Em meio a tantos gêneros, existe um em especial que sempre me conquista. Sou apaixonada por musicais. Mesmo só com a trilha sonora, as canções têm a capacidade de transcender o som e criar filmes completos em nossa cabeça com apenas alguns acordes (ou com uma orquestra completa, quando falamos em Broadway). Neste mês, provavelmente poderemos assistir a um dos mais esperados dos últimos anos – “Em um bairro de Nova York”, dirigido por Jon M. Chu, baseado no musical de Quiara Alegría Hudes e Lin-Manuel Miranda. Como os cinemas ainda não estão abertos na maioria das cidades, a chance de ver o longa pode chegar para os brasileiros com o lançamento da HBO Max, em 29 de junho.
Para embalar essa coluna, vou primeiro fazer um convite para você, querido leitor, ouvir uma das faixas títulos desse filme da forma que eu costumo ouvir. Dá uma paradinha no seu dia por alguns minutos, abre a letra da música “96,000” e aperta o play. Ao ouvir e acompanhar, comece a imaginar os personagens, o que eles estão vivendo. Essa canção retrata o momento em que os personagens do filme começam a imaginar o que eles fariam se ganhassem 96 mil dólares na loteria.
A música vai crescendo, mudando, elevando, até chegar ao seu ápice. Para quem conhece o autor, Lin-Manuel Miranda, que subiu ao status de grande estrela com o musical Hamilton, percebe que tudo que tem ali é clássico dele. O rap, a forma de conduzir a história, a letra, a música. A capacidade que ele tem de fazer você desenvolver a história na sua cabeça ao contar cada detalhe, por meio de cada verso, é muito especial e único.
“Em um bairro de Nova York” é baseado no musical “In The Heights”, a primeira grande obra de Miranda, que chegou aos palcos da Broadway em 2008. Na época, foi indicado a treze Tony Awards (prêmio mais importante do teatro), e levou quatro, incluindo o de Melhor Musical. Pouco depois teve seus direitos comprados por um grande estúdio para ser adaptado ao cinema. Mas o caminho para chegar às telas não foi tão simples.
O filme retrata os personagens que vivem em Washington Heights, um bairro nova-iorquino onde vivem, em sua maioria, imigrantes latinos. Em uma indústria ainda muito fechada para a diversidade, buscava-se por um grande astro latino para estrelar o longa. O projeto foi engavetado, e Miranda se encontrou em um novo projeto ao idealizar o seu próximo musical, Hamilton.
Vamos parar para falar um pouquinho desse musical, mesmo que Hamilton mereça uma coluna única só para ele. Eu conheci por acaso. Um vídeo da apresentação do elenco original no Tony Awards praticamente me perseguiu nos vídeos recomendados do YouTube. Resolvi assistir, e vi de relance um ator que eu gosto muito, Leslie Odom Jr. Quando vi que ele estava no elenco, me interessei – mas como ver a Broadway de tão longe? Hamilton é um musical cantado do início ao fim, então eu abri a trilha sonora original no Spotify e fui acompanhando – enquanto ouvia, fui imaginando como seria assistir ao que eu estava ouvindo. Foi uma experiência simplesmente sensacional.
Não é à toa que o musical é chamado de obra-prima. Por sorte, todos podem assistir no Disney+, com legendas em português (para quem consegue acompanhar, recomendo legendas no idioma original – perde-se uma parte da riqueza e brincadeiras com as palavras na tradução. É uma ótima forma de treinar o idioma, inclusive!).
Miranda é o responsável pelas músicas de um outro filme da Disney – Moana! As canções foram escritas por ele ao lado de Opetaia Foa’i e Mark Mancina. Quem está familiarizado com o trabalho do autor percebe facilmente a identidade dele em “You’re Welcome”, cantada no longa por Dwayne Johnson, The Rock, e por Jordan Fisher e o próprio Lin-Manuel na trilha sonora.
“In The Heights”, o musical, gravado pelo elenco original da Broadway, também está disponível no Spotify. Nele, Miranda interpreta Usnavi, o personagem principal, que nas telonas foi para Anthony Ramos, que fez parte do elenco original de Hamilton. Para se preparar para assistir, vale acompanhar a trilha por completo, imaginando os personagens que ganham vida por meio das canções. Trata-se de uma história clássica sobre pessoas e seus sonhos, e tocam qualquer um por serem simples, recorrentes e reais.
Assim como mencionei ali em cima, o filme foi engavetado em 2011. No entanto, com o sucesso de Hamilton, os direitos do filme voltaram a valorizar. Mesmo assim, foi necessário algum tempo para conseguir sair do papel. Primeiro, o projeto caiu nas mãos de Harvey Weinstein, famoso produtor que perdeu os direitos ao longa depois das inúmeras acusações de assédio. Por fim, o filme acabou na Warner Bros., e tudo indica que foi a melhor casa para uma história tão rica. A direção ficou por conta de Jon M. Chu, de Crazy Rich Asians (“Podres de Ricos” no Brasil), conhecido como o primeiro filme de um grande estúdio de Hollywood a trazer um elenco predominantemente asiático desde o início dos anos 90. Chu recebeu a liberdade necessária para ir atrás de atores que não fossem apenas nomes considerados grandes na indústria, e assim trabalhar com a diversidade e representatividade necessária em um projeto como esse.
Não sei vocês, mas eu estou ansiosíssima para assistir ao longa. As resenhas já publicadas estão incríveis – o filme está no momento com 99% de aprovação no Rotten Tomatoes, baseado em 80 resenhas. Fica a dica para se apaixonar pelas músicas enquanto aguarda a disponibilidade do longa no Brasil, e ainda aproveitar para treinar o inglês com o rap de Miranda. Garanto para vocês, faz bem para a cabeça e para a alma.
Estrelam o filme o ator Anthony Ramos (“Nasce Uma Estrela”, “Hamilton”, da Broadway), Corey Hawkins (“Straight Outta Compton – A História do N.W.A.”, “Infiltrado na Klan”), a cantora e compositora Leslie Grace, Melissa Barerra (“Vida”), Olga Merediz (“In the Heights”, elenco original da Broadway), Daphne Rubin-Vega (“Rent”, da Broadway), Gregory Diaz IV (“Matilda the Musical”, da Broadway), Stephanie Beatriz (“Brooklyn Nine-Nine”), Dascha Polanco (a Daya, de “Orange is the New Black”) e Jimmy Smits (dos filmes “Star Wars”).
Assista ao trailer:
Data de Lançamento: 21 de novembro
Retrato de um Certo Oriente, dirigido por Marcelo Gomes e inspirado no romance de Milton Hatoum, vencedor do Prêmio Jabuti, explora a saga de imigrantes libaneses no Brasil e os desafios enfrentados na floresta amazônica. A história começa no Líbano de 1949, onde os irmãos católicos Emilie (Wafa’a Celine Halawi) e Emir (Zakaria Kaakour) decidem deixar sua terra natal, ameaçada pela guerra, em busca de uma vida melhor. Durante a travessia, Emilie conhece e se apaixona por Omar (Charbel Kamel), um comerciante muçulmano. Contudo, Emir, tomado por ciúmes e influenciado pelas diferenças religiosas, tenta separá-los, o que culmina em uma briga com Omar. Emir é gravemente ferido durante o conflito, e Emilie é forçada a interromper a jornada, buscando ajuda em uma aldeia indígena para salvar seu irmão. Após a recuperação de Emir, eles continuam rumo a Manaus, onde Emilie toma uma decisão que traz consequências trágicas e duradouras. O filme aborda temas como memória, paixão e preconceito, revelando as complexas relações familiares e culturais dos imigrantes libaneses em um Brasil desconhecido e repleto de desafios.
Data de Lançamento: 21 de novembro
A Favorita do Rei é um drama histórico inspirado na vida de Jeanne Bécu, filha ilegítima de uma costureira humilde, que alcança o auge da corte francesa como amante oficial do rei Luís XV. Jeanne Vaubernier (interpretada por Maïwenn) é uma jovem ambiciosa que, determinada a ascender socialmente, utiliza seu charme para escapar da pobreza. Seu amante, o conde Du Barry (Melvil Poupaud), enriquece ao lado dela e, ambicionando colocá-la em um lugar de destaque, decide apresentá-la ao rei. Com a ajuda do poderoso duque de Richelieu (Pierre Richard), o encontro é orquestrado, e uma conexão intensa surge entre Jeanne e Luís XV (Johnny Depp). Fascinado por sua presença, o rei redescobre o prazer da vida e não consegue mais se imaginar sem ela, promovendo-a a sua favorita oficial na corte de Versailles. No entanto, esse relacionamento escandaloso atrai a atenção e o desagrado dos nobres, provocando intrigas e desafios que Jeanne terá de enfrentar para manter sua posição privilegiada ao lado do monarca.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Em A Linha da Extinção, do diretor Jorge Nolfi, nas desoladas Montanhas Rochosas pós-apocalípticas, um pai solteiro e duas mulheres corajosas se veem forçados a deixar a segurança de seus lares. Unidos por um objetivo comum, eles embarcam em uma jornada repleta de perigos, enfrentando criaturas monstruosas que habitam esse novo mundo hostil. Com o destino de um menino em suas mãos, eles lutam não apenas pela sobrevivência, mas também por redenção, descobrindo a força da amizade e o poder da esperança em meio ao caos. Essa aventura épica revela o que significa ser família em tempos de desespero.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Baseado no musical homônimo da Broadway, Wicked é o prelúdio da famosa história de Dorothy e do Mágico de Oz, onde conhecemos a história não contada da Bruxa Boa e da Bruxa Má do Oeste. Na trama, Elphaba (Cynthia Erivo) é uma jovem do Reino de Oz, mas incompreendida por causa de sua pele verde incomum e por ainda não ter descoberto seu verdadeiro poder. Sua rotina é tranquila e pouco interessante, mas ao iniciar seus estudos na Universidade de Shiz, seu destino encontra Glinda (Ariana Grande), uma jovem popular e ambiciosa, nascida em berço de ouro, que só quer garantir seus privilégios e ainda não conhece sua verdadeira alma. As duas iniciam uma inesperada amizade; no entanto, suas diferenças, como o desejo de Glinda pela popularidade e poder, e a determinação de Elphaba em permanecer fiel a si mesma, entram no caminho, o que pode perpetuar no futuro de cada uma e em como as pessoas de Oz as enxergam.
Data de Lançamento: 20 de novembro
No suspense Herege, Paxton (Chloe East) e Barnes (Sophie Thatcher) são duas jovens missionárias que dedicam seus dias a tentar atrair novos fiéis. No entanto, a tarefa se mostra difícil, pois o desinteresse da comunidade é evidente. Em uma de suas visitas, elas encontram o Sr. Reed (Hugh Grant), um homem aparentemente receptivo e até mesmo inclinado a converter-se. Contudo, a acolhida amistosa logo se revela um engano, transformando a missão das jovens em uma perigosa armadilha. Presas em uma casa isolada, Paxton e Barnes veem-se forçadas a recorrer à fé e à coragem para escapar de um intenso jogo de gato e rato. Em meio a essa luta desesperada, percebem que sua missão vai muito além de recrutar novos seguidores; agora, trata-se de uma batalha pela própria sobrevivência, na qual cada escolha e cada ato de coragem serão cruciais para escapar do perigo que as cerca.