Todos os dias, um dos grandes nomes do teatro curitibano se apresenta pontualmente para um relógio parado. Às 7h50 da manhã, Mauro Zannata inicia suas conversas com quem quiser prosear no banco da Praça Santos Dumont. E também com quem assiste a transmissão no seu Instagram, participando do movimento que ele chama de Dez Pras Oito. O horário reflete o relógio, inativo, do prédio da Secretaria de Cultura do Estado do Paraná, de frente para o espaço.
A escolha da localização não é por acaso: o professor, ator e diretor deseja promover mais diálogo entre público, classe artística e governo. Assim nasceu Dez Pras Oito, como ele chamou esse movimento. “Não é um projeto”, deixa claro, preferindo chamar de movimento, destacando a ação pelo movimentar da arte. Observando o relógio travado no prédio, dedicado a discutir políticas públicas, Zanatta quer colocar movimento na rua.
Todos os dias, incluindo domingo e dias de chuva, o ator marca presença e é bem acompanhado. Representantes das mais diferentes linguagens já passaram pelo Dez Pras Oito, de artistas circenses a músicos e atores, do poeta Daniel Farias ao presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Paraná (SATED/PR). Quem passa pela praça também é convidado a sentar e discutir arte e cultura no Paraná. O importante, aqui, é conversar. “Nós não existimos como peça única. É sempre eu e mais alguém. Sem a existência do outro não existe reconhecimento da existência. Você se reconhece pelo reflexo que o outro te dá”, explica Zanatta. “Sair de dentro de você e ir em direção ao outro”.
Sentar na praça, ocupar um espaço público, no sentido mais plural de “público” possível dentro do contexto da cidade, é uma forma de expandir o diálogo. A conversa precisa existir entre artista e governo para intensificar políticas públicas, mas também para se abrir para o consumidor da cultura. “A arte passa pelo artista, mas o produto final é o povo”, decreta Zanatta.
O movimento tem ajudado Mauro a reencontrar pessoas e conhecer novos artistas e apreciadores de arte. Chegando na metade da proposta de marcar presença durante trinta dias, vem sendo acompanhado por diversos nomes da arte. O músico Asaph Eleutério, por exemplo, passou a se apresentar com regularidade na praça, fazendo trilha sonora das conversas. “Tenho reestabelecido contato com gente que eu não via há muitos anos”, comenta Zanatta.
Uma dessas presenças é Stella Mariss, atriz com quem Mauro Zanatta dividirá o palco na próxima peça, que estreia dia 13 de julho. “Cidades Mortas” já evoca no nome uma provocação do artista em relação à vida em sociedade e como a cidade tem se desenvolvido. Vários temas que estão sendo discutidos nas conversas de Dez Pras Oito aparecem no espetáculo, como a ocupação de áreas verdes pelo concreto da metrópole e a corrupção.
“A sociedade foi construída na base do cultivo, da cultura”, reflete o artista. “A arte é o espaço onde você começa a enxergar e repensar o mundo, a repensar a cidade”. O texto de Zanatta tem outras inspirações além da praça pública, como a carta de Pero Vaz de Caminha. Entram aí também “Um Homem Honesto”, texto de Monteiro Lobato, e “Sermão do Bom Ladrão”, do Padre Antônio Vieira.
No espetáculo, um homem encontra uma mala cheia de dinheiro, que pode mudar sua vida. O humor irônico questiona as formas como a sociedade enxerga o debate honestidade x corrupção. Essa discussão acaba se desenrolando no questionamento do que são de fato cidades, de como se desenvolvem e o que viver em sociedade significa.
As apresentações acontecem no Espaço Excêntrico Mauro Zanatta. O artista fundou sua primeira escola há mais de 20 anos, hoje exercendo no espaço diversos cursos de atuação e apresentações de espetáculos.
Quando: de 13 de julho a 28 de julho
Horário: de quinta a sábado, às 20h, e domingos, às 19h
Onde: Espaço Excêntrico Mauro Zanatta (R. Lamenha Lins, 1439)
Quanto: R$ 20 (meia) e R$ 40 (inteira)
Ingressos: no site Sympla
Até 28 de julho, Mauro Zanatta estará na Praça Santos Dumont às 7h50 conversando com quem aparecer no local
Data de Lançamento: 03 de outubro
Em Monster Summer, dirigido por David Henrie, é uma aventura de terror e mistério que vai trazer a narrativa de uma Noah (Mason Thames) e seus amigos que, após uma força misteriosa começa a atrapalhar a diversão de virão do grupo, eles se unem a um detetive policial aposentado, o Gene (Mel Gibson), para que juntos possam embarcar em uma emocionante aventura com a intenção de salvar sua ilha, que até então era calma e pacífica.
Data de Lançamento: 03 de outubro
Em Coringa 2, acompanhamos a sequência do longa sobre Arthur Fleck (Joaquin Phoenix), que trabalhava como palhaço para uma agência de talentos e precisou lidar desde sempre com seus problemas mentais. Vindo de uma origem familiar complicada, sua personalidade nada convencional o fez ser demitido do emprego, e, numa reação a essa e tantas outras infelicidades em sua vida, ele assumiu uma postura violenta – e se tornou o Coringa. A continuação se passa depois dos acontecimentos do filme de 2019, após ser iniciado um movimento popular contra a elite de Gotham City, revolução esta, que teve o Coringa como seu maior representante.