Fashion Revolution leva consciência para o mundo

Aconteceu essa semana, de 16 a 24 de abril, a Fashion Revolution Week. Um movimento criado por um conselho global de líderes da indústria da moda sustentável e pessoas conscientes que se preocupam com a origem das roupas e também quem acredita na sustentabilidade da indústria da moda, quem valoriza as pessoas que trabalham em confecções e quem respeita o meio ambiente.

A campanha surgiu depois do desabamento do edifício Rana Plaza em Bangladesh no dia 24 de abril de 2013, uma tragédia que fez o mundo ter mais consciência sobre as condições de trabalho de quem faz nossas roupas.

O objetivo da campanha é aumentar a conscientização sobre o verdadeiro custo da moda e seu impacto em todas as fases do processo de produção até o consumo.

O Fashion Revolution Day está se tornando uma campanha verdadeiramente global que adquire mais força a cada ano. Ainda bem que é assim, pois de outra forma, a tragédia de Bangladesh seria esquecida rapidamente como tantas outras. Infelizmente o Ser humano tem uma grande facilidade de não pensar sobre a origem das coisas, contanto que se sinta bem com o produto final. Busca muito o bem estar e pouco a consciência.

O mundo consumista pede roupas cada vez mais populares, com preços cada vez menores e coleções novas cada vez mais frequentes. E de quem é a culpa de toda essa exploração? De pessoas com transtornos mentais graves como compulsão que não pensam em se tratar, apenas em comprar, e de quem tem sintomas leves como a eterna sensação de que não há nada no guarda-roupa. São pessoas sem consciência que causam os problemas do mundo.

A moda é uma força a ser considerada, que inspira, provoca, conduz, cativa, é preciso ter consciência e levar esse poder para o bem.  Seguir o exemplo dessa campanha, que, simultaneamente em várias cidades, produzem palestras, seminários, debates, bazares e outras ações, com o objetivo de levantar o tema e trazê-lo para o centro da discussão em meio à revolução Fast Fashion.

No dia 24 de abril, através de um ato simbólico, as pessoas vestem a roupa do avesso para expor a etiqueta, valorizar a costura da roupa e quem costurou e questionar… Quem fez minha roupa? De onde veio o tecido? Onde fica a fábrica? Quem está costurando? Quais são as condições de trabalho?

Várias marcas famosas oferecem condições de trabalhos precárias, jornadas exaustivas, salários ridículos. É sempre bom estar atento com roupas que vem de Bangladesh, Camboja, Índia e muitos outros países em desenvolvimento, pois eles mantêm seus trabalhadores em condições desumanas. Para que? Para que a gente possa comprar mais uma roupa que não precisamos e que usaremos poucas vezes, mas que está com um preço ótimo.

Outro fato que não se fala, é que para produzir tanta roupa é preciso de muito algodão. As plantações não produzem na mesma velocidade que a indústria pede. Por isso, novos produtos químicos e agrotóxicos cada vez mais fortes estão sendo usados nas plantações. Produtos tão fortes que causam doenças físicas e mentais em populações próximas onde o plantio é a principal atividade econômica. E o risco não é só para quem planta ou vive perto, também para os consumidores, estamos usando roupas tóxicas.
Quem se preocupou com o tema e tem interesse em conhecer mais, indico um documentário que tem no Netflix: The True Cost.

Por Luiza Franco
25/04/2016 12h12