É difícil pensar como seriam os filmes de super-heróis hoje se Bryan Singer não tivesse assumido a saga dos mutantes antes da virada do milênio. Anteriormente, poucos quadrinhos tinham sido adaptados para o cinema – os maiores destaques foram o Batman, de Tim Burton; e o Superman, de Richard Donner, mas nada parecido com X-Men.
Singer ressuscitou os filhos do átomo, quando, com um orçamento de US$ 75 milhões, arrecadou $54.471.475 nos Estados Unidos em sua semana de abertura. A segregação entre o homo sapiens e o homo superior (mutantes), que ganhou destaque quando Chris Claremont assumiu o roteiro dos quadrinhos nos anos 80, gera a dramaticidade da trilogia original: X-Men, X2 e X-Men 3: O Confronto Final. O terceiro, que infelizmente não foi dirigido por Singer, recebeu os cuidados de Brett Ratner e é considerado o pior da saga, tanto pela condução trágica de alguns personagens, quanto pela adaptação pífia de uma das mais grandiosas histórias dos mutantes: A Saga da Fênix Negra.
Impossibilitados de dar sequência ao erro de Ratner, Matthew Vaughn foi convidado para mostrar quem era Charles Xavier (Professor X) e Erik Lehnsherr (Magneto) na década de 60, em X-Men: Primeira Classe. O filme fez tanto sucesso que deu origem a uma nova saga dos mutantes, que em 2014 trouxe Bryan Singer de volta à direção – novamente com uma história de Claremont: Dias de Um Futuro Esquecido.
E foi aí que paramos. Singer teve a chance de recomeçar todas as histórias que já foram utilizadas e corrigir a confusa cronologia cinematográfica dos filhos do átomo. Não que ele tenha extraído, talvez por respeito a Ratner, o melhor dessa oportunidade, mas Apocalipse vem para acabar com o estigma de que o terceiro filme da franquia X-Men – seja ela a original ou a nova – tende ao fracasso.
Em minha crítica de Batman vs Superman, argumentei que Zack Snyder teve que tomar uma decisão ao assumir a direção do longa: agradar a crítica cinematográfica ou os fãs de quadrinhos. Ficou clara a decisão do diretor em privilegiar referências que apenas leitores das HQs entenderiam, e por esse motivo o longa foi alvo de severas críticas. O mesmo acontece com X-Men: Apocalipse: sem pestanejar, Bryan Singer dedica as duas horas e meia da narrativa para satisfazer seu público alvo: os amantes das históricas clássicas dos X-Men.
Logo no início, conhecemos nosso protagonista: Apocalipse. Considerado o primeiro mutante da história da humanidade, sua existência primitiva põe em xeque a premissa de que o gene mutante só se desenvolveu no século XIX, e ainda na primeira sequência do longa descobrimos as razões pelas quais o mutante original se mantém imortal. Sequência com alto grau de violência – maior até que o da batalha final.
De milhares de anos atrás para a década de 80, a abertura do filme traz uma linha do tempo que cumpre a função de deslocar sua narrativa pelos acontecimentos históricos que nossa humanidade enfrentou – que terão importância significativa na motivação de Apocalipse em se tornar um vilão. Motivação que parece convergir com a de Magneto, que também foi muito bem aprofundada por Singer e que justifica ações futuras do personagem (presentes na trilogia original da franquia) – em certos momentos é possível até mesmo se afeiçoar ao vilão.
A aparição de Wolverine, que não é surpresa para ninguém, visto que suas garras têm destaque no último trailer do longa, é um dos pontos altos do roteiro. Retratado ainda como um animal, temos contato com o personagem pós-implantação de sua armadura de adamantium, trazendo às telas uma das mais importantes histórias do mutante: a Arma X. Inclusive, A Saga da Fênix Negra começa a ser redimida, mas dizer mais do que isso seria spoiler.
Jennifer Lawrence, que ainda não apresentou um desempenho tão bom quanto sua antecessora (Rebecca Romijn), recebe uma importância que Mística nunca teve nos quadrinhos. Vista aqui como uma heroína por seus atos em Dias de Um Futuro Esquecido, a própria personagem não aceita o título e tão pouco convence o público.
Os efeitos especiais são executados com responsabilidade, mas, infelizmente, a insistência dos estúdios em apresentarem seus filmes em 3D causa uma distração desnecessária no que poderia ser melhor apreciado: a fotografia, direção de arte e mise-en-scène. Outra falha do estúdio foi interferir no visual de Apocalipse, deixando a caracterização do personagem mais humana e menos parecida com a dos quadrinhos (confira o visual original aqui).
Data de Lançamento: 21 de novembro
Retrato de um Certo Oriente, dirigido por Marcelo Gomes e inspirado no romance de Milton Hatoum, vencedor do Prêmio Jabuti, explora a saga de imigrantes libaneses no Brasil e os desafios enfrentados na floresta amazônica. A história começa no Líbano de 1949, onde os irmãos católicos Emilie (Wafa’a Celine Halawi) e Emir (Zakaria Kaakour) decidem deixar sua terra natal, ameaçada pela guerra, em busca de uma vida melhor. Durante a travessia, Emilie conhece e se apaixona por Omar (Charbel Kamel), um comerciante muçulmano. Contudo, Emir, tomado por ciúmes e influenciado pelas diferenças religiosas, tenta separá-los, o que culmina em uma briga com Omar. Emir é gravemente ferido durante o conflito, e Emilie é forçada a interromper a jornada, buscando ajuda em uma aldeia indígena para salvar seu irmão. Após a recuperação de Emir, eles continuam rumo a Manaus, onde Emilie toma uma decisão que traz consequências trágicas e duradouras. O filme aborda temas como memória, paixão e preconceito, revelando as complexas relações familiares e culturais dos imigrantes libaneses em um Brasil desconhecido e repleto de desafios.
Data de Lançamento: 21 de novembro
A Favorita do Rei é um drama histórico inspirado na vida de Jeanne Bécu, filha ilegítima de uma costureira humilde, que alcança o auge da corte francesa como amante oficial do rei Luís XV. Jeanne Vaubernier (interpretada por Maïwenn) é uma jovem ambiciosa que, determinada a ascender socialmente, utiliza seu charme para escapar da pobreza. Seu amante, o conde Du Barry (Melvil Poupaud), enriquece ao lado dela e, ambicionando colocá-la em um lugar de destaque, decide apresentá-la ao rei. Com a ajuda do poderoso duque de Richelieu (Pierre Richard), o encontro é orquestrado, e uma conexão intensa surge entre Jeanne e Luís XV (Johnny Depp). Fascinado por sua presença, o rei redescobre o prazer da vida e não consegue mais se imaginar sem ela, promovendo-a a sua favorita oficial na corte de Versailles. No entanto, esse relacionamento escandaloso atrai a atenção e o desagrado dos nobres, provocando intrigas e desafios que Jeanne terá de enfrentar para manter sua posição privilegiada ao lado do monarca.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Em A Linha da Extinção, do diretor Jorge Nolfi, nas desoladas Montanhas Rochosas pós-apocalípticas, um pai solteiro e duas mulheres corajosas se veem forçados a deixar a segurança de seus lares. Unidos por um objetivo comum, eles embarcam em uma jornada repleta de perigos, enfrentando criaturas monstruosas que habitam esse novo mundo hostil. Com o destino de um menino em suas mãos, eles lutam não apenas pela sobrevivência, mas também por redenção, descobrindo a força da amizade e o poder da esperança em meio ao caos. Essa aventura épica revela o que significa ser família em tempos de desespero.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Baseado no musical homônimo da Broadway, Wicked é o prelúdio da famosa história de Dorothy e do Mágico de Oz, onde conhecemos a história não contada da Bruxa Boa e da Bruxa Má do Oeste. Na trama, Elphaba (Cynthia Erivo) é uma jovem do Reino de Oz, mas incompreendida por causa de sua pele verde incomum e por ainda não ter descoberto seu verdadeiro poder. Sua rotina é tranquila e pouco interessante, mas ao iniciar seus estudos na Universidade de Shiz, seu destino encontra Glinda (Ariana Grande), uma jovem popular e ambiciosa, nascida em berço de ouro, que só quer garantir seus privilégios e ainda não conhece sua verdadeira alma. As duas iniciam uma inesperada amizade; no entanto, suas diferenças, como o desejo de Glinda pela popularidade e poder, e a determinação de Elphaba em permanecer fiel a si mesma, entram no caminho, o que pode perpetuar no futuro de cada uma e em como as pessoas de Oz as enxergam.
Data de Lançamento: 20 de novembro
No suspense Herege, Paxton (Chloe East) e Barnes (Sophie Thatcher) são duas jovens missionárias que dedicam seus dias a tentar atrair novos fiéis. No entanto, a tarefa se mostra difícil, pois o desinteresse da comunidade é evidente. Em uma de suas visitas, elas encontram o Sr. Reed (Hugh Grant), um homem aparentemente receptivo e até mesmo inclinado a converter-se. Contudo, a acolhida amistosa logo se revela um engano, transformando a missão das jovens em uma perigosa armadilha. Presas em uma casa isolada, Paxton e Barnes veem-se forçadas a recorrer à fé e à coragem para escapar de um intenso jogo de gato e rato. Em meio a essa luta desesperada, percebem que sua missão vai muito além de recrutar novos seguidores; agora, trata-se de uma batalha pela própria sobrevivência, na qual cada escolha e cada ato de coragem serão cruciais para escapar do perigo que as cerca.