Crítica: “Moana 2” é continuação da mágica jornada pela ancestralidade

Moana 2. Foto: Divulgação Disney.
Foto: Divulgação Disney

Um caranguejo-eremita sai de sua concha pequena e entra em uma concha maior, ainda grande demais para ele, mas o animalzinho perservera. Essa sequência simples abre “Moana 2“, continuação do sucesso “Moana” de 2016, que chega nesta quinta-feira (28) aos cinemas. São nesses pequenos detalhes que o filme consegue espelhar a jornada emocional da protagonista. Moana agora se inspira cada vez mais a encontrar outros povos no mar, e vai de encontro aos seus antepassados contando com o poder coletivo.

Longe de Maui, Moana ainda pode contar com o espírito de sua avó para manter contato com suas raízes. Sua vila a idolatra, e ela é uma inspiração para a irmã mais nova. A jovem polinésia busca outras tribos, mas descobre que um poderoso e assustador deus, temente do poder das pessoas unidas, faz de tudo para manter as tribos afastadas. Quando os desejos da humana e do deus entram em conflito, só uma nova jornada ao mar pode resolver a situação.

Navegar é preciso

Moana busca ajuda de outras pessoas da tribo para encontrar Maui e confirmar a existência de mais nações. As sequências misturam muita ação e comédia, desde jogos de palavras até cenas exageradas, agradando os mais diferentes humores. As músicas também são boas, talvez sem a força do primeiro filme, mas ainda assim empolgam. Os cocos animados Kakamora roubam diversas cenas, são divertidos sem dizer nenhuma palavra.

Matangi é uma das melhores surpresas. A personagem é apresentada de maneira dúbia e apresenta uma das melhores canções. Parte lenda, parte personagem complexa e interessante, a misteriosa Matangi poderia ter mais tempo de tela. Ela impulsiona a protagonista de forma adulta, mostrando um avanço emocional de Moana.

Modernidade

A dublagem é muito boa, mas aposta em traduções que exageram nas gírias. “O pai tá on” parece descabido num filme que se propõe a relacionar uma temporalidade mais natural, ainda mais falando sobre ancestralidade. Maui por vezes faz piadas sobre o futuro, uma tentativa de ser um Gênio do “Aladdin” (1992). Mas o personagem já diverte por si só, não precisava se escorar em piadas com expressões que daqui poucos meses podem nem ser lembradas mais.

Ancestralidade

Os momentos mais marcantes do filme são quando ele não tenta ser uma fórmula pronta ao estilo de outras continuações da Disney. Por vezes, tenta repetir a estrutura do primeiro “Moana”, mas ao explorar mais o conceito de coletividade e da força que o grupo tem, o longa-metragem também ganha força. O respeito à ancestralidade tanto de Moana para sua tribo quanto do estúdio na elaboração do universo tornam “Moana 2” especial.

Por Brunow Camman
27/11/2024 09h00

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