tensão. Agora, Maxine corre não só por Los Angeles, como também por cidades cenográficas, num misto de fuga do passado e desejo por ascensão.
Essa ampliação acaba deixando Ti West perdido entre trazer referências a clichês do horror (das luvas pretas que lembram “Vestida para Matar” ao olhar voyeurístico da morte como em “A Tortura do Medo”) e criar uma atmosfera assustadora. Ele consegue, mas com dificuldade.
Maxine mergulha nos próprios horrores relembrando o que passou, enquanto visita o set de “Psicose”, por exemplo. Esse diálogo do real com o terror imaginário é interessante, mas nem sempre eficaz. A menção ao caso real do Perseguidor Noturno (o Night Stalker, Richard Ramirez), é gratuita, gerando uma expectativa desnecessária de relacionar a personagem com um fato.
Em uma cena, a diretora do ficcional “A Puritana 2” comenta com a protagonista sobre como esse filme não é só uma continuação, mas a chance de dizer algo. Aqui, Ti West coloca a metalinguagem em seu máximo: o diretor apresenta o fim de uma trilogia sobre o cinema, sexo e violência, e escancara que tem algo a dizer além das cenas explícitas.
A qualidade técnica da trilogia se mantém em “MaXXXine”. São cenas muito interessantes, bem realizadas e planejadas. O filme, quase sem tons de verde, traz o neon e o cinza predominantes na crueza dos sonhos de fama da protagonista. West continua tentando dizer algo (assim como a diretora do filme dentro do filme), e até deixa o longa com um ritmo mais lento para isso.
O diretor resgata a violência e o sexo dos filmes dos anos 1970 e 1980 e suaviza as lições de moral que esses filmes traziam, assassinando primeiro os personagens mais transgressores e deixando sobreviver as moças puras – e ele deixa isso claro ao nomear o filme na trama de “A Puritana”. Maxine triunfa mesmo não se enquadrando nesse perfil, como uma mensagem de West ao público que podemos amar esses filmes, sem deixar de questionar suas mensagens conservadoras escondidas entre cenas gore.
“MaXXXine” é o mais fraco da trilogia. “X – A Marca da Morte” apresentou a criatividade do diretor e sua qualidade técnica, “Pearl” coroou Mia Goth como uma grande atriz para o gênero e superou expectativas para o cinema de horror. O novo longa é interessante, tem bons momentos, mas não chega ao patamar dos anteriores. Pode não se tornar um marco para os filmes de horror como pregam os fãs de “Pearl”, ainda que divirta, deixando Mia nos encantar uma terceira vez.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
As Crônicas de Uma Relação Passageira conta a história do romance entre Charlotte (Sandrine Kiberlain) e Simon (Vicenti Macaigne) que se conhecem em uma festa. Charlotte é uma mãe e solteira, já Simon é um homem casado e sua esposa está grávida. Eles se reencontram num bar e começam um relacionamento repleto de percalços. Ela é mais extrovertida, pouco preocupada com o que os outros pensam. Ele é mais tímido e retraído. A princípio, os opostos realmente se atraem e ambos concordaram em viver uma relação apenas de aventuras, mas tudo se complica quando os dois criam sentimentos um pelo outro e o que era para ser algo muito bom, acaba se tornando uma relação perturbadora.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Dirigido e roteirizado por Pat Boonnitipat, a trama dessa ficção emocionante, Como Ganhar Milhões Antes que a Vó Morra, acompanha a jornada do jovem When M (Putthipong Assaratanakul), que passa a cuidar de sua avó doente chamada Amah (Usha Seamkhum), instigado pela herança da idosa. O plano é conquistar a confiança de sua avó, assim será o dono de seus bens. Tendo interesse apenas no dinheiro que Amah tem guardado, When resolve largar o trabalho para ficar com a senhora. Movido, também, por sentimentos que ele não consegue processar, como a culpa, o arrependimento e a ambição por uma vida melhor, o jovem resolve planejar algo para conseguir o amor e a preferência da avó antes que a doença a leve de vez. Em meio à essa tentativa de encantar Amah, When descobre que o amor vem por vias inimagináveis.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Um aspirante a escritor utiliza um alter ego para desenvolver seu primeiro romance. Em Sebastian, Max é um jovem de 25 anos que vive como escritor freelancer em Londres trabalhando com artigos para uma revista. Ter um livro publicado fala alto na lista de desejos do rapaz e, então, ele encontra um tema para explorar: o trabalho sexual na internet. Se a vida é um veículo de inspiração para um artista, Max corre atrás das experiências necessárias para desenvolver a trama de seu livro. Com isso, durante a noite, Max vira Sebastian, um trabalhador sexual com um perfil em um site no qual se oferece pagamentos por uma noite de sexo. Com essa vida dupla, Max navega diferentes histórias, vulnerabilidades e os próprios dilemas. Será que esse pseudônimo é apenas um meio para um fim, ou há algo a mais?
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Uma comédia em que grandes segredos e humilhações se cruzam e vem à tona. Histórias Que é Melhor Não Contar apresenta situações com as quais nos identificamos e que preferimos não contar, ou melhor, que preferimos esquecer a todo custo. Encontros inesperados, momentos ridículos ou decisões sem sentido, o filme aborda cinco histórias com um olhar ácido e compassivo sobre a incapacidade de controlar nossas próprias emoções. Na primeira história, uma mulher casada se vê atraída por um rapaz que conheceu em um passeio com o cachorro. Em seguida, um homem desiludido com seu último relacionamento se vê numa situação desconfortável na festa de um amigo. Na terceira, um grupo de amigas atrizes escondem segredos uma da outra. Por último, um professor universitário toma uma decisão precipitada; e um homem casado acha que sua mulher descobriu um segredo seu do passado. Com uma estrutura episódica, as dinâmicas do amor, da amizade e de relacionamentos amorosos e profissionais estão no cerne desse novo filme de Cesc Gay.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Lee, dirigido pela premiada cineasta, Ellen Kuras, vai contar a história da correspondente de guerra da revista Vogue, durante a Segunda Guerra Mundial, Elizabeth Lee Miller. O filme vai abordar uma década crucial na vida dessa fotógrafa norte-americana, mostrando com afinco o talento singular e a tenacidade dela, o que resultou em algumas das imagens de guerra mais emblemáticas do século XX. Isso inclui a foto icônica que Miller tirou dela mesma na banheira particular de Hitler. Miller tinha uma profunda compreensão e empatia pelas mulheres e pelas vítimas sem voz da guerra. Suas imagens exibem tanto a fragilidade quanto a ferocidade da experiência humana. Acima de tudo, o filme mostra como Miller viveu sua vida a todo vapor em busca da verdade, pela qual ela pagou um alto preço pessoal, forçando-a a confrontar um segredo traumático e profundamente enterrado de sua infância.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Prólogo do live action de Rei Leão, produzido pela Disney e dirigido por Barry Jenkins, o longa contará a história de Mufasa e Scar antes de Simba. A trama tem a ajuda de Rafiki, Timão e Pumba, que juntos contam a lenda de Mufasa à jovem filhote de leão Kiara, filha de Simba e Nala. Narrado através de flashbacks, a história apresenta Mufasa como um filhote órfão, perdido e sozinho até que ele conhece um simpático leão chamado Taka – o herdeiro de uma linhagem real. O encontro ao acaso dá início a uma grande jornada de um grupo extraordinário de deslocados em busca de seu destino, além de revelar a ascensão de um dos maiores reis das Terras do Orgulho.