“Eu não preciso olhar para saber se é a nossa orquestra que está tocando. Eu conheço a minha filha só de ouvido“.
Essa fala é da Eleni Betes, violinista, 79 anos, mãe da Orquestra Sinfônica do Paraná. Trabalho na assessoria de imprensa da OSP e a conversa com a Eleni faz parte dos preparativos especiais para o aniversário de 36 anos da orquestra, que será comemorado em maio.
Para não dar mais spoilers sobre o projeto, esta é a única fala da entrevista que vou citar por aqui. É a mais importante para esta coluna, pelo menos hoje. Isso porque ela traz um conceito que quero explorar a fundo nos meus próximos textos: a nossa identidade artística.
Não sei vocês, mas eu não tenho o ouvido afiado da Eleni. Minha percepção musical é, no máximo, decente. Consigo te dizer que Sol e Ré têm sons diferentes, mas não sei te dizer qual som corresponde ao Sol e qual ao Ré.
Ainda assim, eu consigo identificar o som da nossa orquestra no palco. Normalmente, se desconfio que um espetáculo no Festival de Curitiba foi produzido aqui, costumo ter razão. Também é fácil identificar os espetáculos do Balé Teatro Guaíra, o BTG, quando um deles aparece como sugestão aleatória do algoritmo nas minhas redes sociais. E sei que não sou a única.
Lembramos dos nomes dos artistas que já passaram pelo Museu Oscar Niemeyer, que todo curitibano que se preze chama de MON. Adoramos ser surpreendidos por um espetáculo ao ar livre do Festival (de música, de cinema, de dança ou de teatro. Curitibano de verdade sabe a qual deles o outro se refere apenas pela época do ano).
As comédias do Lala (Schneider) dividem as opiniões do público e da classe artística, as peças do Ave Lola encantam cada vez mais pessoas, a rua 13 de maio já foi quase rebatizada de “aquela rua dos teatros” pelos taxistas e ubers da cidade.
Sentimos orgulho quando vemos uma nova versão de O Grande Circo Místico e lembramos que o espetáculo nasceu aqui. Vemos adolescentes e jovens fiéis às suas companhias de hip hop preferidas a cada seletiva para o FIH2, outro festival internacional nascido e criado em terras curitibanas.
Nosso cenário cultural é rico e nossos artistas são tantos que é impossível citar a todos neste único texto. A arte local faz parte da nossa identidade. Ir a um desses espaços culturais, assistir ao espetáculo de algumas dessas companhias, tem quase o mesmo efeito de ir na casa da vó tomar uma sopa. É uma sensação de aconchego que só a nossa casa tem.
Talvez por isso essa nossa mania de dar apelidos carinhosos para a OSP, o BTG, o MON, o Lala, o Festival, o Olhar, o Projeto, a Fundação, o Guaíra, a Camerata, o Cena e vários outros. Todos esses espaços e companhias têm nome e sobrenome. Alguns são mais conhecidos do que outros, mas todos fazem parte da nossa IdentidArte.
Assim como em todas as áreas, a pandemia cobrou seu preço também no cenário cultural. Talvez principalmente no cenário cultural local. Alguns de nossos teatros, museus e salas de concerto estão fechados há mais de um ano. Outros estão no eterno abre-fecha que deixa todo mundo desnorteado. Não é à toa. Fomos repentinamente privados da conexão que sempre tivemos com a nossa IdentidArte.
Sim, chegou o momento de falar diretamente com o fantasma lendo este texto por cima do seu ombro. Ou melhor, a fantasma: a situação pandêmica na qual nos encontramos desde março do ano passado.
Experimentamos um monte ao longo deste último ano. Pude presenciar na quarentena mais lives, peças online, rádio-novelas, podcasts, concertos e espetáculos no YouTube do que em toda a minha vida.
Só que a gente sabe: nenhum mundo virtual consegue substituir o contato presencial. Sentimos falta dos toques, dos cheiros e da rotina de se deslocar até o espaço, abstrair da realidade por uma ou duas horas, e retornar mais leve para casa.
Ainda assim, alguns bravos guerreiros resistem e se reinventam. Nossa produção local é criativa e mestre em se virar dentro de possibilidades limitadas. Só quem já atuou nos bastidores sabe a luta diária que é o processo de tirar qualquer ideia do papel. E essa luta existe, em proporções diferentes, tanto em grandes quanto em pequenas companhias.
É com toda essa maestria de quem já nasceu na luta que, nos últimos meses, temos visto mais e mais companhias direcionando um olhar instrumentalista para a tecnologia. Pessoas que resolveram assumir, de forma artística, a mediação da câmera, do computador e da reunião virtual.
Estes artistas fizeram o que o artista faz de melhor: observar o mundo, digeri-lo e, só então, mostrar sua visão sobre ele. E nosso mundo, por enquanto, ainda exige a conexão através do virtual.
A palavra “conexão” é ambígua nos dias de hoje. Pode significar tanto a conexão à Internet, quanto à conexão interpessoal. Estamos cansados de uma e com sede da outra. Talvez essa sede não tenha nascido com a pandemia. Talvez a pandemia nos fez percebê-la.
Sentada na plateia, que agora toma a forma do sofá da minha casa, vi no último ano os esforços de vários artistas em busca de uma reconexão. Com o público e com seus colegas. E, assim, nasceu a ideia para esta coluna. Convido a vocês a usarmos este espaço, que nos foi emprestado pelo Curitiba Cult, para falar daquilo que é nosso. Vamos nos reconectar, ainda que virtualmente por enquanto, com quem é de casa.
Meu nome é Luiza Guimarães e eu já quis ser artista plástica, bailarina, trapezista, atriz, cantora e pianista. Hoje sou jornalista e mestre em comunicação pela UFPR. Trabalho na assessoria de imprensa da Orquestra Sinfônica do Paraná desde 2018 e, desde 2020, também como freelancer. A vontade de escrever esta coluna nasceu junto com meu amor pela cultura que é nossa: na plateia do Teatro Guaíra, assistindo ao balé O Grande Circo Místico, do Balé Teatro Guaíra, em 2002.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
As Crônicas de Uma Relação Passageira conta a história do romance entre Charlotte (Sandrine Kiberlain) e Simon (Vicenti Macaigne) que se conhecem em uma festa. Charlotte é uma mãe e solteira, já Simon é um homem casado e sua esposa está grávida. Eles se reencontram num bar e começam um relacionamento repleto de percalços. Ela é mais extrovertida, pouco preocupada com o que os outros pensam. Ele é mais tímido e retraído. A princípio, os opostos realmente se atraem e ambos concordaram em viver uma relação apenas de aventuras, mas tudo se complica quando os dois criam sentimentos um pelo outro e o que era para ser algo muito bom, acaba se tornando uma relação perturbadora.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Dirigido e roteirizado por Pat Boonnitipat, a trama dessa ficção emocionante, Como Ganhar Milhões Antes que a Vó Morra, acompanha a jornada do jovem When M (Putthipong Assaratanakul), que passa a cuidar de sua avó doente chamada Amah (Usha Seamkhum), instigado pela herança da idosa. O plano é conquistar a confiança de sua avó, assim será o dono de seus bens. Tendo interesse apenas no dinheiro que Amah tem guardado, When resolve largar o trabalho para ficar com a senhora. Movido, também, por sentimentos que ele não consegue processar, como a culpa, o arrependimento e a ambição por uma vida melhor, o jovem resolve planejar algo para conseguir o amor e a preferência da avó antes que a doença a leve de vez. Em meio à essa tentativa de encantar Amah, When descobre que o amor vem por vias inimagináveis.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Um aspirante a escritor utiliza um alter ego para desenvolver seu primeiro romance. Em Sebastian, Max é um jovem de 25 anos que vive como escritor freelancer em Londres trabalhando com artigos para uma revista. Ter um livro publicado fala alto na lista de desejos do rapaz e, então, ele encontra um tema para explorar: o trabalho sexual na internet. Se a vida é um veículo de inspiração para um artista, Max corre atrás das experiências necessárias para desenvolver a trama de seu livro. Com isso, durante a noite, Max vira Sebastian, um trabalhador sexual com um perfil em um site no qual se oferece pagamentos por uma noite de sexo. Com essa vida dupla, Max navega diferentes histórias, vulnerabilidades e os próprios dilemas. Será que esse pseudônimo é apenas um meio para um fim, ou há algo a mais?
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Uma comédia em que grandes segredos e humilhações se cruzam e vem à tona. Histórias Que é Melhor Não Contar apresenta situações com as quais nos identificamos e que preferimos não contar, ou melhor, que preferimos esquecer a todo custo. Encontros inesperados, momentos ridículos ou decisões sem sentido, o filme aborda cinco histórias com um olhar ácido e compassivo sobre a incapacidade de controlar nossas próprias emoções. Na primeira história, uma mulher casada se vê atraída por um rapaz que conheceu em um passeio com o cachorro. Em seguida, um homem desiludido com seu último relacionamento se vê numa situação desconfortável na festa de um amigo. Na terceira, um grupo de amigas atrizes escondem segredos uma da outra. Por último, um professor universitário toma uma decisão precipitada; e um homem casado acha que sua mulher descobriu um segredo seu do passado. Com uma estrutura episódica, as dinâmicas do amor, da amizade e de relacionamentos amorosos e profissionais estão no cerne desse novo filme de Cesc Gay.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Lee, dirigido pela premiada cineasta, Ellen Kuras, vai contar a história da correspondente de guerra da revista Vogue, durante a Segunda Guerra Mundial, Elizabeth Lee Miller. O filme vai abordar uma década crucial na vida dessa fotógrafa norte-americana, mostrando com afinco o talento singular e a tenacidade dela, o que resultou em algumas das imagens de guerra mais emblemáticas do século XX. Isso inclui a foto icônica que Miller tirou dela mesma na banheira particular de Hitler. Miller tinha uma profunda compreensão e empatia pelas mulheres e pelas vítimas sem voz da guerra. Suas imagens exibem tanto a fragilidade quanto a ferocidade da experiência humana. Acima de tudo, o filme mostra como Miller viveu sua vida a todo vapor em busca da verdade, pela qual ela pagou um alto preço pessoal, forçando-a a confrontar um segredo traumático e profundamente enterrado de sua infância.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Prólogo do live action de Rei Leão, produzido pela Disney e dirigido por Barry Jenkins, o longa contará a história de Mufasa e Scar antes de Simba. A trama tem a ajuda de Rafiki, Timão e Pumba, que juntos contam a lenda de Mufasa à jovem filhote de leão Kiara, filha de Simba e Nala. Narrado através de flashbacks, a história apresenta Mufasa como um filhote órfão, perdido e sozinho até que ele conhece um simpático leão chamado Taka – o herdeiro de uma linhagem real. O encontro ao acaso dá início a uma grande jornada de um grupo extraordinário de deslocados em busca de seu destino, além de revelar a ascensão de um dos maiores reis das Terras do Orgulho.