O maior festival de danças urbanas da América Latina acontece em Curitiba em julho. O FIH2 – Festival Internacional de Danças Urbanas terá mais de 90 grupos apresentando movimentos criativos no palco do Teatro Positivo, de 05 a 07 de julho. O evento acontece desde 2002, movimentando a cultura do hip hop e da dança em geral, consagrando essa cultura de forma inovadora. O criador do FIH2, Octávio Nassur, conversou com exclusividade com o Curitiba Cult sobre o evento e o que esperar dessa edição.
Com mais de duas décadas de história na dança, Octávio Nassur é dançarino, coreógrafo, produtor cultural e pesquisador especializado em hip-hop. Foi jurado de programas de dança na TV como “Competição de Dança de Rua” na TV Xuxa e da “Dança dos Famosos” no Domingão. Com Carlinhos de Jesus, comandou flashmobs nas cidades-sede da Copa do Mundo em 2014.
Confira a entrevista exclusiva:
Eu tinha 13 anos quando acompanhei minha irmã para uma academia. Do lado da sala de musculação, tinha uma parede de vidro e passou uma menina, que imagino tinha 11 anos, nossos olhares se cruzaram. Eu descobri que era o amor da minha vida, mas logo atrás dela, passou o pai, e aí voltei a me concentrar só na musculação. Comecei a ver que toda terça e quinta, esse pai levava ela numa porta às três da tarde, e às quatro, ele estava na porta para buscar. Como queria muito conhecer a menina, fui na secretaria e falei ‘quero me matricular naquela porta, terça e quinta, das três às quatro’, e eu não sabia nem o que era. Cheguei na quinta-feira seguinte, entrei na sala e era uma sala de ginástica aeróbica de competição. Tinha 30 mulheres e eu lá dentro, sem a menor noção do que estava acontecendo. Sei que eu era movido pelo amor, então todo mundo ia para a direita, eu ia, iam para a esquerda, eu voltava. Comecei a pensar ‘como é que vou chamar a atenção dessa menina aqui?’, porque eu tinha muita vergonha. Aí eu comecei a fazer duas, três, quatro até cinco aulas por dia. Depois de três meses, quando eu já estava ficando bom no negócio, e estava tomando coragem, a menina saiu da academia e eu não sei o nome dela até hoje. Só sei que continuei acordando muito feliz terça e quinta, porque eu ia ter aula de ginástica aeróbica.
Comecei a ver que aquela animação do professor era uma coisa que me emocionava, eu falava ‘quero ser você’. Eu não admitia como alguém era tão feliz dando aulas de aeróbica, levantando braços e pernas coordenadamente, mas eu era muito curioso. Eu falava ‘Rhony, é incrível isso, eu vou dormir feliz segunda-feira porque tenho aula terça com você, me faz bem’. Não por acaso, Rhony (Ferreira) era campeão brasileiro de ginástica aeróbica e foi para o mundial e pediu para mim, aos 14 anos, ‘Octávio, eu queria que você desse aula para mim essa semana’. E fui para a aula pensando não no que eu ia ensinar, mas que as pessoas sentissem o que eu sentia na aula quando eu fazia. E de lá pra cá, tem sido essa história.
Eu comecei a dar aula dessa maneira, fui para fora do país para fazer curso de arbitragem de aeróbica, conheci o hip-hop. Voltei com vinis do Run DMC e inventei uns movimentos, comecei a dar aula na academia. Em 1994, apareceu um festival de street dance, um amigo falou ‘leva o pessoal pra dançar’, eu falei ‘que pessoal?’, e ele ‘tuas alunas’. Eu disse ‘mas nunca fiz isso’, e ele ‘mas monta uma coreografia’. Ali, foi meu primeiro movimento de montar coreografia. O resultado foi: como era um grupo com muitas mulheres, a gente se tornou o primeiro grupo de danças urbanas do Brasil formado apenas por mulheres, o Street Heartbeat. Em cinco anos, participamos de 35 festivais e foram 35 primeiros lugares. Esse grupo alçou voo muito rápido, em 1999 alcançamos o Prêmio Transitório no Festival de Dança de Joinville (hoje, no Guinness como maior do mundo), que significa que a tua nota é a maior nota de todos os grupos de todos os gêneros de dança que estavam competindo. A história vem desse lugar, de como eu queria dar aula para cada vez mais pessoas, para sentirem o que eu senti. Vi que no Festival de Dança tinham mais pessoas que assistiam aulas, e eu levando o grupo, eram mais pessoas que eu atingia na plateia. Então pensei ‘E se eu fizer um festival?’.
O evento coloca luz no movimento hip-hop. É uma forma de construir uma percepção e colocar valor no hip-hop. No Brasil, se você ouve que hip-hop é de graça, você não entende que tem que pagar ingresso. A gente sempre está nessa necessidade de construção de percepção, de estarmos no teatro que é o maior do Sul do país, que tem ingresso para assistir os maiores grupos da América Latina. Até por isso temos usado mais a sigla Danças Urbanas. É por posicionamento de marca. O evento nasceu e sempre foi (Festival Internacional de Hip-Hop), mas faz seis anos que chamamos de FIH2 – Festival Internacional de Danças Urbanas, porque as pessoas entendem que danças urbanas são grupos de coreografia, e não a ideia do b-boy girando de cabeça no chão.
Nós entendemos e desenvolvemos um sistema, um modelo de notas online – quem ver em casa (via transmissão ao vivo com ingressos no site) vai poder votar. Esse voto aparece em tempo real no LED do palco ao final da apresentação do grupo, junto com notas dos jurados. Nosso evento é o único do Brasil que, a cada coreografia, dois jurados técnicos e dois artísticos digitam sua nota, e aparece o rosto e anota dele para todo mundo olhar. Resolvemos aquele problema de idoneidade, que foi um dos motivadores do festival existir, e com aumento de percepção de qualidade da própria plateia. Aquele pai e mãe que iam só pra assistir o filho ou filha se apresentar, começaram a ver coisas incríveis a ponto de falar ‘nossa, minhas notas estão iguais as daquele jurado, a gente está dando as mesmas notas’. Então, todo mundo se tornou avaliador na percepção de coisas boas, ou ruins, que não é só o que tua filha ou filho fazem, tem outras coisas bem interessantes acontecendo.
Sou curitibano e acredito que, se um projeto bom pode dar certo, pode ser na cidade que você nasceu! Já tivemos muitas propostas de levar o Festival para grandes capitais, mas há 21 anos acreditamos que Curitiba pode ser esse centro de cultura, além da ponte Rio – São Paulo. Inclusive, empresas queriam tirar o festival de Curitiba com patrocínio integral, o que a gente nunca teve aqui, até com pouco apoio da própria cidade ou do governo do Estado para manter o evento aqui. Mas gosto daqui. Temos seletivas estaduais que acontecem em outras cidades, mas a etapa final, desejo muito que ela se perpetue em Curitiba.
A Cidade da Dança será na Asa 1 da Viasoft, com tudo gratuito: pista de skate, coordenada pela Mundi, trazendo dois atletas olímpicos e um campeão mundial para fazer performance no final, tem palestras abertas, tem apresentação de grupos, tem aulas de dança gratuitas. Vai ter de tudo lá dentro.
Ah, na verdade, todo mundo já começou. Você tem 9 meses, se alguém cantar parabéns, você vai se chacoalhar no colo da pessoa que você estiver. O estímulo da música nos causa vontade de mover-se. O que o evento promove é que é uma dança para todos. É diferente de um balé clássico que tem uma técnica mais complexa, que você tem um perfil e um padrão de corpo. As danças urbanas abriram várias vertentes. Então, tem vários estilos, é para todo mundo e com uma metodologia de estímulo tranquila, e o mais legal: é diretamente aplicável, o que eu acho mais bacana. Em danças urbanas, o que você aprender na Cidade da Dança, você sai à noite e já se sente um pouco mais confortável em qualquer pista.
Assistir um show da Carine Luup no Dizzy Café Concerto; Comer o Croissant de Amêndoas da Prestinaria; Pisar descalço no Parque Barigui. E mais um extra, que gosto de fazer em família: Almoçar no Família Madalosso.
O FIH2 não se expressa com palavras, tem que se viver a experiência. Por isso, o que eu diria para as pessoas é a frase que está nas nossas comunicações: Você está convidado a se impressionar!
Quando: de 05 a 07 de julho de 2024 (sexta-feira a domingo)
Onde: Teatro Positivo (R. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300)
Quanto: ingressos a partir de R$ 42 (meia)
Ingressos: no site Disk Ingressos
Online: no site oficial do evento, com ingressos a partir de R$ 23,90
Data de Lançamento: 05 de dezembro
Empate é um documentário focado em apresentar as vozes do movimento seringueiro dos anos 70 e 80 concentrados no Estado do Acre. Refletir sobre a importância e os efeitos desse momento histórico ainda hoje na Amazônia é o foco do filme. Mesmo com todas as repercussões do assassinato de Chico Mendes, líder seringueiro que foi baleado há mais de 30 anos a mando de grandes organizações, o Brasil continua sendo palco de grandes ataques dos latifundiários. Entre memórias, reflexões e questionamentos para o futuro, companheiros da luta de Chico se reúnem-se e debatem os novos desafios que precisarão enfrentar nos próximos anos para manterem suas terras longe dos interesses do agronegócio.
Data de Lançamento: 05 de dezembro
Os Sonhos de Pepe acompanha o ex-presidente uruguaio Pepe Mujica em suas viagens pelo mundo e seus deveres políticos, ressaltando sua visão progressista pautada pela sustentabilidade e pela justiça social. Em meio a um cenário de crise climática, a posição de Mujica é divergente da predominante que sustenta e incentiva o modelo predatório e consumista da humanidade. O documentário de Pablo Trobo, diretor uruguaio, sabe que a voz e as preocupações de Mujica são advertências sérias sobre o que está por vir. Os Sonhos de Pepe, com isso, visa apresentar a vida, o trabalho e as convicções de Mujica já com 90 anos, enquanto acompanha sua rotina diplomática por um mundo mais igualitário, mais consciente e mais verde.
Data de Lançamento: 05 de dezembro
Reality de Horror – Influencers em Pânico é um filme norte-americano de terror e suspense dirigido por Dame Pierre e Mike Ware. A trama segue um grupo de influencers das redes sociais que estão reunidos em uma luxuosa mansão em Hollywood Hills para uma programa de TV. O reality show acompanha o cotidiano do confinamento desse famosos blogueiros na casa em Los Angeles. Eles só não contavam com uma virada macabra na estadia: de repente, cada um deles se encontra preso em um jogo cujo resultado pode determinar quem irá sobreviver. Por trás de todo esse pesadelo, está um misterioso assassino psicopata que começa a revelar todos os seus segredos mais profundos e obscuros antes de começar uma matança sangrenta e desenfreada.
Data de Lançamento: 05 de dezembro
Em Chapeuzinho Vermelho – Herança de Família, a jovem Chapeuzinho Vermelho (Taisya Kalinina) enfrenta uma ameaça iminente: a cidade está sendo aterrorizada por lobos misteriosos. Para salvar sua casa e descobrir a origem dos ataques, ela precisa desvendar o enigma do desaparecimento de seu pai, Volkoboy (Danila Yakushev), que sumiu sob circunstâncias enigmáticas. Em sua jornada, Chapeuzinho enfrentará seus maiores medos e desafios, confrontando obstáculos que testam sua coragem e determinação. Com a ajuda de aliados e enfrentando perigos sobrenaturais, ela terá que descobrir a verdade sobre seu pai e seu próprio destino. Chapeuzinho Vermelho – Herança de Família é um emocionante conto de fantasia russo, estrelado por Taisya Kalinina, Danila Yakushev e Ekaterina Klimova, e sob a direção de Artyom Aksenenko onde coragem e bravura são essenciais para superar os desafios e salvar a cidade da ameaça dos lobos.
Data de Lançamento: 05 de dezembro
Em Sting – Aranha Assassina, uma noite fria e tempestuosa em Nova York, um objeto misterioso cai do céu, quebrando a janela de um prédio de apartamentos decadente. Dentro dele, um ovo eclode, dando vida a uma estranha aranha. Charlotte (Alyla Browne), uma garota rebelde de 12 anos e fã de histórias em quadrinhos, descobre a criatura e a nomeia Sting. Enquanto sua mãe e seu padrasto, Ethan (Ryan Corr), lutam para se ajustar à chegada de um novo bebê, Charlotte se sente cada vez mais isolada e encontra consolo na amizade com Sting. No entanto, à medida que a aranha cresce em tamanho e apetite, os animais de estimação dos vizinhos começam a desaparecer, seguidos pelos próprios moradores. Quando a verdadeira natureza de Sting é revelada, Charlotte se vê em uma corrida contra o tempo, sozinha em sua luta para salvar sua família e os excêntricos habitantes do prédio de um aracnídeo voraz que agora os caça. Determinada a proteger aqueles que ama, Charlotte deve encontrar uma maneira de deter a criatura antes que seja tarde demais.
Data de Lançamento: 05 de dezembro
Inexplicável é um filme dirigido por Fabrício Bittar no qual é baseado em uma história real descrita no livro O Menino que Queria Jogar Futebol: Uma História de Fé e Superação, do escritor Phelipe Caldas. Essa trama será desenrolada a partir da história do jogador mirim de 8 anos, natural da Paraíba, Gabriel Varandas (Miguel Venerabile). Gabriel conquistou o título de campeão no futsal, no entanto, após esse grande feito ele enfrentou graves problemas de saúde chegando a ser declarado morto e deixando sua família a mercê da fé para encarar essas complicações. Surpreendentemente, o jovem jogador se recupera, deixando toda sua equipe médica sem explicação do que houve. Inexplicável promete levar uma mensagem de fé e superação para os espectadores que o assistem.
Data de Lançamento: 05 de dezembro
O Conde de Monte Cristo é uma nova versão do clássico romance o Conde de Monte Cristo do autor atemporal Alexandre Dumas. Essa nova produção, dirigida por Alexandre de La Patellière e Matthieu Delaporte e indicada ao Festival de Cannes 2024, irá mostrar uma interpretação épica da história de traição, riqueza misteriosa e vingança meticulosa. O filme acompanha Edmond Dantès (Pierre Niney) um jovem marinheiro que sofre uma trágica injustiça no dia de seu casamento: ele é preso devido a uma enorme conspiração contra ele organizada pelos seus supostos amigos. Se passam 14 anos desde esse fatídico dia, Edmond recebe a ajuda de um outro prisioneiro para fugir do sinistro Château d’If após o mesmo dizer a localização exata de um tesouro perdido. Edmond, então, consegue achar esse tesouro que o torna enriquecido mas desiludido. Dantès reaparece na sociedade parisiense como o misterioso e magnífico Conde de Monte Cristo com um único objetivo: vingar-se daqueles que destruíram a sua vida.