A primeira vez que tive contato com a genialidade de Bowie foi em 1997, quando eu tinha sete anos de idade e assisti ao filme “Labirinto” com uma de minhas irmãs. A fantasiosa produção de 1986 me apresentou David Bowie, que no filme deu vida a Jareth, o rei dos duendes. Eu não fazia ideia da grandiosidade do artista, nunca tinha ouvido falar em Rock and Roll, mas uma coisa eu soube naquele momento: eu queria ser aquele cara. E tem uma coisa que eu sempre digo nessa vida: existem as pessoas com as quais você quer estar e outras que você quer ser. Esta segunda categoria, com certeza, é a mais rara.
De 97 para cá, o meu fascínio por Bowie só aumentou, e em inúmeros sentidos, mas o que fez com que eu me aproximasse cosmicamente dele foi algumas semelhanças em nossas histórias – não, eu não quero comparar a minha vida com a dele, porque isso seria impossível e uma tremenda presunção da minha parte, mas as similaridades factuais existem. Saca só:
Poucas pessoas sabem, mas Bowie começou sua carreira em uma agência de publicidade de Londres, em 1963, assim como eu, só que milhões de anos depois. O emprego foi arranjado pelo professor de artes do astro, que já percebia em Bowie um ser humano hábil quando o assunto era a criatividade.
Como muitos adolescentes e jovens, inclusive eu, Bowie passou boa parte do seu tempo trancado no quarto, tendo contato com um universo particular e vivendo o sonho de ser alguém que este período complexo da vida ainda não permite que sejamos. Para ele, sentir-se alheio a tudo foi uma ótima maneira de se conectar com outro universo, onde era possível absorver ideias imagéticas presentes em livros, revistas e discos.
“Eu queria ser um artista fantástico, ver as cores, ouvir a música, mas tudo o que eles queriam era me pôr para baixo. Eu cresci me sentindo desestimulado e pensando: “Eles não vão me derrotar”. Eu tinha de fugir para o meu quarto. Por isso você entra no quarto e carrega aquele bendito quarto com você pelo resto da vida”. (David Bowie sobre sua adolescência).
E agora eu pergunto a vocês: quem nunca se sentiu assim? Quando Bowie falava da vida dele era como se estivesse falando da nossa. E, mais que isso, ele nos mostrava – e mostra, porque ele é eterno – que não podemos sufocar a energia e o sonho juvenil, e que se os nossos adolescentes não querem interagir com o mundo que existe além do quarto deles, se não querem contato com os seus familiares às vezes, não é puramente por revolta juvenil, mas por incompatibilidade de universos, e nós sabemos que existe uma galáxia diferente dentro de cada um de nós – vocês estão dispostos a entender e admirar a galáxia do outro?
Além destas coincidentes similaridades, Bowie sempre me fez delirar com a possibilidade de sermos mais de um. Na minha opinião, ele afirmava em suas entrelinhas: eu não caibo em mim. Talvez por não caber em si, ele precisou ser inúmeros, um a cada dia da semana ou um por muito e muito tempo, como o Ziggy Stardust, incrível, intergalático e completamente Bowieniano (sim, os Freudianos que me desculpem, mas eu sou Bowieniano).
Foi em Bowie – com um plus de RuPaul, claro – que eu encontrei a fundamentação existencial para me expandir também, para ser mais de um, para colocar em outra imagem referências que não cabem no Igor que existe no horário comercial. Minha drag queen, Mimi Lobo, me trouxe uma respiração diferente, tal qual Ziggy trouxe para Bowie e para o mundo.
Eu não me espanto quando escuto alguém falar que não sabe quem é David Bowie – mesmo isso sendo bem raro. Há quem se espante, mas eu aceito que os nossos referenciais de vida são diferentes e que muitos têm contato com elementos que nós não temos e vice-versa. Eu já aceitei isso.
No entanto, quem conhece o Bowiezinho <3, quem teve contato com a arte dele, com certeza o vê sempre por aí, porque o cara trouxe para o mundo uma construção inédita, uma conexão de pontos criativos inusitada, uma celebração de cores e formas incríveis. Ele fez com o que seu trabalho se tornasse base para diversos outros, ele é aquele cara que será citado em trabalhos acadêmicos, que será visto em pinturas, que desfilará pelas passarelas internacionais em roupas inspiradas em seus looks, que será ouvido em vozes mil, afinal, uma lenda é passada para a frente por gerações e gerações, não é mesmo?
Hoje, dia em que Bowie transcendeu mais uma vez, vim trabalhar carregando comigo o livro que compila a maravilhosa exposição dele que visitou o Brasil em 2014 no Museu da Imagem e do Som em São Paulo – e que eu não visitei e me arrependo segundo após segundo.
Sei lá, estou com saudade dele, e simbolicamente esta publicação faz com que eu me sinta menos desamparado no mundo, faz com que eu me sinta menos preso ao meu único corpo, faz com que eu consiga dar vazão ao universo confuso que habita o meu cérebro e que congestiona as minhas sinapses nervosas, faz com que eu queira eternizar a ideia de que construir o diferente é possível, uma das maiores lições que Bowie me deixou. Talvez assim, materializando a nossa imaginação criativa, possamos reinventar tudo, possamos nos reinventar, possamos ser heróis, nem que seja apenas por um dia.
Bowie, por despertar em mim – e tenho certeza de que em muitos outros – o meu melhor, por me ajudar a organizar o meu universo particular, por mostrar ao mundo um outro mundo, o meu eterno obrigado. E, corra, porque com certeza você deve estar atrasado para o seu show de estreia aí na outra dimensão. <3
Data de Lançamento: 23 de janeiro
Kasa Branza, dirigido e roteirizado por Luciano Vidigal, conta a história de Dé (Big Jaum), Adrianim (Diego Francisco) e Martins (Ramon Francisco), três adolescentes negros que vivem na periferia da Chatuba, em Mesquista, no Rio de Janeiro. O filme apresenta a relação de cuidado e amor entre Dé e sua avó Dona Almerinda. Sem nenhuma estrutura familiar, o rapaz é o único encarregado de cuidar da idosa, que vive com Alzheimer, e da subsistência dos dois. Vivendo sob o peso dos aluguéis atrasados e do preço dos medicamentos da avó, um dia, Dé recebe a triste notícia de que Dona Almerinda está em fase terminal da doença. O jovem, então, decide aproveitar os últimos dias da vida dela junto com os seus outros dois melhores amigos.
Data de lançamento: 23 de janeiro.
Data de Lançamento: 23 de janeiro
Em Paddington – Uma Aventura na Floresta, o adorável urso Paddington retorna ao Peru para visitar sua querida Tia Lucy, acompanhado pela família Brown. A viagem, que promete ser uma reunião afetuosa, logo se transforma em uma jornada cheia de surpresas e mistérios a serem resolvidos. Enquanto explora a floresta amazônica, Paddington e seus amigos encontram uma variedade de desafios inesperados e se deparam com a deslumbrante biodiversidade do local. Além de garantir muita diversão para o público, o filme aborda temas de amizade e coragem, proporcionando uma experiência emocionante para toda a família. Bruno Gagliasso, mais uma vez, empresta sua voz ao personagem na versão brasileira, adicionando um toque especial ao carismático urso. Com estreia marcada para 16 de janeiro, o longa promete encantar as crianças nas férias e já conquistou o público com um trailer inédito que antecipa as aventuras que aguardam Paddington e a família Brown no coração da Amazônia.
Data de lançamento: 23 de janeiro.
Data de Lançamento: 23 de janeiro
Uma missão importante é comprometida por um passageiro indesejado num avião a mais de 3000 mil metros de altura. Em Ameaça no Ar, um piloto (Mark Wahlberg) é responsável por transportar uma profissional da Força Aérea que acompanha um depoente até seu julgamento. Ele é uma testemunha chave num caso contra uma família de mafiosos. À medida que atravessam o Alasca, a viagem se torna um pesadelo e a tensão aumenta quando nem todos a bordo são quem dizem ser. Com os planos comprometidos e as coisas fora do controle, o avião fica no ar sem coordenadas, testando os limites dos três passageiros. Será que eles conseguirão sair vivos dessa armadilha?
Data de lançamento: 23 de janeiro.
Data de Lançamento: 23 de janeiro
Em Anora, longa dirigido e escrito por Sean Baker, acompanhamos a jovem Anora (Mikey Madison), uma trabalhadora do sexo da região do Brooklyn, nos Estados Unidos. Em uma noite aparentemente normal de mais um dia de trabalho, a garota descobre que pode ter tirado a sorte grande, uma oportunidade de mudar seu destino: ela acredita ter encontrado o seu verdadeiro amor após se casar impulsivamente com o filho de um oligarca, o herdeiro russo Ivan (Mark Eidelshtein). Não demora muito para que a notícia se espalhe pela Rússia e logo o seu conto de fadas é ameaçado quando os pais de Ivan entram em cena, desaprovando totalmente o casamento. A história que ambos construíram é ameaçada e os dois decidem em comum acordo por findar o casamento. Mas será que para sempre?
Data de lançamento: 23 de janeiro.
Data de Lançamento: 23 de janeiro
O papa está morto e agora é preciso reunir o colégio de cardeais para decidir quem será o novo pontífice. Em Conclave, acompanhamos um dos eventos mais secretos do mundo: a escolha de um novo Papa. Lawrence (Ralph Fiennes), conhecido também como Cardeal Lomeli, é o encarregado de executar essa reunião confidencial após a morte inesperada do amado e atual pontífice. Sem entender o motivo, Lawrence foi escolhido a dedo para conduzir o conclave como última ordem do papa antes de morrer. Assim sendo, os líderes mais poderosos da Igreja Católica vindos do mundo todo se reúnem nos corredores do Vaticano para participar da seleção e deliberar suas opções, cada um com seus próprios interesses. Lawrence, então, acaba no centro de uma conspiração e descobre um segredo do falecido pontífice que pode abalar os próprios alicerces da Igreja. Em jogo, estão não só a fé, mas os próprios alicerces da instituição diante de uma série de reviravoltas que tomam conta dessa assembleia sigilosa.
Data de lançamento: 23 de janeiro.
Data de Lançamento: 23 de janeiro
Em 12.12: O Dia, o assassinato da maior autoridade da Coreia do Sul causa um caos político sem precedentes. O ano é 1979 e, após a morte do presidente Park, a lei marcial é decretada, dando abertura para um golpe de estado liderado pelo Comandante de Segurança da Defesa, Chun Doo-gwang (Hwang Jung-min), e seus oficiais. Ao mesmo tempo, o Comandante da Defesa da Capital, Lee Tae-shin (Jung Woo-sung), acredita que os militares não devem tomar decisões políticas e, por isso, tenta impedir com os planos golpistas. Em um país em crise, diferentes forças com interesses diversos entram em conflito nesse filme baseado no evento real que acometeu a Coreia do Sul no final da década de 70.
Data de lançamento: 23 de janeiro