Crítica – O Regresso (The Revenant)

Chega aos cinemas brasileiros nesta quinta (04) o drama O Regresso, protagonizado por Leonardo DiCaprio e dirigido por Alejandro Iñárritu. A trama conta a história baseada em fatos reais do desbravador norte americano Hugh Glass e sua busca por vingança após ser abandonado para morrer pelos seus parceiros de caça.

O filme encabeça a lista de indicações para o Oscar 2016, sendo indicado em 12 categorias: melhor filme, melhor diretor (Alejandro Iñárritu), melhor ator (Leonardo DiCaprio), melhor ator coadjuvante (Tom Hardy), melhor mixagem de som, melhor edição de som, melhor direção de arte, melhor fotografia, melhor figurino, melhor maquiagem, melhor edição e por fim melhores efeitos visuais. Mais do que isso, o longa é favorito em bem dizer todas as categorias e é facilmente o grande filme do ano após ter ganhado diversas premiações até aqui.

Tais informações já são mais do que suficiente para atrair a atenção de qualquer um e não é por menos, O Regresso é uma produção fantástica e que nos faz lembrar e sentir quão magnífico é apreciar uma obra deste nível no cinema (ou em casa). É a típica história de vida que você se envolve e acaba ficando lado a lado do protagonista em sua batalha, torcendo para que tudo termine bem. E tal força vem graças ao trabalho espetacular de Iñárritu e a atuação memorável de DiCaprio.

O mexicano Alejandro Iñárritu está com tudo em Hoollywood, em 2015 levou os principais prêmios da Academia com ‘Birdman’ e agora retorna com a mesma força e pretensões para levar tudo com O Regresso. Os trabalhos são bem diferentes, não se deixe enganar por estarmos falando do mesmo diretor, o que mostra a versatilidade e ambição dele. Enquanto ‘Birdman’ era reflexivo e rodado em planos sequências, O Regresso segue uma linha bem mais dramática e com filmagens baseadas na naturalidade. A quantidade de indicações nas categorias técnicas do Oscar mostra a qualidade do trabalho, o qual não contou com iluminações artificiais e foi filmado inteiramente contando com a luz natural. Os atores ficaram nove meses em filmagens, adaptando ao local gelado para dar mais veracidade ao longa, e conseguiram.

Leonardo DiCaprio enfim vai levar o tão almejado Oscar pra casa, não tem como escapar das mãos dele desta vez. Incorporou Hugh Glass absurdamente bem e deu um show encaminhando o filme sozinho por muito tempo, são poucas as palavras proferidas pelo ator e que não fazem falta quando nos deparamos com a imensidão que a atuação dele proporciona. O espectador sofre, torce e vive tudo que acontece com Glass, como se estivéssemos vendo o próprio explorador em suas caçadas há quase 200 anos. Quem brilha também é Tom Hardy na pele de Fitzgerald, um falastrão que só pensa em dinheiro e acaba se tornando o inimigo de Glass. É forte nas falas e consegue causar raiva imediata no público com suas atitudes. Uma dupla perfeita de atores para encaminhar tal trama, trama de tamanha intensidade que provavelmente despertará diversas emoções naqueles que estiverem assistindo.

Ponto forte

O brilhantismo. Tudo é feito de forma brilhante: a ambientação, o figurino, as lutas, a maravilhosa fotografia, a direção e as atuações, a construção do enredo e claramente a forma como tudo foi se encaixando.

Ponto fraco

É um filme pesado, tanto na duração quanto nos acontecimentos. Ele peca pelo excesso de se enrolar em devidos fatores e acabar perto de três horas de duração cheia de passagens enroladas, algumas passagens que podem chocar o espectador como na morte de animais e brigas violentas.

Nota: 9,0

Trailer – O Regresso (The Revenant)

Por Adalberto Juliatto
05/02/2016 14h51