Curitibanos levam arte e esperança para refugiados sírios no Líbano

No ano de 2011, teve início um dos relatos mais tristes da história da humanidade: a Guerra na Síria. Em 6 anos, os conflitos tiraram a vida de mais de 400 mil pessoas, além de tirar de casa mais de 11 milhões de pessoas e gerar o número alarmante de 5 milhões de refugiados. Mas ao mesmo tempo que assustam, esses dados da tragédia geraram uma onda de solidariedade em todo o mundo, inclusive no Brasil.

No último final de semana, a dupla brasileira de grafiteiros Cosmic Boys, formada pelos jovens artistas Rimon Guimarães e Zéh Palito, desembarcou no Líbano, país que faz fronteira com a Síria e que recebeu quase 2 milhões de refugiados, para levar arte e esperança aos refugiados com o projeto Cosmic Future. A ação faz parte do CONEXUS, projeto coletivo de arte contemporânea nômade, com curadoria da gaúcha Sheila Zago, que viaja pelo mundo promovendo artistas e desenvolvendo programas educacionais com parceiros locais. Desde o último domingo (09), os artistas, naturais de Curitiba (PR), estão pintando escolas e alojamentos, e estão desenvolvendo oficinas de arte para crianças e adolescentes em campos de refugiados na província de Beqaa.

Além dos artistas curitibanos, integram o projeto a documentarista francesa Agathe Champsaur e a artista síria Anas Albraehe. “Em um momento de forte fluxo de imigração devido a conflitos internacionais, as pessoas procuram oportunidades para sobreviver, lugares para viver – esperar ou começar uma nova vida. Muitos acabam vivendo em condições não ideais entre campos de refugiados e assentamentos, onde a educação não é facilmente acessada e as crianças e adolescentes muitas vezes deixam de estudar. Nesse contexto, o Projeto CONEXUS está desenvolvendo programas educativos para atender jovens, tendo a arte como conector central dos projetos”, explica Sheila Zago.

Além disso, a curadora do projeto explica que as aulas de arte são ferramentas terapêuticas, que também tornam esses espaços temporários mais coloridos, divertidos e leves. “Acreditamos que a arte pode trazer algum alívio, perspectiva e habilidades para tornar a espera dessas pessoas menos dolorosa, bem como dar para eles uma voz para expressar o que estão experimentando. Queremos nos envolver com crianças e adolescentes refugiados que vivem nesses espaços, tentando transformar suas expectativas de baixa vida em esperança de um futuro brilhante”, completa. Nos próximos dias, o grupo pretende entrar em território sírio, deixando um rastro de solidariedade, cores e alegria pelo país.

Por Curitiba Cult
12/04/2017 13h22