Ventríloquo, palhaços, mágicos, acrobatas, malabaristas, músicos e, este ano, até um artista plástico que vai criar uma obra na hora são as atrações do MishMash 2016, um dos eventos simultâneos do Festival de Curitiba.
Pensando em trazer até você cada detalhezinho da programação do Festival de Curitiba, ontem (25), conversamos com Rafael Barreiros, curador do MishMash e que também sobe ao palco durante o espetáculo encenando o palhaço Alípio. Confira tudo o que rolou no bate papo.
Como você enxerga a percepção do público que, mesmo sabendo que o circo é algo tradicional e histórico, considera o espetáculo uma novidade por se tratar de uma produção circense?
Eu venho de uma família que tradicionalmente conhece este formato de espetáculo. Com 16 anos eu me apaixonei pelo circo e, de lá para cá, estudando, eu consigo perceber que este formato pode ser historicamente conhecido como um espetáculo de variedades e uma feira de conhecimentos. Se analisarmos cartazes antigos de circo, encontraremos, por exemplo, as companhias apresentando chamadas do tipo “venham conhecer a grande lâmpada elétrica”, ou seja, o inusitado, a tecnologia, a pluralidade e a diversidade estão presentes no circo e, o melhor, em vários formatos, como a dança, a música e o teatro, e de uma maneira muito popular e acessível. Talvez daí que apareça esta atmosfera de “novidade” para o público.
O circo tem um papel político muito forte na história. É de conhecimento que os artistas circenses foram alvo de perseguições oriundas do conservadorismo que alguns períodos históricos apresentaram. Então, em tempos tão controversos no cenário político do país, o que o circo pode transmitir para o expectador brasileiro?
Em tempos de dicotomias e polarizações tão latentes, com certeza o circo e o MishMash conseguem mostrar que uma equipe plural, com trabalhos diferentes, linguagens distintas e opiniões completamente opostas consegue apresentar um mesmo trabalho. O que eu quero dizer é que precisamos analisar que não é necessário termos um discurso onde o diferente não é complementar, muito pelo contrário. É justamente o diferente que complementa e que traz a pluralidade e a riqueza da diversidade para o palco.
E o que o público pode esperar do MishMash este ano no palco?
As pessoas podem esperar muita novidade, muitos artistas de diferentes linguagens, bandas locais e, é claro, muita diversão, que é o nosso objetivo principal. Além disso, por causa do formato da platéia – as pessoas dividem mesas umas com as outras – os participantes podem também esperar momentos de troca entre o próprio público. Meus pais, por exemplo, ano passado fizeram amizade com os seus colegas de mesa, o que torna tudo ainda mais enriquecedor.
Rafael aproveitou a oportunidade para gentilmente convidar a todos para assistir ao espetáculo, destacando que a atração é para toda a família, e agradecendo a oportunidade de conversar um pouquinho com você, leitor do Curitiba Cult.
Diariamente estamos atualizando a nossa cobertura do Festival de Curitiba. Se você quer saber tudo o que rola nas coxias, nos camarins e nos bastidores, não deixe de nos acompanhar por aqui. Nos vemos no teatro.
O que: MishMash
Quando: 2 de abril, às 20h, e 3 de abril, às 18h
Onde: Teatro Paiol
Quanto: R$ 40 (inteira) – R$ 20 (meia)
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