Drag queens animam as quintas na Cia dos Palhaços

Misturando o formato de cabaré com referências de antigos programas de auditório da televisão brasileira, O Maravilhoso Cabaré das Divinas Divas combina performances de dublagem, dança, música, humor, além de entrevistas e bate-papo com os artistas da noite, sob a condução de duas reconhecidas drag queens curitibanas: Dalvinha Brandão e Juana Profunda.

O evento busca tanto resgatar a história dos artistas da noite curitibana, que hoje contam com poucos locais fixos de apresentações na cidade, como criar espaço para novos artistas e conversar não só sobre arte e cultura, como qualquer assunto que possa surgir, sempre com muito humor e sem nenhuma formalidade.

Já estão marcadas duas edições, nos dias 9 e 16 de fevereiro, cada uma com convidados totalmente diferentes. “Agendamos essas duas noites porque queremos ter uma ideia de como funciona esse formato, mas a ideia é que o Cabaré seja um evento permanente”, conta Dalvinha Brandão. Segundo ela, o evento busca reunir públicos de diferentes faixas etárias. “A gente tem interesse no público jovem, que acho que vai curtir muito, mas também em trazer gente que tá nos seus 40, 50, 60 pra cima, porque acho que tem pouca programação cultural pra esse público na cidade”, explica.

A cada edição, um convidado, não necessariamente da área artística, é o entrevistado da noite. Na primeira, é o arte-ativista, ambientalista e recém-eleito vereador pelo PDT Goura Nataraj e, na segunda, o arte-educador, performer, músico e pesquisador da cultura popular Itaércio Rocha. As entrevistas são uma continuidade do trabalho que a drag queen Juana Profunda já vem realizando no seu canal no Youtube, onde já entrevistou personalidades como Jaloo e Johnny Hooker.

Daí por diante, a noite se aproxima do formato de programas de auditório conhecidos da TV brasileira – como o saudoso Programa da Hebe, ou o programa Mulheres – em que os artistas convidados apresentam seus números e depois se juntam às apresentadoras no sofá, mesclando apresentações e bate-papo.

Segundo Juana Profunda, a escolha do espaço foi fundamental para que esse formato fosse possível. “A Cia dos Palhaços foi o lugar ideal, porque além de ter a infraestrutura que a gente precisava, de palco, iluminação e som, também tem um café, onde servem bebidas e comida, então ali a gente podia ter esse clima informal e divertido que precisava”, ela diz. “Sem contar, é lógico, a disponibilidade do pessoal da companhia, que se mostrou interessado e a fim de apostar na nossa proposta”, completa.