Um hiato de mais de uma década é interrompido com o lançamento do novo disco de um ícone do hardcore curitibano. E com produção internacional. A banda Square, mesmo com integrantes morando em países diferentes, preparou “Eterno Temporal”, um álbum de inéditas a ser lançado nas plataformas digitais. O single “Antes do Chão” já está no ar, criando expectativa no público para um trabalho que equilibra o sucesso do passado com um som fresco e atual.
Na virada dos anos 1990 para os 2000, o hardcore estava em alta nos Estados Unidos, com produções marcantes de grupos independentes e autorais. Muita coisa chegava ao Brasil via internet, inspirando movimentos nacionais e mesclando outros gêneros como o emo e o punk. É nesse cenário que nasce a Square, em Curitiba. Primeiramente chamada Square Pants, a banda se juntou em 2002. “Naquela época, montar uma banda era sempre do mesmo jeito: voce conhecia um ou outro que era parte da cena e tocava algum instrumento, se juntava em torno de alguns covers pra ver se rolava uma química e sem muita burocracia achava uma oportunidade pra tocar num show local”, conta Israel Barros, vocalista e um dos fundadores do grupo.
Mas o interesse do quarteto não era por tocar covers, e sim produzir as próprias músicas. Barros escreveu algumas canções e já em 2003 lançaram “Primeiros Passos ao Infinito”, a primeira demo com seis músicas. A isso, se seguiu uma década de muita estrada e produção independente. O disco “Maior Que o Céu” (2005) consolidou o grupo, que chegou a abrir para nomes internacionais como NOFX.
Com esse tempo todo de estrada, o grupo acabou por chegar a um momento de pausa. “Eu sempre me recusei de sacrificar nossas reais motivações pra fazer musica em nome de uma carreira comercial, e uma hora esse comprometimento artístico acaba colocando tudo em cheque. Square é o canal pelo qual me livrei de meus piores demônios, mas num dado momento, percebi que não fazia sentido falar sobre meus sonhos e ideais numa banda e não fazer mais absolutamente nada para realizá-los”, confessa o músico.
A banda lançou o EP “O Gosto do Pó” em 2010 e, pouco depois, seguiram caminhos diferentes. Israel Barros foi para os Estados Unidos, casou, teve um filho e foi morar nos Países Baixos, onde vive desde 2017. JotaPe, o guitarrista, foi para a Irlanda, enquanto o baixista, T. Moraes, mora em Itajaí (SC). Pindé, o baterista André Dea, vive em São Paulo, e integra grupos como Sugar Kane e Supercombo.
Em 2020, Israel fez uma live tocando músicas da Square e ficou surpreso com o engajamento. Isso os inspirou a fazer uma reunião em 2022, com um show em Curitiba, comemorando os 20 anos do grupo. Lotando o Beledere Mosh Bar, o quarteto sentiu a vontade de retomar as atividades. “Logo antes do show, ainda à distância, eu e o JP acidentalmente escrevemos ‘Antes do Chão’. Ela não foi lançada na época, mas foi ela que, junto à resposta da cena local a novidades da banda, consolidou nossa vontade de voltar à ativa independentemente das dificuldades de manter uma banda à distância”, conta o vocalista.
Para isso, foi preciso retomar aquela unidade do grupo, mesmo estando há mais de dez anos sem tocar juntos. “Nossa harmonia como banda foi construída à moda antiga – com muitas horas na van, muitas horas de palco, muitas horas de ensaio; o que a gente faz agora é respeitar o espaço de cada um criando coletivamente as músicas que nós gostaríamos de ouvir,” Barros explica.
As influências agora abarcam bem mais referências do que as bandas que ouviam nos anos 2000. “Temos muita influência de grunge e punk, mas hoje em dia a gente faz as músicas que queremos”, define. “Acho que a influência ‘literária’ seja, possivelmente, mais relevante do que as sonoras; os assuntos da banda são bem existenciais”.
Os quatro músicos começaram a pensar “Eterno Temporal” a partir de músicas que tinham guardadas, revisitando as composições e discutindo muito por mensagem. JotaPe tem um estúdio em casa, fazendo pré-produções. “Foi muita conversa em grupo de WhatsApp, mandando áudios, e o JotaPe carregando o maior peso da produção nas costas”, afirma. “Gravar à distancia não é tão confortável quanto entrar num estúdio com a banda toda; mas tem a vantagem de poder investir mais tempo em pequenos detalhes que muitas vezes acabam ficando pra trás pelo volume de tarefas quando a banda está gravando num formato tradicional.” Assim, JotaPe e T. Moraes conseguiram fazer parte do trabalho juntos, Pindé mandou gravações de São Paulo e Barros captou sozinho suas gravações.
Esse apoio da tecnologia superou dificuldades e criou até mais ritmo para o lançamento do disco. “Apesar de estarmos distantes fisicamente, a comunicação online nos faz mais presentes e até mais rápidos. Sempre tem alguém trabalhando na banda por conta da diferença de fuso”, o vocalista diz. “A popularização de bons equipamentos a baixo custo viabilizou o nosso retorno bem como viabilizou uma série de bandas e artistas a produzir seus melhores trabalhos em um formato que era impossível até pouco tempo atrás”.
Um nome de peso que participa da produção é Capilé, vocalista e guitarrista do Sugar Kane, outro ícone do hardcore que surgiu em Curitiba. O músico acompanha a Square desde o começo. “Ele ouviu minha primeira demo, que era só eu tocando as primeiras musicas da banda num violão, gravadas num toca-fitas e se dispôs a produzir nossa demo. Nos colocou no estúdio em 2003, dirigiu toda a gravação, depois fez o mesmo papel na gravação do nosso primeiro álbum; além de gravar participações e backings nas nossas musicas”, lembra Barros.
Quando, em 2024, Pindé mostrou a Capilé projeto que a Square estava elaborando, quis participar da empreitada, mixando e masterizando o disco. “Hoje em dia, o Capilé é muito mais do que ‘o cara do Sugar Kane’; se tornou um dos maiores engenheiros de som do underground brasileiro; e pra nós foi mais uma realização inesperada ter esse grande profissional e amigo contribuindo no nosso novo álbum. E pra manter a tradição, tem mais uma música com ele de novo nesse disco”, comemora o vocalista da Square.
Data de Lançamento: 03 de outubro
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Data de Lançamento: 03 de outubro
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