Crítica – Homem-Formiga (Ant-Man)

A Marvel está de volta aos cinemas com a chegada do Homem-Formiga nesta quinta (16). Depois de chegar perto do 1,5 bilhão de dólares com ‘Vingadores: Era de Ultron’, o estúdio lança um certo herói desconhecido para muitos buscando o mesmo sucesso conquistado com ‘Guardiões da Galáxia’ no ano passado. O minúsculo super-herói é baseado nos quadrinhos da própria editora e criado por Stan Lee e Jack Kirby. A direção ficou por conta de Peyton Reed, enquanto o elenco é formado por Paul Rudd, Michael Douglas, Evangeline Lilly, Corey Stoll e Michael Peña.

O Homem-Formiga do filme é Scott Lang (Rudd), um ex presidiário que acaba sendo escolhido pelo Dr. Hank Pym (Douglas) para assumir o traje que antes era usado pelo próprio Pym. Com a roupa é possível encolher e ficar no tamanho de uma formiga, além de ganhar força sobre-humana e poder ‘controlá-las’. Tudo isso em virtude de uma missão para impedir que Darren Cross (Stoll) utilize os poderes da roupa para criar um exercito intitulado de Jaqueta Amarela. Juntos de Lang e Pym estão a filha do cientista, Hope (Lilly) e o amigo de Scott, Luis (Peña).

Sabendo que o tal Ant-Man (título original) não é tão conhecido do público em geral, o caminho escolhido foi pela simplicidade da narrativa que pretende apenas apresentar o novo herói e de forma sutil ganhar espaço no disputado Universo da Marvel. A proposta funciona melhor do que o esperado, pois o resultado final é muito além do que uma mera apresentação.

Peyton Reed assumiu a direção após a desistência de Edgar Wright, o qual era o maior entusiasta de colocar o Formiga nos cinemas e entendedor do assunto. Só que Peyton não se deixou abater e mostrou trabalho de verdade, mesmo sem experiência no gênero já que havia dirigido comédias românticas medianas até aqui. Reed é de uma sensatez absurda nas sequências e principalmente na montagem das cenas. Não existe espaço para grandes diálogos e nem mesmo lutas sem fim, tudo é bem controlado e mantém o filme longe de ser cansativo. Por outro lado os detalhes presente em todos os momentos em que o protagonista se encontra minúsculo são impressionantes, contando com uma qualidade gráfica impecável e a sempre presente passagem para a visão ampliada da situação (sacada genial).

O encaixe dos atores em seus papéis é outro destaque, todos parecem ser feitos sob medido para a proposta exigida. Paul Rudd é um bom ator cômico e de grande carisma, o que é nítido nas cenas que acabam por criar grande comoção para com ele. A Marvel busca nele exatamente o que achou em Chris Pratt no ano passado, a esperança é que dê tão certo quanto. Michael Douglas voltou com tudo, depois de um tempo em projetos discutíveis, mostrou estar em forma e deu o tom perfeito ao experiente Hank Pym. Apesar de se mostrarem secundários, Evangeline, Peña e Stoll se saem muito bem. Ela pelo lado mais dramático e durão do filme, já Corey Stoll coloca uma carga vingativa essencial para o vilão, enquanto Michael Peña é brilhante no suporte cômico e que se mostra melhor ainda quando começa a narrar algo.

Homem-Formiga se mostra uma aposta certa da Marvel pela precisão conquistada em todos os pontos. As cenas de ação são boas, a qualidade gráfica é impecável, o humor está presente de forma natural o tornando muito engraçado, mas o maior destaque é a força que o herói ganha ao decorrer do longa. Você torce por ele a partir do momento em que aparece e deseja que tudo ocorra bem, uma ligação é criada entre o personagem e o espectador e isso é uma das melhores sensações na sétima arte.

Ponto forte

A leveza e o alto nível de capricho na construção de tudo. Não existe pressão para saber física/química e assim entender o que está acontecendo, não é necessário ter noção total do herói e muito menos do que pode acontecer com ele. Tudo é colocado em cena de uma forma simplista que consegue encantar qualquer um que esteja vendo. A necessidade de querer mais e mais ao passar do tempo. Os dias de coadjuvante do Homem-Formiga acabaram.

Ponto fraco

Não é necessariamente um problema, mas por se tratar de um filme incluso no Universo Marvel, é discutível qual a importância que será imposta ao herói no meio disso ai. Diferente dos Guardiões que contam com uma boa base própria, o Formiga depende do restante e essa ligação precisará ser bem feita para que o pequeno herói consiga realmente um lugar ao sol no meio de tantos titãs.

Nota: 10

Trailer – Homem-Formiga (Ant-Man)

Por Adalberto Juliatto
17/07/2015 14h05