Crítica – Os Boxtrolls

Os-Boxtrolls

Conhecido por produções como “Paranorman” e “Coraline”, o estúdio Laika lança nesta quinta (2) o filme Os Boxtrolls. Famoso por produzir filmes inteiros apenas com bonecos de massa, movimentos manuais, ar mais sombrio e normalmente contendo alguma discussão social de fundo, visa agora algo mais comercial. Só que não negam as origens.

Os boxtrolls são monstrinhos que vivem dentro de caixa e moram no subsolo da cidade, junto deles um menino foi criado seguindo os mesmos costumes até um dia em que tudo muda. Uma onda de extinção comandada pelo exterminador mais temido a mando do homem de maior influência na cidade assola os boxtrolls. E certo dia o garoto acaba indo até a superfície para salvar seus amigos. A produção é baseada no livro “Here Be Monsters” de Alan Snow.

Toda sequência da obra tem algum ponto que faz pensar na nossa vida real. Como o garoto sendo criado pelos boxtrolls e considerando-os como família, a disputa social para se tornar uma pessoa de elite (vivida entre o exterminador Surrupião e possível prefeito), como questões banais por muitas vezes são exaltadas enquanto problemas sérios são deixados de lado (o queijo como forma metafórica de todos os gastos desnecessários) e até mesmo até que ponto tais boxtrolls não representam algo além como classes inferiores. A vontade das pessoas de poder de extingui-los e até mesmo na divertida cena onde o garoto tenta se comportar perante a alta sociedade remetem a isto.

Talvez a grande sacada não só de Os Boxtrolls, mas de muitas animações recentes, é não ser apenas um desenho infantil e sim algo que atraia os adultos com questões mais profundas inseridas ao decorrer do filme. E aqui, como citado, isto acontece com muita facilidade, fazendo o espectador sair dali com a sensação de que o que viu não é bem o que parece ser.

Ponto forte

A utilização de bonecos em massa com certeza é o grande trunfo do filme, diferente dos estúdios famosos que utilizam desenhos digitais. Uma cena mostra claramente como é o trabalho destes artistas na hora de fazer o filme, em um momento de reflexão do personagem e fusão da vira real com a arte.

Ponto fraco

O filme é curto, tem mais ou menos 1h30 de duração. Porém a história é muito mais curta, ou seja, acaba se tornando enrolado e um pouco cansativo acompanhar várias cenas entendidas. Óbvio que não é a ocasião, mas toda a trama e moral poderiam ser passadas facilmente em um curta de 30 minutos.

Nota: 7,0

Os Boxtrolls – trailer

http://www.youtube.com/watch?v=J_N4X6HSBvE

Por Adalberto Juliatto
02/10/2014 03h04