Crítica – Loucas pra Casar

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O cinema nacional ganha mais um representante nesta quinta-feira (8) com a chegada de Loucas pra Casar às telonas. Pra variar se trata novamente de uma comédia, gênero absoluto nos filmes brasileiros e que deve reinar por muito tempo ainda. Aqui a fórmula é a mesma de sempre, ou seja, deve agradar o público e ganhar um bom dinheiro garantindo assim uma sequência nos próximos anos.

A história aqui é focada na Malu (Ingrid Guimarães), que vive um relacionamento com Samuel (Márcio Garcia) e um dia descobre que ele tem casos com outras mulheres (Tatá Werneck e Suzana Pires). Pra complicar ainda mais, todas estão desesperadas para ir logo ao altar e se casar.

Na direção um nome bem conhecido nas comédias: Roberto Santucci. Pra quem não conhece, Santucci dirigiu “Até que a Sorte nos Separe” 1 e 2, “De Pernas pro Ar” 1 e 2 e o mais recente “O Candidato Honesto”. No comando um cara que sabe o caminho pra faturar e conquistar espectadores. Em Loucas pra Casar é possível notar encaminhamentos ao estilo destas outras produções, porém pela primeira vez ele capricha de verdade na hora de finalizar o produto.

As atuações seguem a linha de modelo já estabelecida no cenário nacional de forçar no humor custe o que custar. Quase sempre recorrendo ao “bom e velho” vocabulário de palavrões e conotações sexuais. Ingrid Guimarães lembra muito sua personagem em “De Pernas pro Ar” e pode até se dizer que na hora de atuar foi usada a mesma base. Ainda assim, Ingrid consegue se sobressair e mostrar tranqüilidade para protagonizar a produção.

De restante, tudo muito abaixo do esperado. Tatá Werneck não é aquela comediante espalhafatosa que conhecemos, e sim uma personagem toda certinha. Suzana Pires e Márcio Garcia simplesmente poderiam ser trocados por outros atores que não faria nenhuma diferença, os dois são completamente nulos e não entregam nada de interessante.

Se existe um problema no elenco, o filme se salva com o enredo. Toda história é bem amarrada entre explicações e cenas de humor. Quando juntas, o trio de atrizes principais rende bem. Mas nada supera o que é guardado para o final, com uma boa sequência que deve surpreender a muitos e mostrar que ainda existe espaço para inovar num formato tão ligado ao clichê.

Ponto fraco

A necessidade de seguir um protocolo para fazer comédia. Como se não bastasse os cinemas nacionais receberem vários exemplos do gênero anualmente, ainda é preciso repetir o mesmo modelo. O excesso de situações forçadas, apelações na linguagem e desleixo nas atuações.

Ponto forte

O desfecho. Não que seja algo genial, mas Loucas pra Casar entrega um final surpreendente. Diferente do rotineiro, faz pensar e refletir sobre o amor. Entender a lógica por trás da loucura de casar colocada no título. Se durante o filme existe uma sobra de situações repetitivas, o final, pelo menos, é bem inovador.

Nota: 5,5

Trailer – Loucas pra Casar

https://www.youtube.com/watch?v=zLE0xOr6urU

Por Adalberto Juliatto
08/01/2015 14h56