Crítica – Maze Runner: Prova de Fogo (Maze Runner: The Scorch Trials)

Os amantes da saga de livros ou do primeiro filme dos corredores de labirinto lançado em 2014 podem comemorar a chegada da continuação intitulada Maze Runner: Prova de Fogo aos cinemas nesta quinta (17). O longa mostra os jovens logo após a saída do labirinto. Precisando enfrentar novos desafios para sobreviver um apocalipse de causas ainda desconhecidas. A direção continua nas mãos de Wes Ball e o elenco segue encabeçado por Dylan O’Brien.

Maze Runner é uma das séries que pegou onda nas tramas envolvendo jovens revolucionários em meio de um futuro pós-apocalíptico, forma um top 3 ao lado de ‘Jogos Vorazes’ e ‘Divergente’ e companhia a diversas que tentaram. Mas a grande verdade é que essa saga dos corredores nunca contou com um enredo forte para as telonas e muito menos para uma trilogia cinematográfica, tudo poderia ser bem contado em apenas um filme e é aqui nessa continuação que tal lógica fica mais clara.

Wes Ball não dirigiu nenhum outro filme na carreira e a falta de experiência é visível em todo instante. O maior erro dele é com as duas horas e dez minutos de duração, algo fatal que não poderia acontecer num filme de pouca história. Produções que conseguem se manter já mostram cansaço ao passar dos 120 minutos, imagine o sacrifício que é aturar sequências vazias e falta de ação por esse tempo. Aí é outra falha de Wes: não saber criar ação em um longa que depende disso, na verdade falta qualquer tipo de gênero cinematográfico aqui, existem pouquíssimas cenas empolgantes e duram míseros minutos.

Culpa também do roteirista inexperiente T. S. Nowlin, que preferiu apelar a um drama que acaba por não existir ao invés de investir em momentos de boa ação e aventura. A falta de esclarecimento é gigante, cena entra e sai sem mostrar a real intenção de tudo. Se no primeiro filme faltou corrida em labirinto aqui falta a tal prova de fogo do subtítulo. Aqui nada remete a uma ameaça verdadeira aos jovens e quando surge acaba descartada com facilidade. O roteiro ainda peca quando altera diversos fatores em comparação com o livro, mudanças bruscas foram realizadas e só aumentaram a confusão/desnecessidade que o filme se tornou.

Os atores não chegam a comprometer, porém é esperado que se destaquem de forma que consigam levar as cenas nas costas em qualquer problema. Dylan O’ Brien não chega nem perto de mostrar responsabilidade, se firmando no carisma, passando longe de uma autoridade necessária em cena e acaba se apagando quando é preciso devoção. O grupo de jovens é tão apagado quanto Dylan e poderiam até ser deixados de lado que não fariam falta. Os vilões não convencem também, assim como toda a tal ameaça apocalíptica.

Ponto forte

Maze Runner: Prova de Fogo é fraco em todos os sentidos. Consegue ter brilhantismo isolado em alguns pontos como na ambientação do deserto que é bem retratada. O melhor funcionamento está nas aparições dos Cranks, excelentes e criando um ótimo ambiente de suspense/ação. Uma pena que sejam rápidas e se percam em meio da imensidão do longa.

Ponto fraco

É muito cansativo e flerta com o chato em diversas situações. O filme começa e termina sem apresentar nada de realmente importante. Tudo que é comentado já foi afirmado anteriormente e toda a possibilidade de inovação é pífia. A falta de ação causa estranheza, assim como a falta de um roteiro decente que joga todo o peso para o capitulo final.

Nota: 3,0

Trailer – Maze Runner: Prova de Fogo

Por Adalberto Juliatto
17/09/2015 04h57