Tenho um amigo que se orgulha de ter ouvido “Zero”, do Liniker, antes que o vídeo chegasse às mil visualizações, no YouTube. Quando ele conta essa história, dá vontade de chamá-lo de diferentão, não vou negar, mas a gente sabe que é verdade, porque, na época, ele mostrou a música pra todo mundo – e apreciamos sem moderação.
O mesmo frisson parece ter atingido um número significativo de pessoas, em Curitiba. Na noite da última sexta (26), tinha tanta gente no Espaço Cult que foi preciso se acomodar em lugares inusitados para assistir ao show. Os degraus da escadaria que liga o salão principal ao mezanino viraram poltronas. Até no balcão do bar tinha gente sentada – e sem sofrer represálias, o que dá o tom do clima de libertinagem que tomou a noite.
A banda subiu ao palco e incendiou a plateia, quase literalmente. O calor era grande e os corpos suados se remexiam sem pudores. Logo no começo, veio “Remonta”, seguida por “Louise du Brésil”. Mais tarde, “Caeu”. “Zero” chegou de mansinho, no final, e ficou claro que Liniker não tem o menor receio de nos transpassar. Mas ao contrário do que se imaginava, não foi assim que ele encerrou o espetáculo – foi depois do hit, ao apresentar os “caramelows”, que o paulista atingiu seu maior momento na capital paranaense.
Liniker discursou sobre empoderamento. Nas palavras dele, tinha “bicha preta no palco, sim” – bem como mina, mano, mona, gorda, decote e filho de Oxum.
Para arrematar, suas backing vocals (Bárbara Rosa e Renata Santos) encenaram um ritual religioso e pregaram que “mil tombarão ao seu lado e dez mil à sua esquerda, mas tu não serás atingido, pois és lacradora”. Com berros de “amém”, o público aceitou o “lacre” e abriu um organizado corredor para entrar na brincadeira do “soul train”, que consistia em permitir que apenas 5 ou 6 pessoas por vez dançassem performaticamente no meio da multidão. Foi de encher os olhos.
Enquanto assistia a tudo aquilo, lembrei de quando a pessoa que citei no começo do texto passeou pela carreira do Liniker e observou algo interessante: antes de lançar o EP que caiu no gosto do país, o músico não era tão andrógino – e nem tão “ele mesmo”. Na avaliação do meu amigo, foi ao abraçar sua identidade que ele alçou o maior voo da sua carreira (e isso diz muito a respeito de todos nós).
No fim das contas, essa foi a lógica que adotei para explicar o fenômeno. O público adora o cara porque, além de ter talento de sobra, ele promove uma magia chamada identificação, sobretudo entre as minorias. De uma noite belíssima, carrego com carinho a lembrança do cantor dizendo que “ser negro em Curitiba é um ato de resistência” e sendo aplaudido fervorosamente.
Mais do que sentindo orgulho ao desfilar belos turbantes, todo mundo ali estava compartilhando a sensação libertadora de se sentir representado e confortável para ser exatamente quem é.
Foto: Juh MOrales
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