A relação da homossexualidade com a religião é um assunto que, quando discutido, leva a declarações extremistas e emocionais. É sobre esses discursos exaltados de pecado, condenação e fé que o livro Entre a cruz e o arco-íris (2013), de Marília de Camargo César, trata. A série de reportagens da obra segue a trajetória da autora na busca pela resposta de uma pergunta central: Como alguém que é homossexual pode expressar sua fé cristã publicamente?
Marília de Camargo César tem em sua carreira mais duas produções literárias: Marina: a vida por uma causa (2010), e outra obra de conteúdo religioso, Feriados em nome de Deus (2009). Como jornalista, ela fez parte da equipe do periódico Valor Econômico, no qual conheceu Ricardo Alexandre, que escreveu o prefácio do livro-reportagem que é tema central desta matéria.
A jornalista pratica a religião cristã protestante e aponta que a sua concepção de família não ultrapassa a relação entre homem e mulher. Logo nas páginas iniciais, ela afirma: “Foi essencial confrontar os meus próprios preconceitos (…) era necessário buscar em mim os vestígios da homofobia internalizada e da intolerância”. Ironicamente, Marília foi fiel ao dizer que “o objetivo deste trabalho é expor um quadro da situação dos homossexuais cristãos brasileiros e mostrar como eles são tratados”, pois foi com um preconceito sutil que ela, membro da comunidade cristã, conduziu e abordou as relações homoafetivas em seu livro.
Ao longo das 239 páginas, um ponto aparece como o motivo da escuridão presente no debate sobre a homoafetividade no contexto das igrejas cristãs: a falta de isenção e maturidade. O mais interessante é que a própria obra conversa com essas duas características ao pender um pouco mais para a defesa da igreja, que é o universo mais próximo da autora. Um exemplo claro é a reprodução de discursos conservadores de figuras evangélicas conhecidas nacionalmente pela luta inflamada contra os direitos dos homossexuais, como Silas Malafaia, Marco Feliciano e Jair Bolsonaro. Os trechos reproduzidos não trazem o ódio constante na fala desses políticos, assim como evita tratar das situações polêmicas nas quais eles estiveram envolvidos.
Há uma passagem em que Marília de Camargo César deixa evidente a sua imaturidade para tratar do assunto. Ao falar sobre as comunidades inclusivas, ela pondera: “Como seria a sua liturgia? Seria como uma balada LGBT gospel, com músicas evangélicas dançantes e uma atmosfera sensual, onde todos se abraçavam e entravam em êxtase?”. Mais adiante, ela confessa: “Eu, que esperara presenciar um tipo de orgia gospel, acabei sendo presenteada”.
Há uma passagem na Bíblia que comprova a existência de um vínculo fortíssimo entre Davi e Jônatas. Alguns teólogos de igrejas inclusivas interpretam os versículos como a narração de uma relação homoafetiva entre os dois homens. Já na reta final do livro, a jornalista se abstém da imparcialidade e faz um julgamento sobre essa interpretação. Segundo ela, essa leitura defasada desconsidera a capacidade de um ser humano do mesmo sexo se amar e respeitar como irmão. Ela coloca, também, que os “teólogos gays” – generalização inadequada por parte da autora, uma vez que nem todo pastor de igreja inclusiva
é homossexual – praticam uma atitude discriminatória.
A pergunta é: Quem está sendo discriminado? Uma das principais defesas das igrejas protestantes é a liberdade de interpretação dos textos bíblicos. Por mais que, em quesito de redação e apuração de fontes, o livro esteja em um nível jornalístico elevado, eticamente ele satisfaz apenas os olhos de grupos mais conservadores.
Ficha técnica e preços:
Título: Entre a Cruz e o Arco-íris
Subtítulo: A Complexa Relação Dos Cristãos Com a Homoafetividade
Autor: Marília de Camargo César
Editora: Gutenberg
Edição: 1
Ano: 2013
Idioma: Português
Livraria Saraiva: R$ 27,90
Livraria da Folha: R$ 34,90
Data de Lançamento: 19 de dezembro
As Crônicas de Uma Relação Passageira conta a história do romance entre Charlotte (Sandrine Kiberlain) e Simon (Vicenti Macaigne) que se conhecem em uma festa. Charlotte é uma mãe e solteira, já Simon é um homem casado e sua esposa está grávida. Eles se reencontram num bar e começam um relacionamento repleto de percalços. Ela é mais extrovertida, pouco preocupada com o que os outros pensam. Ele é mais tímido e retraído. A princípio, os opostos realmente se atraem e ambos concordaram em viver uma relação apenas de aventuras, mas tudo se complica quando os dois criam sentimentos um pelo outro e o que era para ser algo muito bom, acaba se tornando uma relação perturbadora.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Dirigido e roteirizado por Pat Boonnitipat, a trama dessa ficção emocionante, Como Ganhar Milhões Antes que a Vó Morra, acompanha a jornada do jovem When M (Putthipong Assaratanakul), que passa a cuidar de sua avó doente chamada Amah (Usha Seamkhum), instigado pela herança da idosa. O plano é conquistar a confiança de sua avó, assim será o dono de seus bens. Tendo interesse apenas no dinheiro que Amah tem guardado, When resolve largar o trabalho para ficar com a senhora. Movido, também, por sentimentos que ele não consegue processar, como a culpa, o arrependimento e a ambição por uma vida melhor, o jovem resolve planejar algo para conseguir o amor e a preferência da avó antes que a doença a leve de vez. Em meio à essa tentativa de encantar Amah, When descobre que o amor vem por vias inimagináveis.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Um aspirante a escritor utiliza um alter ego para desenvolver seu primeiro romance. Em Sebastian, Max é um jovem de 25 anos que vive como escritor freelancer em Londres trabalhando com artigos para uma revista. Ter um livro publicado fala alto na lista de desejos do rapaz e, então, ele encontra um tema para explorar: o trabalho sexual na internet. Se a vida é um veículo de inspiração para um artista, Max corre atrás das experiências necessárias para desenvolver a trama de seu livro. Com isso, durante a noite, Max vira Sebastian, um trabalhador sexual com um perfil em um site no qual se oferece pagamentos por uma noite de sexo. Com essa vida dupla, Max navega diferentes histórias, vulnerabilidades e os próprios dilemas. Será que esse pseudônimo é apenas um meio para um fim, ou há algo a mais?
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Uma comédia em que grandes segredos e humilhações se cruzam e vem à tona. Histórias Que é Melhor Não Contar apresenta situações com as quais nos identificamos e que preferimos não contar, ou melhor, que preferimos esquecer a todo custo. Encontros inesperados, momentos ridículos ou decisões sem sentido, o filme aborda cinco histórias com um olhar ácido e compassivo sobre a incapacidade de controlar nossas próprias emoções. Na primeira história, uma mulher casada se vê atraída por um rapaz que conheceu em um passeio com o cachorro. Em seguida, um homem desiludido com seu último relacionamento se vê numa situação desconfortável na festa de um amigo. Na terceira, um grupo de amigas atrizes escondem segredos uma da outra. Por último, um professor universitário toma uma decisão precipitada; e um homem casado acha que sua mulher descobriu um segredo seu do passado. Com uma estrutura episódica, as dinâmicas do amor, da amizade e de relacionamentos amorosos e profissionais estão no cerne desse novo filme de Cesc Gay.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Lee, dirigido pela premiada cineasta, Ellen Kuras, vai contar a história da correspondente de guerra da revista Vogue, durante a Segunda Guerra Mundial, Elizabeth Lee Miller. O filme vai abordar uma década crucial na vida dessa fotógrafa norte-americana, mostrando com afinco o talento singular e a tenacidade dela, o que resultou em algumas das imagens de guerra mais emblemáticas do século XX. Isso inclui a foto icônica que Miller tirou dela mesma na banheira particular de Hitler. Miller tinha uma profunda compreensão e empatia pelas mulheres e pelas vítimas sem voz da guerra. Suas imagens exibem tanto a fragilidade quanto a ferocidade da experiência humana. Acima de tudo, o filme mostra como Miller viveu sua vida a todo vapor em busca da verdade, pela qual ela pagou um alto preço pessoal, forçando-a a confrontar um segredo traumático e profundamente enterrado de sua infância.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Prólogo do live action de Rei Leão, produzido pela Disney e dirigido por Barry Jenkins, o longa contará a história de Mufasa e Scar antes de Simba. A trama tem a ajuda de Rafiki, Timão e Pumba, que juntos contam a lenda de Mufasa à jovem filhote de leão Kiara, filha de Simba e Nala. Narrado através de flashbacks, a história apresenta Mufasa como um filhote órfão, perdido e sozinho até que ele conhece um simpático leão chamado Taka – o herdeiro de uma linhagem real. O encontro ao acaso dá início a uma grande jornada de um grupo extraordinário de deslocados em busca de seu destino, além de revelar a ascensão de um dos maiores reis das Terras do Orgulho.