Essa foto representa. (Crédito: Lari Ship / Marcha das Vadias Curitiba, 2014)
Aproveitando que hoje a Marcha das Vadias toma as ruas do centro de Curitiba, falaremos de temas que pautaram o debate nesta semana – a banalização do estupro, como no caso dos adesivos de “protesto” contra a presidenta Dilma, a culpabilização das vítimas da violência e a tentativa de silenciar os casos de abuso. A cultura do estupro foi tema de capa da revista Superinteressante do mês de julho.
Para começar, vamos falar de um pouco deste movimento que, há quatro anos, vem colocando em discussão um tema que sempre foi escondido sumariamente na sociedade – o estupro e a violência contra a mulher. Criada em 2011 no Canadá, a SlutWalk (em inglês) foi uma resposta à afirmação machista do policial Michael Sanguinetti que, ao “investigar” uma série de estupros na Universidade de Toronto, disse que, se as garotas deixassem de se vestir como vadias, não seriam vítimas de abuso sexual. Pois é. Tal afirmação gerou uma série de movimentos que se espalharam pelo mundo inteiro e busca questionar as imposições feitas às mulheres. Questiona-se principalmente a criminalização da vítima de estupro e violência, bem como as políticas de aborto, entre tantas outras discussões necessárias em um país onde as estatísticas mostram 50 mil estupros todos os anos. Número esse que é infinitamente maior, já que a grande maioria dos abusos não é denunciada, por todos os motivos que a Marcha das Vadias luta contra.
Como uma grande fã de seriados policiais como Law and Order: Special Victims Unit e de prática jurídica, como The Good Wife, não é difícil perceber essa cultura que silencia o estupro em todos os cantos desse mundo. É claro que a vida real é sempre muito mais rica (ou desgraçada) do que a ficção, mas vendo apenas alguns seriados destas séries ou conversando com alguma mulher que tenha sido vítima de estupro percebemos que a culpabilização da vítima e a forma com que as denúncias de estupro são tratadas são essenciais para que esse crime seja sempre colocado debaixo dos panos.
Na vida real, as afirmações como a do policial canadense são uma realidade tão constante que dão nojo. Uma saia curta, um decote e um batom vermelho são motivos para que o estupro seja desqualificado perante as autoridades. Se o estuprador for conhecido e se a mulher estivesse bêbada então, nem se fala. E se for prostituta? Pior ainda. Como se uma prostituta não pudesse de forma alguma ser vítima de estupro. É muito comum também que se desconfie de tudo o que a mulher diz e, quando o crime chega a ser denunciado, acaba arquivado por falta de provas. E estupradores saem livres. E a sociedade continua ensinando que mulheres devem temer, e não que os homens não devem violentar.
A semana ainda teve a polêmica dos adesivos misóginos envolvendo a Presidenta Dilma Rousseff (PT). Uma Dilma de pernas abertas no buraco por onde se abastece o carro parece apenas uma grande piada da má condução econômica do país, não? Não. Enquanto não pararmos de pensar que uma brincadeira é só uma brincadeira, uma cantada é só uma cantada e uma mulher bêbada não pode reclamar de estupro, vamos continuar matando milhares de mulheres pelo simples fato de serem mulheres.
Há infinitas críticas a se fazer ao governo de Dilma. Mas, enquanto essas críticas forem embasadas em xingamentos como vadia, vaca, vagabunda e as formas “de protesto” se basearem na banalização e naturalização do estupro, em nada podem acrescentar no debate político que deve ser feito no Brasil. É preciso parar de desqualificar o governo Dilma pelo simples fato de ela ser mulher.
Estupro é crime, é coisa séria. Abuso sexual não pode mais silenciado. Por essas e outras, precisamos sim do feminismo. Precisamos falar sobre estupro. Precisamos falar sobre abuso. Precisamos falar sobre violência. Só assim seremos mais fortes do que essa cultura que abusa, que humilha, que mata.
Data de Lançamento: 12 de dezembro
Em A Última Sessão, acompanhamos o menino Samay em sua descoberta do mundo mágico do cinema. Nessa história sensível, em uma cidade no interior da Índia, o menino de 9 anos assiste um filme no Galaxy Cinema e sua vida muda completamente e uma paixão feroz começa. Samay passa a faltar às aulas do colégio e a roubar um pouco de dinheiro da casa de chá de seu pai para assistir filmes. Com um desejo enorme de se tornar cineasta, Samay conhece Fazal, o projecionista do cinema e os dois fazem um acordo: Samay traz para Fazal as deliciosas comidas preparadas por sua mãe, enquanto Fazal permite que Samay veja infinitos filmes todos os dias na sala de projeção. Uma amizade profunda é forjada pelos dois e, logo, é colocada a teste graças a escolhas difíceis e transformações nacionais importantes. Agora, para perseguir seu sonho, Samay deve deixar tudo o que ama e voar para encontrar o que mais deseja.
Data de Lançamento: 12 de dezembro
Em Marcello Mio, Chiara (Chiara Mastroianni), filha dos icônicos Marcello Mastroianni e Catherine Deneuve (Catherine Deneuve), é uma atriz que vive um verão de intensa crise existencial. Insatisfeita com sua própria vida, ela começa a se questionar sobre sua identidade e, em um momento de desespero, afirma a si mesma que preferiria viver a vida de seu pai, uma lenda do cinema, do que enfrentar a sua realidade. Determinada, Chiara começa a imitar Marcello em tudo: veste-se como ele, adota seu jeito de falar, respira como ele. Sua obsessão é tamanha que, com o tempo, as pessoas ao seu redor começam a entrar nessa sua estranha transformação, passando a chamá-la de Marcello. Em um jogo de espelhos entre passado e presente, Marcello Mio explora a busca por identidade, legado e o impacto da fama na vida pessoal de uma mulher perdida em sua própria sombra.
Data de Lançamento: 11 de dezembro
O grupo de K-pop NCT DREAM apresenta sua terceira turnê mundial nesse concerto-documentário único. Gravada no icônico Gocheok Sky Dome, em Seul, a apresentação reúne um espetáculo vibrante, com coreografias e performances extraordinárias. O filme ainda conta com cenas de bastidores, mostrando o esforço depositado para dar vida a um show dessa magnitude. O concerto se baseia na história do Mystery Lab, um conceito cunhado pelo grupo. NCT DREAM Mystery Lab: DREAM( )SCAPE dá o testemunho de uma grandiosa turnê.
Data de Lançamento: 12 de dezembro
Queer é um filme de drama histórico dirigido por Luca Guadagnino, baseado na obra homônima de William S. Burroughs e inspirado em Adelbert Lewis Marker, um ex-militar da Marinha dos Estados Unidos. A trama segue a vida de Lee (Daniel Craig), um expatriado americano que se encontra na Cidade do México após ser dispensado da Marinha. Lee vive entre estudantes universitários americanos e donos de bares que, como ele, sobrevivem com empregos de meio período e benefícios do GI Bill, uma lei que auxiliou veteranos da Segunda Guerra Mundial. Em meio à vida boêmia da cidade, Lee conhece Allerton (Drew Starkey), um jovem por quem desenvolve uma intensa paixão. O filme explora temas de solidão, desejo e a busca por identidade em um cenário pós-guerra, com uma ambientação que retrata fielmente a atmosfera da Cidade do México nos anos 1950.
Data de Lançamento: 12 de dezembro
A Different Man, é um thirller psicológico, dirigido e roteirizado por Aaron Schimberg, terá a história focada no aspirante a ator Edward (Sebastian Stan), no qual é submetido a passar por um procedimento médico radical para transformar de forma completa e drástica a sua aparência. No entanto, o seu novo rosto dos sonhos, da mesma forma rápida que veio se foi, uma vez que o mesmo se torna em um grande pesadelo. O que acontece é que, por conta da sua nova aparência, Edward perde o papel que nasceu para interpretar. Desolado e sentindo o desespero tomar conta, Edward fica obcecado em recuperar o que foi perdido.
Data de Lançamento: 12 de dezembro
As Polacas é um drama nacional dirigido por João Jardim e selecionado para o Festival do Rio de 2023. O filme é inspirado na história real das mulheres que chegaram ao Brasil vindas da Polônia em 1867 com a esperança de uma vida melhor. Fugindo da perseguição aos judeus e da guerra na Europa, o longa acompanha a saga de Rebeca (Valentina Herszage), uma fugitiva polonesa que vem ao Brasil com o filho, Joseph, para reencontrar o esposo e começar a vida do zero. Porém, as promessas caem por terra quando, ao chegar no Rio de Janeiro, a mulher descobre que o marido morreu e, agora, está sozinha em um país desconhecido. Até que seu caminho cruza com o de Tzvi (Caco Ciocler), um dono de bordel envolvido com o tráfico de mulheres que faz de Rebeca seu novo alvo. Refém de uma rede de prostituição, Rebecca se alia às outras mulheres na mesma situação para lutar por liberdade.
Data de Lançamento: 12 de dezembro
Do aclamado diretor Alejandro Monteverde, conhecido por Som da Liberdade, Cabrini, narra a extraordinária jornada de Francesca Cabrini (Cristiana Dell’Anna), uma imigrante italiana que chega a Nova York em 1889. Enfrentando um cenário de doenças, crimes e crianças abandonadas, Cabrini não se deixa abater. Determinada a mudar a realidade dos mais vulneráveis, ela ousa desafiar o prefeito hostil em busca de moradia e assistência médica. Com seu inglês precário e saúde fragilizada, Cabrini utiliza sua mente empreendedora para construir um império de esperança e solidariedade. Acompanhe a ascensão dessa mulher audaciosa, que, enfrentando o sexismo e a aversão anti-italiana da época, se torna uma das grandes empreendedoras do século XIX, transformando vidas e deixando um legado de compaixão em meio à adversidade.
Data de Lançamento: 12 de dezembro
Em Kraven – O Caçador, acompanhamos a história de origem de um dos vilões da franquia Homem-Aranha. De origem russa, Kraven (Aaron Taylor-Johnson) vem de um lar criminoso e de uma família de caçadores. Seus poderes nascem de uma força sobrenatural e super humana que o faz um oponente destemido e habilidoso. A relação complexa com seu pai Nicolai Kravinoff (Russell Crowe) o leva para uma jornada de vingança e caos para se tornar um dos maiores e mais temidos caçadores de sua linhagem. De frente para questões familiares, Kraven mostra sua potência nesse spin-off.