De elefanta a incêndio: curiosidades dos 140 anos do Teatro Guaíra

Elefanta Mila na ópera "Aída" no Teatro Guaíra. Foto: Arquivo CCTG.
Foto: Arquivo CCTG

Comemorando 140 anos, o Centro Cultural Teatro Guaíra tem muitas histórias. Desde a primeira construção, que virou prisão em dado momento de sua trajetória, até o novo espaço, que recebeu animais exóticos, são várias curiosidades relacionadas ao Teatro Guaíra.

Prisão

Theatro Guayrá. Foto: Arquivo CCTG.

Theatro Guayrá. Foto: Arquivo CCTG.

Dez anos depois de inaugurar, o Theatro São Theodoro (que ia se tornar o Guaíra) virou uma prisão. A Revolução Federalista chegou do Rio Grande do Sul até o Paraná e tomou conta do prédio, que foi usado para prender rebeldes pelas forças legalistas durante um ano. Depois disso, passou anos fechado. Só foi reinaugurado, como Theatro Guayrá, em 1900.

Rio Belém

Guairinha. Foto: Arquivo CCTG.

Guairinha. Foto: Arquivo CCTG.

O Guairinha fica em cima de um trecho canalizado do Rio Belém. O rio teve sua canalização feita na década de 1940, e o auditório foi inaugurado em 1954. Dizem até que o fluxo das águas ajuda na acústica do espaço.

Quase na Rui Barbosa

Maquetes do Teatro Guaíra Foto Arquivo CCTG

Maquetes do Teatro Guaíra. Foto: Arquivo CCTG.

Quando surgiu a ideia de reconstruir o Teatro Guaíra, nos anos 1950, o Centro Cultural tinha um projeto muito diferente. Com um estilo mais clássico, art decó, seria posicionado na Praça Rui Barbosa. Mas o governador Bento Munhoz da Rocha Neto, ao assumir o governo, resolveu mudar tudo, trazendo um projeto mais modernista (de Rubens Meisner) e o endereço atual, em frente à Praça Santos Andrade. 

Presidente no Teatro

Presidente Café Filho Foto Presidência da República

Presidente Café Filho. Foto: Presidência da República.

Quando o Guairinha (Auditório Salvador de Ferrante) foi inaugurado, teve uma presença ilustre. No dia 19 de dezembro de 1954, o Presidente do Brasil à época, Café Filho, esteve presente. 

Incêndio

Obras do Teatro Guaíra Foto Arquivo CCTG

Obras do Teatro Guaíra. Foto: Arquivo CCTG.

Depois da inauguração do Guairinha, o palco do Guaíra seria o próximo. Mas um incêndio adiou a abertura do Auditório Bento Munhoz da Rocha Netto. Em 1970, o espaço é tomado pelas chamas e leva quatro anos para ser totalmente reformado, sendo finalizado em 1974.

Elefanta

Elefanta Mila na ópera "Aída" no Teatro Guaíra. Foto: Arquivo CCTG.

Elefanta Mila na ópera “Aída” no Teatro Guaíra. Foto: Arquivo CCTG.

Entre importantes nomes da música e do teatro, o Guaíra recebeu uma enorme presença: uma elefanta. O animal fazia parte da ópera “Aída”, junto com um dromedário e um cavalo. Mila, a elefanta, ficava no estacionamento do Círculo Militar. Reza a lenda que Mila sentou em um Fiat 147, que se amassou todo. Poty Lazarrotto gostou tanto da história que a eternizou em um painel no Guaíra: a cortina corta-fogo do Guairinha tem várias ilustrações do acontecimento, entre elas uma releitura da elefanta esmagando um carro.

Chico Buarque

O Grande Circo Místico em 1983 Foto Arquivo CCTG

“O Grande Circo Místico” em 1983. Foto: Arquivo CCTG.

Um espetáculo original foi encomendado pelo Centro Cultural para um dos maiores nomes da música brasileira. Chico Buarque compôs músicas originais com Edu Lobo para “O Grande Circo Místico”, de 1983. O espetáculo estrelado pelo Balé Teatro Guaíra foi um grande sucesso e apresentado pelo Brasil. A versão em disco contou com interpretações de nomes como Zizi Possi, Gal Costa e Milton Nascimento.

Por Brunow Camman
28/09/2024 09h31

Artigos Relacionados

De Shakira a Elis Regina: o palco eclético do Guaíra

140 anos do Teatro Guaíra: uma história com números grandiosos